Nos últimos dois anos, tem sido recorrente notícias sobre as dificuldades enfrentadas por centenas de empresas no Brasil, são inúmeros pedidos de recuperação, concordata e fechamento. Segundo o Sebrae, em seu último estudo sobre Taxa de Sobrevivência das Empresas (2013), a mortalidade das empresas nos dois primeiros anos de vida girava em torno de 20%. Como dizia o poeta Tom Jobim, “o Brasil não é para amadores”. Mas, quando se toma conhecimento de uma empresa que chega íntegra e forte aos seus 80 anos, é preciso prestar todas as homenagens a esse feito, servindo de inspiração e alento a toda a classe empresarial. É preciso contar um pouco dessa história de coragem e determinação.
E essa história começou numa pequena vila que, atualmente, está localizada a pouco mais de 300 km da capital mineira, no município de Cataguases. É lá que em outubro de 1936, nascia a tecelagem que levaria o nome da cidade: Companhia Industrial Cataguases. Para comemorar os 80 anos da empresa, a família Peixoto, fundadora e principal acionista da empresa, reuniu na sede da empresa, no início deste mês, clientes, amigos, fornecedores e colaboradores para comemorar as Bodas de Carvalho e relembrar a trajetória da Companhia.
Sede mineira da Companhia Industrial Cataguases
No evento, marcado por um culto ecumênico, os convidados se emocionaram com vários momentos que buscavam contar a história da Cataguases. Através de uma peça de teatro, foram revividos os dias de conturbação política no Brasil, mas também as conquistas que a empresa alcançou na mesma época. Na cenografia, não faltou o apito da fábrica, os antigos teares, o barulho dos tamancos das funcionárias andando pela Vila Operária. Para trazer mais emoção ao evento, a banda dos funcionários embalou as comemorações que ainda contou com a participação dos 80 colaboradores mais antigos da empresa.
A atriz Fernanda Godinho, formada pelo Instituto Francisca de Souza Peixoto, interpretou uma tecelã em trajes típicos ao redor de um dos teares mais antigos da Companhia
Terceira geração da família, José Inácio Peixoto Neto, diretor presidente da companhia, disse durante o evento que “a empresa, como tantas outras, não está imune aos efeitos danosos destas turbulências e experimenta fortemente, uma das mais graves crises de sua existência”. Na hora de falar aos colaboradores Peixoto Neto se emocionou “ Estamos aqui para festejar, comemorar, compartilhar uma história de lutas, de conquistas, de superação e, por que não, de orgulho da nossa Cataguases”.
José Inácio Peixoto Neto, diretor presidente da Companhia Industrial Cataguases
Conquistas marcadas por fatos históricos
Em 1936, enquanto o mundo assistia ao lançamento da era industrial no cinema, com o clássico filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, o Estado de Minas Gerais recebia a instalação do maior parque industrial da região de Cataguases. Começava a trajetória da indústria têxtil que se confundiria com a própria história da cidade. Em 1943, a Companhia Têxtil Cataguases construiu a Vila Operária que abrigaria os funcionários migrantes das cidades vizinhas, visto que mais da metade dos habitantes trabalhavam na empresa.
Apostando no futuro que o pós-guerra traria e associando a experiência histórica da Família Peixoto no ramo têxtil, a empresa importou, na década de 40, novos maquinários da Inglaterra. A década de 1950 trouxe, além da fase de modernização, a eleição da primeira mulher presidente da Companhia, Francisca de Souza Peixoto. Os resultados dos investimentos surgem nos anos de 1970, época a qual a empresa bate recorde de produção. Na virada do milênio, a Companhia Industrial Cataguases funda o Instituto Francisca de Souza Peixoto, realizando desde então atividades de responsabilidade social com a comunidade.
Hoje, a Industrial Cataguases possui mais de 1300 funcionários e continua sendo o maior empregador privado da região. Possui um parque fabril de mais de 65 mil metros de área construída e capacidade para produção de 25 milhões de metros lineares de tecidos. No comércio internacional, exporta cerca de 20% da produção para mais de 40 países, tendo no algodão a sua principal matéria-prima. Associado e participante ativo da Abit, o presidente Peixoto Neto é um dos Conselheiros da entidade. Para o presidente Rafael Cervone, “ é uma honra ter a Cataguases no Conselho e uma referência de que ética e sucesso podem caminhar juntos”. A Cataguases é atualmente uma das mais representativas indústrias têxteis da América Latina.
http://www.abit.org.br/noticias/cataguases-completa-80-anos-e-relem...
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Com orgulho parabenizo a Cataguases por tão dificil comemoração.
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