CALA descomplica criação de moda

[Romildo de Paula Leite]

A tecnologia da CALA permite facilmente desenhar e mandar produzir, incluindo em Portugal, uma coleção de vestuário, independentemente do tamanho da mesma. A criação dos modelos pode inclusivamente ser gerada, por inteligência artificial, a partir de palavras-chave, numa espécie de ChatGPT para a moda.

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A plataforma CALA apresenta-se como uma interface da cadeia de aprovisionamento que junta design, desenvolvimento, produção e logística numa única plataforma digital, podendo servir grandes retalhistas, casas de moda ou designers independentes.

Mas é fácil para qualquer pessoa usar a tecnologia, já que a CALA oferece uma solução de inteligência artificial que pode gerar os produtos pretendidos, bastando para isso escolher o tipo de produto – de leggings a casacos, passando por fatos de banho, meias e acessórios como sacos – e fazer uma descrição, com palavras-chave, do que se pretende em termos de cor, material, ajuste e decorações.

Quase de imediato são geradas seis imagens, podendo ser selecionada a que o utilizador preferir para ser trabalhada ou, caso não vá ao encontro do desejado, serem solicitadas mais imagens do género.

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«Temos a tecnologia para lançar uma loja no Shopify ou para criar uma audiência no Instagram, mas ainda era complicado criar um produto físico. Estamos a tentar resolver isso», explica, à Fast Company, Andrew Wyatt, fundador e CEO da CALA.

A plataforma integra o DALL-E, um sistema da OpenAI (que desenvolveu o ChatGPT), que permite criar as imagens realistas a partir de descrições linguísticas, mimetizando o que acontece nos estúdios de design, em que vários designers criam muitos modelos que são depois selecionados ou alterados pelo diretor criativo.

«Historicamente, os designers tinham de ser capazes de fazer desenhos bonitos manualmente. Os esquissos do Alexander McQueen e do Karl Lagerfeld são icónicos. Mas se avançarmos para o Virgil [Abloh] ou o Kanye [West], eles tiram fotos do que lhes interessa, enviam-nas por WhatsApp para as suas equipas de design, que depois fazem um protótipo em Adobe Illustrator e lhes enviam. E este vai sendo enviado e reenviado entre eles», aponta Andrew Wyatt.

Do design à produção

O objetivo do CEO da CALA, que tem já cerca de 40 marcas e designers independentes a usar a plataforma, incluindo equipas da NBA, é reduzir o trabalho de criar esses modelos, a maior parte dos quais acaba por ser descartado. «Concluímos que algumas marcas de moda estavam a fazer com que os seus designers fizessem 90 desenhos por semana», revela Andrew Wyatt. «Com este modelo de inteligência artificial, uma pessoa pode facilmente gerar 90 ideias numa tarde», acrescenta.

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A tecnologia pode permitir reduzir o número de designers necessários numa marca, nomeadamente o espaço para estágios de recém-formados, mas o CEO da CALA acredita que pode também ser uma ferramenta para os mais novos terem mais autonomia e lançarem as suas próprias marcas.

A CALA tem atualmente parcerias com 20 fábricas em 10 países, incluindo Portugal. Com base no produto desejado, o sistema determina que fábrica se adequa mais e incorpora a informação no algoritmo do preço. Os artigos podem ser entregues em apenas 40 dias.

«Demos formação em todas as fábricas na nossa tecnologia. Muitas das pessoas com quem trabalhamos no terreno são Millennials ou da Geração Z e falam inglês, o que torna a comunicação muito mais fácil», garante Andrew Wyatt.

Para além desta versão para pequenos negócios, a CALA tem uma versão empresarial adaptada às necessidades de empresas maiores. Algumas dessas grandes empresas usam a plataforma apenas para brainstorming e design, outros querem poder enviar os designs para as suas próprias unidades produtivas.

«O nosso propósito enquanto empresa é potenciar a criação de produtos físicos», resume o CEO da CALA.

FONTEFast Com

https://portugaltextil.com/cala-descomplica-criacao-de-moda/

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