Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Cientistas indígenas criam corante de mandioca e blockchain de vestuário

Iniciativas foram vencedoras do edital que reconhece tecnologias inovadoras a partir da biodiversidade amazônica.

O cientista índigena Sioduhi Paulino de Lima criou uma tecnologia que transforma resíduos da mandioca em corante têxtil natural O cientista índigena Sioduhi Paulino de Lima criou uma tecnologia que transforma resíduos da mandioca em corante têxtil natural — Foto: Divulgação
O cientista índigena Sioduhi Paulino de Lima criou uma tecnologia que transforma resíduos da mandioca em corante têxtil natural. Seu colega Joeliton Vargas Moraes usou blockchain para garantir a rastreabilidade e proteção cultural dos grafismos ancestrais de vestuários de grife indígenas. As duas iniciativas foram as vencedoras da quinta edição do edital Elos da Amazônia - Empreendedorismo Científico Indígena.

Segundo Paulo Simonetti, gestor de Inovação em Bioeconomia do Idesam, a presença indígena nas universidades tem crescido, mas isso ainda não se reflete na absorção no mercado de trabalho e o edital é uma forma de mudar esse cenário, gerando renda e também fortalecendo as comunidades.

Os negócios selecionados vão receber um investimento de R$ 2 milhões da ONG para estruturação no mercado.

O ManioColor, projeto criado por Sioduhi, do Amazonas, transforma cascas de mandioca em corantes têxteis naturais, alinhando sustentabilidade e conhecimento tradicional. Produzido artesanalmente em São Gabriel da Cachoeira (AM), é extraído com fogo de lenha em casas de forno tradicionais. A tecnologia reforça a economia circular e fortalece a participação da Amazônia no mercado global de corantes.

Sioduhi disse que precisava de suporte para superar desafios como laudos científicos e a semi-industrialização do tingimento têxtil e, ao ver o edital voltado para empreendedores científicos indígenas, sentiu que era uma boa oportunidade.

"Queremos mostrar que nossas ciências e inovações podem beneficiar toda a sociedade. Fortalecer os povos originários é também fortalecer a cultura, a economia e o tecido social de muitas comunidades", disse o inventor em nota.

Joeliton Vargas Moraes — Foto: Divulgação Joeliton Vargas Moraes — Foto: Divulgação

Usar a tecnologia blockchain na marca de moda indígena Ikaben foi a solução do criador Joelinton para proteger a propriedade intelectual dos grafismos indígenas, assegurando transparência e repasse financeiro direto às comunidades.

“A Amazônia não precisa apenas ser explorada, ela precisa ser respeitada e reinventada. Quem vive aqui conhece as suas necessidades e potencialidades. Com a Ikaben estamos desenvolvendo uma tecnologia que valoriza a arte indígena como uma tecnologia ancestral, garantindo inovação com respeito e assegurando que essa essência resista e prospere pelo mundo”, explicou o cientista.

Foram apresentadas 55 soluções tecnológicas inovadoras que unem sustentabilidade, cultura e negócios para aplicação em cinco Estados da Amazônia Legal. Os projetos foram avaliados conforme critérios de inovação, impacto socioambiental e viabilidade de implementação por especialistas do Idesam, do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) e dos Ministérios da Saúde e dos Povos Indígenas.


https://globorural.globo.com/tecnologia-e-inovacao/noticia/2025/03/...





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