Marcehwsky presidiu a Buettner até 28 de fevereiro, quando a juíza Ana Vera Truccolo decretou a falência da companhia
A empresa Buettner teve sua falência decretada no dia 28 de fevereiro pela juíza Ana Vera Truccolo, da Comarca de Brusque (SC), local onde está sediada sua matriz. Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo comunicou ao mercado que a Buettner recorreu da sentença no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por meio de um agravo de instrumento, pedindo a suspensão dos efeitos dessa decisão.
"Entramos com agravo de instrumento porque esse pedido não condiz com os fatos. A empresa está operando e recontratou operários", destacou João Henrique Marchewsky, que até 28 de fevereiro, antes desta última decisão da juíza, estava na presidência da empresa.
Empresa centenária do setor de cama, mesa e banho, desde maio do ano passado a Buettner estava em um processo de recuperação judicial. A sentença da juíza de 28 de fevereiro, contudo, anula a recuperação judicial que estava em andamento, o que juridicamente significa que a empresa não tem presidente nem conselho de administração no momento e, sim, um administrador judicial da massa falida, Gilson Sgrott.
A dívida total da empresa, segundo Sgrott, prevista para pagamento no plano de recuperação judicial em até cinco anos, é de R$ 140 milhões. Houve um ajuste em relação aos R$ 105 milhões de passivo que à época havia sido comunicado. Ele diz que a dívida com os debenturistas seria em torno de R$ 10 milhões.
Sgrott explica que, de acordo com o que prevê a Lei de Falências, após a aprovação da recuperação judicial pela assembleia de credores, a juíza tem um prazo para decidir pela concessão da recuperação ou pela concessão da falência. E ela optou pela concessão da falência em 28 de fevereiro. Isso funcionaria, na prática, como uma validação ou não daquilo que foi feito em maio de 2011.
A sentença, de 19 páginas, dentre várias considerações, entende que os votos de debenturistas da Buettner, que possuem garantia real, teriam que ter validade e não ser desconsiderados como ocorreu na assembleia que decidiu pela recuperação judicial. De acordo com a juíza, os credores Previnorte, Fusesc, Adviser, Oliveira Trust e Celos, mesmo que possuam garantia real, devem ter seus votos considerados, o que acarretará na rejeição do plano de recuperação apresentado pela devedora. A sentença diz, no entanto, que, alternativamente, caso o plano de recuperação seja homologado pelo juízo, que a devedora pague o valor integral da dívida aos requerentes no prazo de vinte e quatro horas".
De acordo com o diretor de relações com investidores da Buettner, Fabricio Colzani, os votos dos debenturistas não foram considerados porque eles têm garantia real (prédios e máquinas) e, por entender que a Lei de Falências determina que os credores detentores de garantia real e que não teriam sua forma de pagamento alterada não votariam, a empresa não permitiu que os votos desses credores tivessem validade na assembleia que decidiu a recuperação.
Esses credores faziam parte de uma classe de credores entre diversas classes de credores que estiveram representados na ocasião da votação do plano de recuperação judicial. Formavam a classe dos credores com garantias reais. Essa classe votou contra o plano de recuperação judicial. Houve ainda outras classes, como a dos credores trabalhistas, que aprovaram o plano em sua maioria.
De acordo com o diretor de relações com investidores da Buettner, Fabricio Colzani, a empresa aguarda possível efeito suspensível para breve e, depois, mais para frente, uma discussão do mérito. "A empresa teve todo um desenvolvimento positivo e estamos dentro do prazo da recuperação. Acho que a decisão está tecnicamente e juridicamente equivocada e por isso estamos recorrendo e temos grandes esperanças de reverter a decisão", complementou.
Sgrott, que fiscalizava judicialmente desde maio o desempenho da companhia entregando relatórios a justiça do seu andamento, diz que a empresa mostra-se viável e está mais forte; houve aumento do faturamento e da produção nos últimos meses. Segundo Marchewsky, de 1 mil trabalhadores, a empresa, no momento da recuperação, ficou com 480 e agora está com 610 funcionários.
Fonte:|http://www.valor.com.br/empresas/2560368/buettner-tenta-reverter-fa...
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No fim desse processo todo quem vai sofrer as consequencias sao os trabalhadores da fabrica.
Acho que nem o dieito de recuperação judicial deveria ter sido concedido a este tipo de empresa, o quanto antes elas sairem do mercado melhor para todos, até para os próprios funcionários pois há falta de mão de obra na região onde poderão receber seus direitos e salários em dia.
Pagar 140 milhões em cinco anos, quase 30 milhões/ano é IMPOSSÍVEL !!! UMA RECUPERAÇÃO IRECUPERÁVEL !!! Não sei como uma Empresa como a Buettner chegou a esse estágio ? Dever mais que o triplo de seu patrimônio ? Deve ter sido muita incompetência, pois até poucos anos atrás, gastavam uma fortuna em propaganda e comerciais caríssimos, além de royalties tolos para vender toalhas de banho e cama e mesa. Outras empresas do ramo, menores e sem "nome" no mercado, estão muito bem, mesmo vendendo parte de sua produção em tecido crú e grande parte confeccionado com maior valor agregado. Nunca tiveram mais de mil trabalhadores e estão aumentando sua produção, investindo pesadamente e modernizando o seu parque. Essa empresa está aqui no Nordeste ! digo mais, poderia estar bem melhor ranqueada e com melhor produtividade., apenas com pequenos ajustes.
Boa Tarde,
Conheci a empresa Buettner em 1991. Foi através do seu parque industrial que conheci os pormenores da fiação e tecelagem.
Torço pela recuperação da empresa.
Leonidia
Concordo com o Leandro, pois empresas sérias devem pagar o salário de seus funcionários e impostos em dia!!
Daqui uns dias é a TEKA que não paga o FGTS de seus funcionários e atrasa a comissão de seus representantes. Enquanto a diretoria, gerentes e supervisores tem os maiores salários e regalias do mercado...
A TEKA também tem uma dívida imensa e tem que ser investigada. Vocês não imaginam o número de processos trabalhista que a ela tem...
Caros Amigos:
A discussao e empresa grande e centenaria X pequena empresa informal. a questao e custo ...tributario e trabalhista..e a grande perde feio da pequena e informal no Brasil.
Assim como a Hering a Buettner tem de partir para o comercio final em shopping centers e lojas proprias tem nome ligado a qualidade nao deveria perder esse ativo.
Veja a discussao importados logicamente e valida, mas nao e tao facil segurar esse processo por decreto...essa e questao macro colocada pro mundo inteiro.
Questao microeconomica e a Hering esta ai pra mostrar que o filme se repete, ou seja a Hering so veio a ganhar dinheiro quando se livrou de sua fiacao e grande parte da parte pesada textil que tinha...e partiu pro varejo.
Nao ha condicao de empresa textil antiga com maquinario antigo concorrer com empresa pequena informal
Olha competir com a China nao e facil nao e so o Brasil que perde, o mundo todo esta nivelado por baixo...mesmo com um cambio bom exportar para um cliente hoje nao e a mesma coisa que 10 anos atras.
Contudo o problema e o cambio....e mais embaixo do que imaginamos....Ter industria requer planejamento ( mesmo que comunista)...educacao...e querer!!O Brasil quer?? A que nivel?? O Brasil exporta algodao e nao fio, a cadeia agro e muito mais forte que a industria...quem esta ai pra unir os lacos?
OK vamos repudiar os produtos da CHINA mas tenhamos a humildade e aprender um pouco com a disciplina, capacidade de planejamento e execucao deles...E dificil falar mas o chines pega copia e desenvolve tecnologias e faz produto ficar + barato, isso requer estudo e trabalho...aqui nos contentamos com algumas filiais de multinacionais no que se refere a maquinario textil....pouco nada se fez pra desenvolver tecnologia nacional , na India e China tudo ja e feito por eles...Entao mais uma vez pergunto estamos preparados pra ter ind textil no Brasil?
Qu adianta ser tao bonzinho como o Brasil e e ficar eternamente pagando royalties e nao desenvolver tecnologia propria...Em troco o europeu e americano nao pede licenca pra imprimir dinheiro sem piedade e vir aqui comprar o pais...
Vejo muitos falarem que o chines e anti etico ...empregam trabalho escravo, tem subsidios...Mas nao sejamos hipocritas indstria textil precisa de credito barato , apoio e financiamento sim...no passado quando existiu isso tambem existia...isso e fato!!Entao se queremos industria textil pensemos como chineses e nao como americanos...e preparemos para subsidiar , apoiar , desenvolver centro de pesquisas , tecnologia, em grande escala...MERCADO SOZINHO NAO VAI RESOLVER!!!
Quem gera 1.000 empregos nao poderia estar pagando mais impostos por funcionario que uma empresa pequena informal...essa uma distorcao que faz que nossas empresas nao crescam ou crescam e quebrem!!!
Fico com pena da Buettner ja forneci fios a empresa, mas nesse ambiente nao da pra sobreviver , pensamento hoje e o momento requer LIDERANCA e POLITICA DE UNIAO DOS ELOS DA CADEIA TEXTIL que estao desconexos...Que a Buettner saia dessa...e o que desejo pro Joao Henrique.
Concordo com tudo isto.
Mas acho que caso da Buettner os maiores problemas são: inconpetencia da administração que preza apenas seus interreses, fraudes, mão de obra muito ociosa o que gera um custo muito alto.
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