Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Cedro Têxtil comemora aniversário com projeto de R$ 150 milhões

A Cedro Têxtil, produtora de jeans e tecidos para uniformes corporativos, comemora o marco de seu 151° aniversário. A empresa possui uma capacidade de produção de 70 milhões de metros de tecido linear e quatro fábricas no estado de Minas Gerais.

O diretor-presidente da Cedro Têxtil, Marco Antônio Branquinho, contou em uma entrevista ao portal O Tempo, sobre a trajetória da empresa e os segredos para tantos anos de sucesso no mercado.

Segundo Marco Antônio, o segredo para a longevidade da Cedro Têxtil é a reinvenção constante durante esses mais de 150 anos de existência. Um dos métodos usados para alcançar esse feito foi o que o mesmo chama de “3 R“. São três elementos relevantes: “o primeiro é a preocupação com o resultado. É uma indústria, é uma empresa e precisa ser sustentável. Ou seja, lupa em tudo ali, nos custos. O segundo R é o da reputação. A Cedro viveu ao longo desses períodos, como qualquer outra empresa, momentos de altos e baixos. Assim, as atuações éticas, no respeito ao fornecedor, no respeito ao cliente, nas comunidades. A Cedro carrega uma reputação que tem a capacidade de ancorar a empresa em momentos de crise. Esse é um dos grandes pilares que trouxeram a gente até aqui. E o terceiro R é o R do respeito, é a forma como a gente lida com as pessoas. Temos funcionários na empresa, vários que estão há décadas. Muitos em família, esposa, pai e filho, primeira, segunda, terceira geração.” Finalizou.

Quando perguntado sobre a concorrência no setor têxtil e sobre a inovação que a empresa traz, o diretor-presidente disse: “(a inovação está presente) Seja no produto Cedro, seja no mercado. E o fato de abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo desde o início já ser uma meta, seja pela transparência, seja pelos resultados financeiros, seja para ter dinheiro novo de acionistas desde sempre. Isso também foi decisivo na vida da empresa”.

A história da Cedro Têxtil começou “com teares de madeira, movimentados por uma roda d’água. Algodão, todo trabalho (era) manual, e os tecidos tinham 60 cm de largura. Hoje são máquinas que produzem automatizadas. Aí a gente vem pra chita – a Cedro trouxe a chita. Depois a gente vem pro jeans e depois a gente se caracteriza agora como maior produtor de “workwear” da América Latina. Nosso workwear atende a construção civil, siderurgia, uniformes que vão ser utilizados por trabalhadores de uma plataforma de petróleo, antichama. O caso mais extremo é um uniforme de astronauta. O uniforme que o Marcos Pontes utilizou na estação espacial foi fabricado em Caetanópolis, pela Cedro Têxtil.” Comentou Marco Antônio

Para a fabricação dos tecidos é necessário muita tecnologia, “são três grandes negócios. Nós temos a fiação, a tecelagem e os acabamentos. O Brasil tem uma cadeia produtiva que a gente diz que vai da fibra à passarela. A Cedro tem desde a produção de fibras, de algodão, fibras naturais, e temos um dos maiores mercados consumidores do mundo. No meio, a indústria.” Enfatiza o diretor-presidente.

Marco Antônio ainda ressalta que o foco da empresa é: “apertar na competitividade. Qual é a nossa prioridade agora? Retomar os investimentos relacionados à modernização. Estamos em estudos, mas gira num horizonte de cinco anos algo da ordem de R$ 100 milhões, R$ 150 milhões.” E que esses investimentos são “basicamente na modernização de equipamentos. Os processos de manufatura, a confecção em si. A feitura do fio, o tecido, a operação de um ou mesmo os processos de acabamento de tingimento, eles ainda demandam componente humano muito forte, não é? Por isso que ainda precisa de muita gente, ainda vai ter um componente de funcionários durante muitos anos.”

Em relação a competitividade, o mercado nacional “tem proteção (no mercado externo), além de a gente concorrer sem isonomia com produtos que vêm da Ásia. O Brasil ainda não entendeu que sem acordos de comércio ele não vai conseguir participar de cadeias comerciais, de cadeias globais de comércio. A gente não tem escala. Agora vamos deixar bem claro aqui: a indústria da porta pra dentro dela, no caso da Cedro Têxtil, tem toda a competitividade.”

Os números são expressivos. “As margens brutas da companhia estão estabilizadas numa receita da ordem de R$ 1,5 bilhão, R$ 1,4 bilhão por ano, num cenário, num mercado que regrediu nos últimos 12 meses. Então, manutenção dos níveis de receita por si só já é algo contrário ao comportamento do mercado. Mas mais contrário ainda foi a melhoria da rentabilidade.” E a companhia conseguiu se recuperar graças a “uma série de destravamentos de valor, mudanças nos fluxos de processo, mudanças nas questões dos fornecimentos de matéria-prima, mudança no mix, na ênfase de qual produto e qual segmento atuar com mais intensidade; a companhia conseguiu se recuperar de uma forma muito significativa e a sua margem bruta. E aí a consequência. É porque, em termos de indústria, é na margem bruta, no lucro bruto, que nasce todo resultado. E a geração de caixa aumenta significativamente. E nós voltamos pra lucratividade ao longo desses últimos seis meses, recuperamos o prejuízo do ano passado, então, no horizonte de 12 meses, a companhia já está com números bastante acentuados e de caixa também. Nesse efeito de sair da arrebentação a gente já consegue de uma forma muito expressiva diminuir os índices de alavancagem da companhia.” Revelou o diretor-presidente. 

Sobre os produtos da Cedro Têxtil serem fabricados no Brasil ou fora, Marco Antônio declarou que “quando a gente fala de maquinário, infelizmente, não tem. E ao mesmo tempo é uma baita de uma oportunidade porque tem uma indústria gigante dentro do Brasil que não tem (equipamentos necessários). A gente deve ter algo em torno de 5% das necessidades de maquinário que conseguem ser produzidos aqui no Brasil. O resto é nada. E são empresas que estão na Europa (as que fabricam maquinário). São empresas alemãs, italianas, suíças. Todas têm tecnologia de ponta, mas que poderia ser produzida pelo Brasil. Tendo esse maquinário, existe o mercado para isso. Mas é um capítulo à parte o dia que o Brasil se der conta disso, não é? Enquanto isso, a gente está alimentando a indústria lá de fora, gerando emprego lá fora.” Mas que em relação ao algodão, “o Brasil hoje tem a grata realização de ser um dos maiores produtores do mundo e o segundo maior exportador mundial. A gente deve produzir em torno de 3 milhões de toneladas por ano. O consumo da indústria nacional é da ordem de 660 mil toneladas. Então é autossuficiente. E aí é mandar pra fora. E aí é muito mérito daqueles que há 20, 25 anos estavam com programas como o da Embrapa. Ou dos desbravadores do Cerrado lá de Mato Grosso, não é? Abriram as fronteiras agrícolas e fizeram do Brasil de um importador de algodão – porque a gente não tinha algodão suficiente para abastecer a indústria 25 anos atrás – ao segundo maior produtor de algodão do mundo.”

Fonte: Ana Gimonski | Fotos: Divulgação

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