Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apoio estatal vai desde controle do preço da matéria-prima até incentivos tributários e crédito abundante e barato  

Começa a ser aberta a caixa-preta dos subsídios chineses. Além do câmbio desvalorizado e da mão de obra barata, os produtores chineses de tecidos e roupas contam com 27 tipos de apoio diferentes concedidos pelos governos federal, provinciais e municipais.

Os programas vão desde incentivos tributários e crédito facilitado até o controle dos preços das matérias-primas e fundos de apoio à exportação, revela estudo feito pelo renomado escritório americano King & Spalding, por encomenda da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e mais duas entidades de classe estrangeiras.

A Abit solicitou recentemente ao governo brasileiro que aplique uma salvaguarda contra as importações de vestuário, com a imposição de cotas ou sobretaxas. Com base nas novas informações sobre subsídios, avalia também pedir medidas compensatórias ou até abrir um painel na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Segundo o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz, ainda não foi tomada uma decisão e o assunto será analisado em assembleia. "Vamos levar esse tema ao governo, porque não podemos aceitar que os subsídios concedidos na China desorganizem o mercado brasileiro", disse.

O relatório da King & Spalding tem mais de 800 páginas e enumera os subsídios concedidos nos principais polos produtores de roupas da China. Os advogados, no entanto, não conseguiram quantificar os subsídios, pois os valores são mantidos em sigilo pelo governo chinês e variam até conforme a empresa.

Interferência. Na China, a interferência governamental no setor têxtil está presente em praticamente todos os elos da cadeia e começa na matéria-prima.

O governo intervém nos preços do poliéster e do algodão, porque o setor petroquímico é controlado por estatais e os produtores de algodão são fortemente subsidiados pelo Estado.

No ano passado, quando os preços do algodão no mercado externo chegaram a US$ 2 por libra-peso, as tecelagens chinesas continuaram pagando US$ 1.

Na área tributária, existem vários incentivos, como reembolsos, descontos e até isenção do imposto de renda e do imposto sobre valor agregado. São favorecidas empresas de exportem, reinvistam seus lucros e comprem máquinas feitas no país.

Outra fonte importante de apoio governamental na China é o crédito subsidiado. Os bancos estatais oferecem empréstimos a fundo perdido, juros baixos e chegam até a perdoar dívidas das empresas. Para combater os efeitos da crise global, o governo chinês determinou ainda aos bancos que abrissem as torneiras.

Só para citar alguns exemplos: em 2008, o Banco da Agricultura da China estabeleceu um programa para o setor têxtil de 100 milhões de yuans (US$ 15,7 milhões); em abril de 2011, o Banco do Desenvolvimento de Shanghai Pudong liberou 17 milhões de yuans (US$ 2,7 milhões) para socorrer cinco empresas.

O setor têxtil também é agraciado na China com terrenos para construção de fábricas, descontos no custo da energia e programas especiais para reestruturação, investimento em tecnologia e até para exportar produtos com marca própria. "O grau de contaminação do Estado na economia chinesa é enorme. Os subsídios são apenas um detalhe", diz Domingos Mosca, consultor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Fonte:|http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,china-da-27-tipos-...

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Respostas a este tópico

Enquanto na China há 27 tipos de subsídios para nossos concorrentes, no estado de São Paulo há ICMS abusivo e antecipado (veja matéria no Textile). E o governante ainda dá o nome disso de "choque de gestão". Deveria ser "Eletrocussão empresarial", ou seja, ou mata eletrocutado ou deixa o empresário em estado de choque.

Nossos defensores são ruins

Sou um empresário em portugal na área textil e infelismente estou tentando me livrar da minha empresa, pois este setor está acabado de uma forma geral em Portugal. Como pretendo ir para o Brasil, tenho estado atento ao setor aí no país irmão. Talvez ainda não seja tarde, mas voçês precisam de pressionar urgentemente o governo brasileiro para evitar aquilo que será uma catastrofe para o vosso setor se não forem tomadas medidas urgentes . É impossivel concorrer e sobreviver num mercado global em que á partida as condições não são iguais para todos. Depois tem também a cumplicidade dos proprios organismos representativos do setor textil, cujos dirigentes,  na troca de uns beneficios para as suas empresas, esquecem o seu papel de proteção de todo um setor que deviam representar. Cuidado e não se descuidem. Um abraço e bons negócios para todos.

è impossivel concorrer num mercado global

Quero ver quando empresas brasileiras decidirem fechar suas portas no por aqui e reabrí-las na China. O que é que esses politicozinhos irão fazer, pois terá muita gente batendo nas suas portas por emprego.

Esta cada vez mais dificil  a concorrêcia no mercado global, principalmente no segmento textil, nossos polí

ticos e lideranças devem tomar medidas drasticas e eficaz URGENTE, para que não ocorra o sucateamento de empresas no Brasil.

Um bom trabalho e abraço a todos.

Sr.Luiz resido em Goiania-Goias e se tiveres interesse em se instalar em uma regiao que oferece materia prima em condicoes especiais..e com incentivos fiscais e sobretudo com uma demanda puljante..tenho interesse em passar maiores detalhes..sds Elias Neto.

Luis Cardoso disse:

Sou um empresário em portugal na área textil e infelismente estou tentando me livrar da minha empresa, pois este setor está acabado de uma forma geral em Portugal. Como pretendo ir para o Brasil, tenho estado atento ao setor aí no país irmão. Talvez ainda não seja tarde, mas voçês precisam de pressionar urgentemente o governo brasileiro para evitar aquilo que será uma catastrofe para o vosso setor se não forem tomadas medidas urgentes . É impossivel concorrer e sobreviver num mercado global em que á partida as condições não são iguais para todos. Depois tem também a cumplicidade dos proprios organismos representativos do setor textil, cujos dirigentes,  na troca de uns beneficios para as suas empresas, esquecem o seu papel de proteção de todo um setor que deviam representar. Cuidado e não se descuidem. Um abraço e bons negócios para todos.

è impossivel concorrer num mercado global

Impossivel concorrer.

Cade aquele juiz que impôs o visto aos americanos, como contrapartrida?

27 subsidios para o setor textil brasileiro já!

Ou, a próxima conquista social dos trabalhadores será o desemprego.

O nosso problema é que somos defendidos por quem tem interesse próprio! Na nossa indústria a união é ZERO! Cada um defende no fundo os interesses da própria empresa! fulano X defende apenas o interesse da empresa X S/A, ciclano Y defende da Y S/A
Vejam mais uma vez o caso que tivemos na última semana do aumento da taxa de importação de fios de Viscose de 18% para 25%!  Parabéns.... Nossa indústria depende desta matéria prima pois não temos auto suficiência e não vamos ter (seu processo de produção é altamente poluente)... Agora um fio que hoje tinha preço de mercado para venda a prazo entre R$12,60 - R$12,80 vai passar para R$13,80 - R$14,00! (valores estimados) e vai continuar entrando livremente tecido acabado que é vendido por R$21,00 a vontade, qualquer cor e com prazo de "égua"(120, 150 dd)!

Vamos fazer um custo no "osso"!

Fio de Viscose: $13,80

Fio de Elastano: $1,00

Facção Malharia: $1,60

Tinturaria:$4,50

Quebra: $1,65

CUSTO TOTAL =  $22,55

* sem impostos, margem, etc, etc, etc, etc, etc....

Lembro perfeitamente quando um proprietário de malharia de São Paulo me disse há uns 3 anos atrás como ele ia competir com o tecido importado sendo que ele vendia a "viscolycra" por R$32,00 e na ocasião este tecido era vendido por R$28,00!

E o que aconteceu de lá para cá???? Esta malharia já não existe mais! (ele produzia no mínimo 50 tons por mês deste artigo e fechou "atolado" em dívidas) Agora, o preço do tecido importado caiu mais ainda e temos o que é pior esta avalanche de roupas importadas...

E vocês sabem quando tecidos e roupas serão sobre taxados??? Na minha humilde opinião NUNCA!

Quem é uma das "consultoras" do governo! Ela é presidente de uma grande rede de varejo e no governo, ela será a coordenadora do Conselho de Competitividade do Comércio, que vai mapear as carências do setor e ajudará o governo a traçar políticas específicas para o varejo...
Vcs acreditam que ela vai sobretaxar algo que poderá prejudicar suas coirmãs??? Vestuário??? que vestuário...

Para o Brasil está uma maravilha... é fundamental para o controle da inflação! estimular o crescimento....
Eu quero ver o governo ter emprego para todo mundo do nosso setor quando ele acabar!!!

E para finalizar, foram 100 os itens com aumento das taxas de importação!!!! que beleza...

Alguém já olhou todos os itens???  Dizem que é a primeira leva... pegou 4,5% do total de produtos importados pelo Brasil... pegou até BATATA!!! E em outubro dizem que vão pegar outros 6,5%...

Sabe o que é interessante! as ações da USIMINAS dispararam 18% após o anuncio e mais estranho ainda é que existe uma sala do lado da sala da presidência que é ocupada pelo Presidente da Câmara de Gestão e Competitividade do governo... Sabem quem é ele????

Sabem quanto o governo tem da USIMINAS??

Good question lords!!!  Amigo Sergio Alvares, Será que consigo virar taxista com meu inglês by Joel Santana...

 

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