Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Grandes produtores de algodão pisam no freio.

Os preços baixos na bolsa de Nova York e a elevação dos custos de produção explicam a disposição de grandes produtores de algodão no Brasil de reduzir em até 66% a área plantada no ciclo 2012/13. Um exemplo da tendência é a decisão do maior produtor de grãos e fibras do país, o grupo Bom Futuro, do empresário Eraí Maggi Scheffer, que vai diminuir de 27% a 30% o plantio de algodão em relação à safra passada. "Se os preços continuarem ruins no próximo ano, vamos recuar ainda mais, de 20% a 30%", disse Maggi. A maior produtora de algodão do país, a SLC Agrícola, vai cortar em 20% a área plantada da pluma. A perda será compensada com aumento de milho e soja

Os grandes produtores de algodão do país vão reduzir em até 66% a área plantada da pluma nesta safra 2012/13. Os baixos preços da commodity no mercado internacional e o os elevados custos de produção explicam essa forte retração. No total, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) estima um mergulho na área cultivada nacional de 34%.

Maior produtor de grãos e fibras do país, o grupo Bom Futuro, do empresário rural Eraí Maggi Scheffer, deverá plantar entre 63 mil e 65 mil hectares da pluma nesta temporada. A projeção representa queda entre 27% e 30% do que os 90 mil hectares plantados no ciclo passado (2011/12).

Há duas safras, Scheffer lembra que foi ao topo do ranking de maiores produtores de algodão do país com o cultivo de 107 mil hectares. Foi a época de cotações recordes no exterior, quando os preços da commodity bateram a marca histórica de US$ 2 por libra-peso na bolsa de Nova York- atualmente, estão na casa dos 75 centavos.

Já na safra passada, o grupo reduziu a aposta no algodão e ampliou a semeadura de milho, e com isso foi superado pela SLC Agrícola na produção da pluma. Apesar de também prever um recuo no plantio nesta temporada, a SLC seguirá na liderança nacional da cultura.

O Bom Futuro, explica Scheffer, vai cultivar 95% do seu algodão na segunda safra. A área reservada à primeira safra, de cerca de 35 mil hectares, será quase toda cedida ao milho - que, no total, atingirá 100 mil hectares, novo recorde para o grupo. "Na antiga área de algodão, com fertilidade alta, esperamos produtividade de 150 sacas de milho por hectare, 50% acima da produtividade média das áreas tradicionais de cultivo do grão", diz.

O empresário acrescenta que espera colher 107 mil toneladas de algodão em pluma, das quais 65 mil toneladas já foram vendidas antecipadamente ao valor médio de 90 centavos de dólar por libra-peso - incluso gastos com frete até o porto de Santos (SP). Ao descontar as despesas com transporte, o valor da libra-peso sai por 80 centavos de dólar, diz Scheffer, muito próximo do custo de produção, na casa dos 75 centavos de dólar por libra-peso.

"Obviamente, temos maquinário para plantar em mais de 100 mil hectares. Assim, teremos uma ociosidade de cerca de 35%", afirma Scheffer. No entanto, ele destaca que a compensação virá da melhor rentabilidade da soja e do milho. A área plantada do grupo com a oleaginosa vai subir 21%, de 189 mil hectares no ciclo 2011/12 para 230 mil hectares nessa safra, novo recorde da Bom Futuro. O megaprodutor espera uma colheita de 760 mil toneladas de soja a partir de janeiro.

A SLC Agrícola, a maior empresa produtora de algodão do país, vai reduzir em 20% sua área plantada com a pluma, para 76,2 mil hectares, sendo 61,7 mil hectares na primeira safra. A área retirada do algodão será destinada a milho e soja, culturas que terão plantio 35,4% e 32,2% maiores, respectivamente.

A maior redução de área de algodão virá da Vanguarda Agro, controlada pelo empresário rural Otaviano Pivetta. Em seu último balanço divulgado ao mercado, a companhia informou que plantará apenas 15 mil hectares da pluma, 66% abaixo que os 44,6 mil hectares do ciclo 2011/12. Em compensação, a empresa ampliará em 34% a área com soja, para 208 mil hectares, e em 56% o cultivo com milho, para 71 mil hectares.

Na contramão do mercado está o produtor Walter Horita, que cultiva a pluma no oeste baiano. Ele prevê ampliar a área para 33 mil hectares, 10% acima dos 30 mil hectares que cultivou em 2011/12. A decisão, diz Horita, foi tomada porque já foi vendida antecipadamente 70% da colheita esperada para 2012/13 a preços médios mais elevados do que os atuais.

O produtor espera atingir uma produtividade de 300 a 320 arrobas por hectare e uma produção de 60 mil toneladas de algodão em pluma. Desse total, 43 mil toneladas estão vendidos pelos preço médio de 88 centavos de dólar por libra-peso. bem acima de seu custo de produção da ordem de 67 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte:Autor(es): Por Fabiana Batista | De São Paulo Valor Econômico.

 

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