Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Empresa centenária se mostra resiliente às mudanças no mercado têxtil e na economia, colhendo bons frutos.

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Com mais de 150 anos de atividades, a Cedro Têxtil registra alta nas exportações | Crédito: Divulgação

Três “R’s” compõem os pilares da Cedro Têxtil, uma das mais antigas empresas de Minas Gerais: resultado, reputação e respeito. Ancorada nesses três valores, a companhia, de mais de 150 anos, não apenas atravessou diferentes cenários econômicos, políticos e sociais do Brasil e do mundo, como também sobreviveu a desafios e transformações inerentes ao negócio e ao setor industrial. E após décadas de experiência, o resultado não poderia ser outro, senão a maturidade necessária para atuar em um mercado tão complexo e competitivo a níveis globais.

Atenta aos resultados, buscando oportunidades independentemente do contexto ou cenário; mantendo sua reputação com ações corretas e transparentes; e tratando com respeito às pessoas que de alguma forma se relacionam com o negócio, a Cedro vai se perpetuando na história e consolidando um patrimônio considerado, por muitos, invejável.

A começar pelo próprio CEO da companhia, Marco Antônio Branquinho, que reforça: “Esse DNA é base para todo o resto”. E garante que os três R´s são uma busca incansável para a empresa e direcionam modelo de negócio.

“Produto, tecnologia, competências técnicas e gerenciais podem variar ao longo do tempo, mas essas preocupações não. E isso tem a ver com relacionamento, pois uma empresa que não sabe se relacionar com seu entorno, não sobrevive. Ela pode ter trajetória, produtos diferenciados, benefício fiscal e até mercado cativo, mas todos esses são elementos que se esvaem com o tempo. Já uma empresa com relacionamento sólido tende a ter raízes mais profundas e quando as crises e intempéries vêm, ela tem uma base mais forte para reagir e superar as turbulências”, avalia.

Não à toa, a empresa sobreviveu a guerras, pandemias, crises políticas, sociais e econômicas. Mais do que isso, se transformou e, porque não, reinventou seus processos. E um dos mais importantes e recentes deles com certeza foi a estratégia voltada para a especialização em produtos de maior valor agregado.

Segundo Branquinho, isso aconteceu a partir de 2010. A virada de chave veio com a enxurrada de produtos importados que passou a tomar conta do mercado brasileiro (e do restante do mundo) nos anos 2000. A abertura afetou a manufatura como um todo, mas na indústria têxtil o impacto foi ainda maior.

“Foi então que fizemos ajustes para a busca de competitividade e alteramos nossa estratégia. Não adianta querer concorrer com produtos da China ou da Ásia em geral. Há subsídio, estrutura de impostos, leis trabalhistas e sociais diferentes e isso impacta o custo de produção. Por isso decidimos sair dessa briga e voltamos todos nossos investimentos, esforços de mercado, desenvolvimento de produtos e relacionamento com fornecedores fora desse lugar comum de guerra de preço e de mercado, que não tem sustentabilidade”, revela.


Branquinho: empresa que não sabe se relacionar não sobrevive | Crédito: Divulgação

Produtos premium ampliam presença da Cedro Têxtil no mercado externo

E os resultados já vêm sendo colhidos. Hoje a empresa exporta seus tecidos para praticamente todos os países do mundo e é líder no segmento de workwear (uniformes) na América Latina, atendendo uma gama de requisitos que poucas empresas conseguem cumprir. 

Os artigos da linha são os produtos mais vendidos no exterior, com destaque para a linha FR, retardante à chama. Produzido em parceria com a Rhodia e exclusivo na América Latina com a tecnologia Proban, o produto tem como principal característica a resistência e a garantia de proteção permanente ao calor por irradiação, fogo e eletricidade e é usado na confecção de uniformes industriais.

Em 2022, por exemplo, a empresa alcançou a marca de 15% nas exportações de determinados artigos – número não tão expressivo para determinados segmentos, mas bastante relevante para a indústria têxtil.

“Só não exportamos para a Europa por conta de algumas barreiras comerciais e não somos maiores que os Estados Unidos, porque o consumo lá desses tecidos técnicos é bem superior. Mas podemos dizer que esta é uma das grandes contribuições da Cedro, levar o nome de Minas Gerais para além das fronteiras com seus produtos”, diz.

Por isso, a empresa está, nesta semana, na série Mineiridade do DIÁRIO DO COMÉRCIO, que conta histórias e apresenta negócios originalmente mineiros que, além de terem dado certo, geram emprego, renda e movimentam a economia do Estado e do País. Afinal, Minas exporta mais do que minérios ou cafés. Minas exporta mineiridade. Minas exporta tecidos.

Quando considerada a linha de jeanswear além de workwear, as exportações giram em torno de 10%. E a principal estratégia da empresa em vistas de ampliar as exportações é estar presente em grandes eventos da indústria têxtil mundo afora. Bem como manter representantes comerciais e técnicos em cada um dos países que possuem relação comercial.

Em 2022, as exportações da marca cresceram 2% sobre o ano anterior. Apenas as vendas da linha workwear aumentaram em 40% neste tipo de comparação. Os principais parceiros comerciais da Cedro são os países latino americanos, com destaque para a Colômbia, Argentina, Peru, Equador, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile.

Além disso, a Cedro ocupa lugar de destaque na produção nacional de jeans e é a maior fabricante de tecidos workwear do Brasil. Para atender a todos esses mercados, a empresa conta com quatro plantas industriais – uma em Caetanópolis, uma em Sete Lagoas e duas em Pirapora, além de um centro de distribuição em Contagem e um escritório em Belo Horizonte.

Toda essa estrutura emprega cerca de 3.500 funcionários e atende a mais de 3.500 clientes por mês. A capacidade de produção da empresa é de 80 milhões de metros lineares por ano. A utilização desta capacidade já se encontra na casa dos 90%. Porém, o executivo afirma que a preocupação da empresa hoje não é expandir, mas seguir investindo na melhoria de processos e modernização de algumas linhas, dando sequência ao plano de aumentar a participação de produtos com maior valor agregado ao portfólio.

“A linha premium que nem existia há dez anos, hoje tem uma relação 30% contra 70% dos produtos básicos. A meta é inverter. Não deixar de atender todos os segmentos, porque essa capilaridade nos permite atender a diferentes mercados. Mas nosso foco continua na parte de cima da pirâmide e antes de nos preocuparmos em ampliar a produção, precisamos terminar essa transição e atingir maiores patamares”, conclui.

Por Mara Bianchetti

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