Cinturão da Moda pretende Impulsionar o setor têxtil goiano

[Romildo de Paula Leite]

Goiás produz mais de 60 milhões de peças de vestuário por mês, fabricadas por aproximadamente 8 mil confecções.

Foto: Divulgação I SIC

O setor têxtil em Goiás tem demonstrado um crescimento notável nos últimos anos, consolidando-se como um dos pilares da economia estadual. De acordo com dados de junho de 2024 da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), o segmento de confecção de artigos do vestuário e acessórios registrou um impressionante crescimento de 224,8% no primeiro semestre do ano. Esse desempenho destacou-se entre as principais altas do setor industrial goiano, que, como um todo, teve um aumento de 12,7% em relação a abril de 2023, acumulando um avanço de 11,3% no período.

A produção industrial em Goiás vem registrando 12 meses consecutivos de crescimento, com setores como fabricação de veículos automotores (95,5%) e produção de alimentos (14,0%) também apresentando resultados positivos. A indústria alimentícia, por exemplo, foi responsável por mais da metade do crescimento do setor no estado, refletindo sua relevância econômica. No entanto, o desempenho da indústria têxtil merece destaque, não apenas pelos números impressionantes, mas também pelo impacto na geração de empregos e no fortalecimento de um mercado competitivo e inovador.

Atualmente, Goiás é responsável pela produção de mais de 60 milhões de peças de vestuário por mês, geradas por cerca de 8 mil confecções espalhadas pelo estado. Esse volume colocou o setor em posição de destaque no cenário nacional, alcançando um faturamento superior a R$ 10,6 bilhões em 2022, o que representa 5,5% do total nacional.

Segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI). A indústria têxtil de Goiás conta ainda com o segundo maior polo de moda do Brasil, a Região da 44, localizada no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia. Com quase 16 mil lojas, a região atrai compradores de todo o Brasil e de mercados internacionais, como América Latina, África e Estados Unidos.

“Os excelentes resultados na pesquisa industrial evidenciam a capacidade inovadora e a competitividade das nossas indústrias, impulsionando o crescimento econômico e a criação de empregos”, celebra Joel de Sant’Anna Braga Filho, titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás. Para reforçar ainda mais esse desempenho, o Governo de Goiás aposta em iniciativas como o programa Cinturão da Moda, que alia qualificação profissional e fomento ao empreendedorismo.

Criado pelo Governo de Goiás, o programa Cinturão da Moda é uma iniciativa que visa atender à crescente demanda por mão de obra qualificada no setor têxtil, ao mesmo tempo em que promove a criação de cooperativas para organização e fortalecimento do segmento. Atualmente, o programa está presente em 30 municípios goianos e, a partir de 2025, será ampliado para mais 10 cidades, beneficiando diretamente milhares de pessoas.

“Nosso objetivo é tornar Goiás o maior polo de moda do país. O Cinturão da Moda visa atender à demanda por mão de obra na Região da 44, oferecendo qualificação e infraestrutura para costureiras em diversas cidades do estado”, afirma Joel de Sant’Anna. A população atendida pelo programa têm acesso a cursos profissionalizantes na área de corte e costura, além de suporte para criação de cooperativas. Os produtos confeccionados são comercializados principalmente por lojistas da Região da 44, um dos maiores polos de distribuição do setor no país.

O programa também conta com a colaboração de parceiros como a Associação Empresarial da Região da 44 (AER44), Sebrae, Senai, Sistema OCB, Goiás Fomento e outras empresas do setor. Atualmente, 76 empresários participam ativamente da iniciativa, que busca integrar produção e mercado, garantindo a sustentabilidade econômica do segmento.

Com a ampliação do Cinturão da Moda, o foco também está em aumentar a visibilidade dos produtos goianos no mercado internacional. A indústria têxtil local já conquistou relevância no cenário nacional, mas agora o desafio é expandir a presença global. “Especialmente o crescimento do setor de confecção de artigos do vestuário e acessórios e no setor têxtil , e isso indica que estamos no caminho correto ao investir em programas como o Cinturão da Moda”, reforça o secretário Joel de Sant’Anna.

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