Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Chanel, Dior, Gucci, Hermès e Louis Vuitton foram implicadas numa nova investigação da PETA Asia na Mongólia que mostra as cabras a serem maltratadas durante a recolha do pelo. A organização pede agora que estas marcas mudem para caxemira vegana.

[©Sustainable Fibre Alliance]

Acompanhada de vídeos e de fotos, a investigação da PETA Asia a um fornecedor da Lanificio Colombo – cuja lista de clientes inclui ainda a Prada, a Burberry, a Bottega Venetta e a Max Mara – e da Naadam mostra que os trabalhadores atam as pernas dos animais e retiram o pelo com pentes afiados de metal, num processo que demora até uma hora. Quando as cabras adultas já não são consideradas rentáveis porque o seu pelo cresce menos, os trabalhadores batem-lhes na cabeça com um martelo e cortam as gargantas, deixando-as em agonia durante vários minutos até se esvaírem em sangue. Numa outra operação, os trabalhadores castram cruelmente as cabras mais novas sem recurso a analgésicos.

Duas das quintas fornecem empresas que ostentam a certificação da Sustainable Fibre Alliance – uma entidade não-governamental que assume como missão assegurar a viabilidade a longo prazo do sector da caxemira, procurando minimizar o impacto ambiental da produção, salvaguardar o rendimento dos produtores e assegurar elevados padrões de bem-estar animal.

A PETA, contudo, sublinha que esta certificação não contempla auditorias nem a aplicação de analgésicos para a castração ou para o tratamento de feridas provocadas durante a tosquia, apenas recomendando, mas não exigindo, que os animais sejam tratados de forma “humana” antes de serem mortos.


[©PETA Asia]

«As cabras sofrem em agonia para que estas marcas de designer possam vender o seu pelo como camisolas e lenços de caxemira a clientes que não têm ideia da crueldade envolvida», sustenta Tracy Reiman, vice-presidente executiva da PETA. «Pedimos a estas e outras marcas de gama alta que deixem de se esconder por detrás de etiquetas enganadoras e mudem para caxemira vegana aconchegante, luxuosa e 100% amiga dos animais», acrescenta.

Já depois da publicação desta investigação, a PETA confrontou, na sua assembleia anual, a casa de moda Burberry, da qual é acionista, sobre a utilização de caxemira, mas também penas, nos seus produtos.

«A Burberry afirma que não usa intencionalmente materiais que “possam infligir qualquer dano ao bem-estar animal”, mas cabras assustadas, gansos e patos sofrem horrivelmente para concretizar os designs que produz. Agora que a Burberry está consciente do que acontece exatamente na sua cadeia de aprovisionamento, a PETA pede à empresa que proíba a utilização de caxemira e penas e mude para materiais veganos amigos dos animais», afirma Yvonne Taylor, vice-presidente de projetos corporativos da PETA.

Uma indústria importante para o país

Investigações recentes da PETA Asia a quintas e matadouros revelaram a existência de tratamento violento nas indústrias de penugem e caxemira. Marcas como a Victoria’s Secret, Scotch & Soda, Asos e Columbia Sportswear já se comprometeram a deixar de usar caxemira na sua oferta.

A Mongólia é o principal produtor mundial de caxemira, contabilizando cerca de 27 milhões de cabras.

De acordo com o Natural Resources Defense Council (NRDC), são produzidas mundialmente cerca de 20 mil toneladas de caxemira em bruto todos os anos, sendo os principais produtores a China e a Mongólia, que juntos representam 90% da produção.

Na Mongólia, a produção de caxemira é a principal fonte de rendimento de mais de um terço da população – o número de pastores na Mongólia terá triplicado na última década, para mais de 450 mil, enquanto o número de cabras subiu 30%.

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