Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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CEO das Pernambucanas: Não há transformação digital sem requalificação

CEO da Pernambucanas: não há transformação digital sem requalificação

A fim de acelerar a capacitação das equipes para acompanhar o crescimento da empresa, o planejamento inclui uma universidade corporativa on-line, intercâmbio com uma faculdade e mais contratações.

Por Jacilio Saraiva

O principal fator que pode limitar a expansão da Pernambucanas é a formação dos funcionários. “Não [será] por dinheiro ou por falta de pontos de venda”. Quem garante é Sérgio Borriello, CEO do grupo de varejo com 114 anos de mercado e 467 lojas no Brasil. A fim de acelerar a capacitação das equipes para acompanhar o crescimento da empresa – que obteve um salto de 1.700% no e-commerce durante os dois primeiros anos de pandemia -, o planejamento inclui uma universidade corporativa on-line, intercâmbio com uma faculdade e mais contratações.

A universidade digital da varejista agrega 190 cursos em quatro linhas de treinamento, sendo três voltadas para as chefias. Há programas para a liderança, supervisores de lojas, gerentes e executivos de varejo. Em média, oferece 1,3 milhão de horas aula, ao ano. “As pessoas seguem os líderes, mas é o exemplo que ‘arrasta’ mais gente”, explicou Borriello no novo episódio do CBN Professional, podcast realizado pelo Valor e a rádio “CBN”.

A Pernambucanas também fez um acordo com uma instituição de ensino superior. A ideia é que os funcionários que fazem os cursos da universidade corporativa possam utilizar as disciplinas como “créditos” nas grades curriculares da faculdade. “Além de termos mais colaboradores graduados em administração ou contabilidade, é uma forma de reter mais talentos.”

A empresa tem como regra não contratar executivos no mercado para postos de comando. “Formamos os líderes dentro ‘de casa’”, diz. O tempo médio para qualificar um gestor na companhia é de quatro a cinco anos, segundo Borriello. O avanço no treinamento dos times nunca saiu do radar, segundo o CEO, mas ganhou urgência com a pandemia, que acelerou a transformação digital do grupo. “A digitalização [dos negócios] não é espontânea, não acontece sozinha. Vem por meio do cliente que determina se quer usar a loja física, os canais digitais ou os dois.”

A empresa fechou todas as lojas no dia 22 de março de 2020, por conta da crise sanitária. Para não deixar os clientes na mão, instalou totens com rede wi-fi em frente às unidades ou em comércios vizinhos. Os equipamentos podem realizar pagamentos, vendas e consultas ao saldo do cartão da marca. Foi o primeiro passo para apoiar o consumidor que não tinha mais lojas para ir, afirma Borriello, que depois de uma carreira sólida no mercado financeiro, com passagens pelos bancos Citibank e ABN Amro, chegou à varejista em 2016 como diretor financeiro (CFO) e, dez meses depois, estava na cadeira de CEO.

O executivo lembra que novas formas de contato com o cliente foram encampadas durante o distanciamento social obrigatório, desde simples ligações telefônicas a mensagens via WhatsApp. A próxima etapa seria aderir ao “figital”, que corresponde à cooperação entre lojas físicas e as vendas on-line.

Nessa esfera, uma das novidades implantadas depois da reabertura dos comércios foi a compra de produtos via aplicativo, mas com o consumidor dentro das lojas. A modalidade garante descontos de 4% a 10% e fila especial para retirada. No ano passado, a empresa abriu 56 lojas, com a geração de 1,4 mil empregos diretos. “Além do digital, são as lojas que ampliam o nosso relacionamento com o consumidor”. O episódio está disponível nas principais plataformas de streaming, como Spotify e Apple Podcasts, e no site da CBN.

Fonte: Valor Econômico

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