Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Chuva, muito jeans no segundo dia de FR

O segundo dia de Fashion Rio começou debaixo de muita chuva, nessa quinta-feira (07), no Píer Mauá. A Salinas abriu a noite levando para a passarela a cultura indiana nas cores e formas. Os bordados e metalizados foram o ponto forte da marca, dourado e principalmente o prateado, além das cores preto, cinza, laranja, bordô e azul. A estilista Beti Speiski contou que foi à Índia à procura de tecidos e estampas e se deparou com uma greve das mulheres que trabalhavam nas fábricas. "Aquelas mulheres com roupas maravilhosas, saris, tudo muito colorido e brilhante em uma situação de greve, nas ruas, me inspiraram", disse ela, que apresentou formas amplas e desestruturadas com peças de corte e tecidos mais estruturados feitos por jeans, seda, jacquard e tricôs. "Lá fora já é possível ver na passarela como os metalizados estão fortes, até para este verão. O que tentamos foi tirar a suntuosidade do brilho e de estampas e bordados tão luxuosos no contraste com o jeans, com o uso de rasteiras", explicou Beti.

Logo depois, foi a vez da Oh, Boy!, que também viajou longe e levou a Rússia ao FR. Principalmente a história de Vasilisa, um conto macabro russo que virou balé, tudo para a jovem descolada. Segundo Renata Americano, a diretora criativa da grife, que fez balé desde criança até a adolescência “não tem nada mais punk do que praticar balé profissional”, e a marca mais jovem da Sacada apostou na referência russa, nos bordados em jeans sobre jeans, canutilhos aplicados com um efeito 3D com brilho em jaquetas e vestidos. Nos pés, modelos que lembram sapatilhas e as fitas que as bailarinas enrolam no tornozelo. Do balé, também surgiram as plumas, aplicadas ou tricotadas, produzindo vestidos curtos, bolsas e detalhes mais amplos. As modelos usaram maquiagem bem leve, ao natural.

A família Iódice estava toda reunida para o desfile de sua grife: Valdemar, Alexandre e Suely. Adriane Galisteu, mulher de Alexandre, no entanto, foi ausência sentida. Nas passarelas, a grife levou folhagens e galhos, estampas animais e tons da natureza com atmosfera de floresta nórdica na coleção intitulada Caçadoras Noturnas. O inverno da Iódice aparece com modelagens amplas e estruturadas. "Primeiro veio o tema 'floresta'. A partir daí idealizei uma caçadora imaginária. Então criei os cabans (espécie de paletó) bastante utilitários, com muitos bolsos, com mistura de materiais e o jeans, que está muito forte na coleção", disse Valdemar. Sem Galisteu, a estrela da plateia foi Giovanna Antonelli, que foi praticamente ataada pelos fotógrafos e muitos fãs. "Sou fã do Valdemar, amiga da família e torcedora do seu sucesso. Durante o desfile, vi vários looks e falei 'eu quero, eu quero, eu quero'. Gostei principalmente das peças brancas", disse Antonelli, que não parava de comentar os looks com uma amiga ao lado. Uma das convidadas, que estava na última fila do outro lado da sala, desceu correndo e atravessou a passarela só para tirar uma foto com a atriz. "Ela é muito fofa, muito simpática", disse a fã encantada quando voltou ao seu lugar. O jeans foi um ponto forte na coleção, aparecendo em vestidos estruturados de manga comprida e gola alta. Tachas douradas, acabamentos em metal, como zíperes e botões foram quase onipresentes e bem marcados, lembrando os anos 80. Nos tecidos, jacquards, tweeds, cetins e rendas, com estampa digital e a seda devorê. E quanto aos comprimentos, tem para todo mundo, do curto ao longo, com destaque para as saias um palmo acima do joelho. E para quem pensou que o macacão estava com os dias contados, se enganou, ele apareceu com toda sua graça.

Para terminar o dia, o astro da noite, o jeans, surgiu também no último desfile, inclusive no novo nome da grife: Coca-Cola Jeans, novo nome da Coca-Cola Clothing. A marca investiu pesado no marketing e na contratação de seus 'modelos' atores, como Bruna Marquezine, Isabelle Drummond e Kayky Britto - além do top internacionalíssimio Marlon Teixeira, esse sim, profissional das passarelas. É a segunda vez da namorada de Neymar nas passarelas da grife, que teve inspiração no Brasil, suas cidades, a flora e o futebol. Estou nervosa. Mas já desfilei antes. Espero que esteja bacana. Estou bastante feliz de estar aqui hoje", disse a atriz, que claro, abriu o desfile - tirando alguns gritinhos da plateia - usando peças brancas, que diga-se de passagem, não valorizaram muito o corpo da moça, que embora magra e dentro da normalidade, está longe dos padrões das passarelas. O mesmo aconteceu com Isabelle, que deu tchauzinho e riu para os conhecidos. Kayky, mesmo com a famosa barbicha, passou quase despercebido. A marca levou formas amplas, além do jeans em profusão, nos shorts e blusas, mas os tecidos tecnológicos chamaram atenção, como uma mescla gráfica de brancos, pretos e vermelhos, assim como números e letras aplicados, além das estampas de fauna e flora em P&B e coloridos.