Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
Em reunião na Fiesp, Alderi Emídio de Araújo ressaltou a importância de conquistar espaço no mercado de algodão sustentável
Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp
Para falar sobre as tecnologias empregadas na cadeia produtiva do algodão em sua reunião plenária, realizada na terça-feira (29/6), o Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecções e Vestuário (Comtextil) da Fiesp convidou o chefe geral da Embrapa Algodão, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alderi Emídio de Araújo. A videoconferência foi conduzida pelo diretor titular do Comtextil, Elias Miguel Haddad.
Durante a apresentação, Araújo lembrou eventos do ciclo do algodão no Brasil e como algumas cidades se desenvolveram por conta desse segmento de produção. “Desde 1975, a Embrapa Algodão tem duas finalidades básicas, sendo elas trabalhar com algodão arbóreo para o semiárido e algodão herbáceo para o Sudeste. No início da década de 1980 surgiu no Brasil o bicudo do algodão, e essa praga continua até hoje. Então, em função do declínio da cultura do algodão, a Embrapa passou a introduzir outras culturas para oferecer como alternativa para os produtores da região, como o sisal, gergelim, amendoim e a mamona”, explicou.
Com 189 empregados, sendo 54 pesquisadores, a Embrapa Algodão está presente em oito estados brasileiros. Segundo Araújo, a praga do bicudo do algodoeiro foi o que acabou atrapalhando a região do semiárido, por ser uma praga muito agressiva que age no botão floral e se multiplica dentro deles. “O que é Embrapa procurou fazer foi criar tecnologias para pequenos produtores, com sistemas de manejo integrado de pragas, controle de ervas daninhas, armazenamento e transporte, entre outras ações. O algodão produzido era de baixa qualidade, o que acabava não trazendo benefício esperado dessa atividade para os produtores locais”, disse, acrescentando que a empresa também criou tecnologias específicas para atuar nessa questão.
Ao comentar sobre o mercado, Araújo afirmou existir muito potencial. “Existem 52 espécies de algodão, sendo apenas quatro cultivadas. Essas fibras têxteis são produzidas em cerca de 80 países, gerando 1,5 milhão de empregos. Somente no estado do Mato Grosso, por exemplo, são mais de 5.000 empregos temporários na lavoura, com salário médio superior a R$ 2.700, sem contar os empregos diretos”. Os principais produtores de algodão são: Índia, China, Estados Unidos, Brasil e Paquistão.
O pesquisador também destacou o estudo da Embrapa realizado em 20 estados brasileiros que determinou uma zona de exclusão para o algodão transgênico e a importância da sustentabilidade. “Foi um trabalho cuidadoso realizar esse mapeamento. É preciso aliar as práticas culturais com as industriais e eliminar práticas incorretas de manejo, técnicas de irrigação inapropriadas e desperdício de água, assim como condições de trabalho degradantes ”. Por meio das boas práticas sociais, ambientais e econômicas é possível construir uma boa imagem para o algodão brasileiro, de acordo com o chefe da Embrapa. “Precisamos conquistar espaço no mercado de algodão sustentável, bem como promover a melhoria contínua da gestão sustentável das unidades produtivas”, afirmou.
Por fim, Alderi Araújo abordou as questões referentes ao orgânico e o convencional. Para ele, o algodão orgânico, ou agroecológico, que custa mais caro, representa nichos de mercados e vai beneficiar aqueles que têm mais poder aquisitivo, pois vão pagar por um conceito que vai além do produto. “Precisamos vestir a população com vestimenta de qualidade e custo menor para o trabalhador e a pessoa comum, mas sempre tendo como premissa as práticas sustentáveis”.
Alderi Emídio de Araújo ressaltou a importância de conquistar espaço no mercado de algodão sustentável
https://www.fiesp.com.br/noticias/chefe-da-embrapa-algodao-enxerga-...
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