A China recusa o pedido de Brasil, Estados Unidos, União Europeia e outros parceiros para acompanhar de perto uma briga com o México sobre o setor têxtil na Organização Mundial do Comércio (OMC), num caso que pode ter consequências mais amplas. O México é o primeiro país em desenvolvimento a abrir uma denúncia contra a China na OMC. Reclama que exportações chinesas subsidiadas prejudicaram a exportação de têxteis mexicanos para o mercado dos Estados Unidos, causando prejuízos a seus produtores.
Já a China nunca abriu contencioso contra outro país em desenvolvimento, preferindo buscar solução bilateralmente. Daí a irritação de Pequim com o México, o que teria levado o governo chinês a tomar uma iniciativa pouco habitual de recusar o pedido de praticamente todos os outros países de acompanhar o caso como terceiras partes envolvidas.
A China não deu explicações aos parceiros. Mas na cena comercial, o argumento é que Pequim quer "torcer o braço" do México sem testemunhas, ou seja, fazer ameaças de retaliação. A fase atual é de consultas, e ao fim de 60 dias o México poderá pedir formalmente a abertura de um "painel", ou seja, levar o caso para os juízes.
O interesse brasileiro em torno das exportações têxteis chinesas é evidente, diante da inquietação dos produtores brasileiros com a concorrência dos produtos do país asiático. Sobretudo no contencioso aberto pelos mexicanos, o foco era principalmente acompanhar as várias interpretações de regras da OMC sobre conteúdo nacional, pagamento de subsídios a empresas domésticas, caracterização e quantificação de financiamento local, entre outros temas.
Instalado um painel, a China não poderá mais recusar a participacao de outros países. No entanto, certos negociadores temem que, desde já, o caso trazido pelos mexicanos possa fazer Pequim mudar sua política e começar a fazer denúncias na OMC contra países em desenvolvimento. (AM)
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Temos medo da China parar de comprar minerio, soja, etc.
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