Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Com novos tamanhos, Sutiãs buscam atender necessidades da mulher brasileira

Ana Carolina Negrão

O bojo que fica apertado, o aro de sustentação que não se encaixa abaixo do seio, ou que, quando se encaixa, é preciso recorrer aos serviços de uma costureira para ajustar as costas do sutiã. Para algumas mulheres achar sutiã pode ser uma tarefa difícil. Pensando nisso, empresas que participam da Felinju, em Juruaia (MG), desenvolveram ramificações dos tamanhos P, M e G para atender ao público feminino.

Além dos tamanhos das próprias peças, os sutiãs ganham diferentes bojos:

  • A: para seios menores que as costas;
  • B: para tamanhos proporcionais;
  • C: para tamanho de mama um número maior;
  • D: para tamanho de seio dois números maiores que das costas.

A empresária juruaiense Tânia Mara de Resende é pioneira no ramo de tamanhos especiais de sutiã no Polo de Moda Íntima do Sul de Minas. Há cinco anos, ela adaptou a logística da produção para desenvolver o produto da linha “Medida Íntima”. Os tamanhos foram resultado de pesquisa com mastologista e levaram oito meses para ser desenvolvidos.

“No exterior é muito comum as lingeries com taças A, B e C. Lá são até o DD. Aqui no Brasil só duas empresas faziam essas lingeries e aqui em Juruaia ninguém produzia. Eu via que era uma necessidade do mercado, uma vez que o meu cliente é exigente e a brasileira tem essas misturas de biotipos físicos. Nós temos brasileiras com muito seio e com costas finas, ou com pouco seio e costas largas”, explica a empresária.

Veja como saber o tamanho ideal para o seu corpo — Foto: Divulgação

O estudo de medidas foi realizado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG). A empresa de Tânia teve exclusividade sobre a pesquisa durante um ano e depois desse período replicou o conhecimento por meio de cursos para outras empresas do polo de moda íntima de Juruaia.

Segundo a empresária, a implantação da medida personalizada nas confecções de lingerie é um desafio para as empresas.

“Logisticamente, dentro da produção, em vez de você ter tamanho P, M, G e GG, você quadriplica esse número, porque você tem o M com taça A, taça B e C. No nosso caso a gente fez até a taça C, mas você tem até a D. Na hora de cortar isso na produção, é mais difícil. Mas eu posso dizer que o sutiã que mais vende hoje na empresa é o da medida íntima”, conta a empresária, revelando que a peça íntima com medida personalizada vende 40% mais que as medidas tradicionais.

Ginecologista e mastologista Daniel Heluany ressalta a função do sutiã: “Criado para trazer conforto” — Foto: Ana Carolina Negrão

Segundo a estilista Priscila Roberta de Lima, o tamanho incorreto de sutiã aparece no momento do uso. A mulher sabe que o tamanho é o certo se o fecho das costas ficar reto e o aro de sustentação encaixar abaixo da mama.

“ Se o fecho do sutiã ficar alto nas costas é sinal de que o tamanho está maior”, diz a estilista.

Demanda de mercado

A demanda por tamanhos especiais cresce junto com o número de cirurgias de implante de prótese de silicone no Brasil. Este é o segundo tipo de procedimento mais procurado pelas brasileiras, atrás da lipoaspiração, segundo o médico cirurgião plástico Cássio Vilhena. Para ele, o tamanho do sutiã é uma das reclamações das pacientes depois do aumento de mama.

“Muitas chegam reclamando que não conseguem encontrar um sutiã que se adeque ao tamanho. O comum é o implante de prótese de 300 a 350 mililitros, mas cada vez mais as pacientes procuram por tamanhos maiores e muitas dizem se arrepender de não colocar uma prótese maior”, afirma Vilhena.

“A gente vende mais a taça C do que a taça A, por exemplo. Então isso quer dizer que a brasileira tem os seios maior que as costas. Hoje o Brasil está em segundo lugar em implante de próteses de silicone e isso (a demanda) pode ser por esse motivo. A brasileira aumentou o seio e isso pode ser a razão dela usar de taça C para cima”, pondera Tânia Mara.

 

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