Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Com o dólar alto está valendo a pena comprar roupas no Brasil.

Sacoleiros que faturaram com a classe média e turistas com embarque marcado para Miami estão aborrecidos c/ o choque da escalada do dólar em suas compras

IMG_3161

Dólar deixa roupa mais cara nos Estados Unidos que no Brasil

Não é só o turista com embarque marcado para Miami que está aborrecido com o choque da escalada do dólar em suas compras. Sacoleiros que na última década faturaram com a demanda da classe média emergente começam a desistir do serviço ou migrar para a venda de itens menos abalados pelo câmbio.

Novata no ramo, A.C., que pediu que não fosse identificada, começou a buscar enxoval de criança no ano passado. Mas já desistiu.

Fez sua última viagem aos EUA em janeiro, quando o dólar rondava R$ 2,66 e ela ainda conseguia trazer quilos e quilos de vestidinhos e pequenos macacões para revender colhendo lucro superior ao dobro do custo, sem pagar tributo de importação.

“Agora ficou impossível. Só estou vendendo mercadoria que tinha de viagens anteriores. Até que o câmbio melhore, não tenho previsão de voltar para repor meu estoque”, diz, lamentando o patamar de R$ 3,48 –preço do dólar turismo na sexta (13).

ONDV_Foto_Notícias_0315_Dólar_Caro

DO LUXO AO POPULAR

Para L.F., que fazia da importação informal de itens de luxo sua principal fonte de renda, a solução foi migrar para outro perfil de cliente.

“Comecei há 15 anos, como todo o mundo: trazendo hidratante Victoria’s Secret. Mas percebi que produto de luxo tinha mais lucro. Agora voltei para moda popular, como H&M e Forever 21, que fazem promoções. Mas tem que vender bem mais para ter retorno”, diz a sacoleira, que passou a garimpar coleções antigas em outlets e redes como Ross e Marshalls, famosas pelas barganhas nos EUA.

Para entender os cálculos, a Folha acompanhou L.F. em uma visita a um shopping de luxo paulistano, onde ela costuma comparar os preços dos produtos e até oferecer suas importações aos próprios atendentes de marcas internacionais instaladas no país.

As vendedoras têm discurso uníssono: “Com o dólar alto, está valendo a pena comprar aqui”.

E elas têm razão. Lá, além do câmbio nas alturas, o viajante ainda soma as taxas, que variam em cada Estado, e está sujeito a uma cotação mais salgada se pagar no cartão. No Brasil, por outro lado, é permitido parcelar.

O mesmo casaco que a britânica Burberry vende na loja de São Paulo a R$ 5.095,00, por exemplo, sai por quase R$ 7.000 nos EUA no dólar atual.

“Isso ocorre porque hoje eles têm no Brasil estoque de produtos que trouxeram no ano passado com o dólar bem mais baixo”, diz Douglas Carvalho, sócio da Target Advisors, especializado em negócios no setor de moda.

A Kate Spade, também citada por L.F. como “objeto de desejo” da brasileira, já teve alta de 30% nas vendas das lojas físicas no país neste ano.

“E houve redução de clientes brasileiros em nossas lojas em Nova York e na Flórida”, diz Julian Rizo, presidente da grife na América Latina.

“O produto não é mais barato no Brasil. Tem Imposto de Importação, PIS, Cofins, ICMS e IPI. Na caso da Kate Spade, decidimos não transferir completamente a alta do dólar aos nossos preços no Brasil para não impactar nossos clientes e assumimos parte do custo adicional.”

LIMITE PARA O REPASSE

Para Martin Gutierrez, diretor da área de varejo da JHSF, que abrange nomes como Pucci e Ralph Lauren, o momento é de incerteza porque não se sabe aonde o dólar vai chegar. Mas, ainda que haja reajustes, os preços locais não vão superar em 30% os valores cobrados fora para não afastar o consumidor.

Trata-se do desafio do mercado brasileiro, segundo Filipe Tendeiro, diretor da francesa Longchamp. “Isso também ocorre no mercado russo e em outros emergentes.”

Outra categoria que tem sido achada a preços competitivos no Brasil é a de bebidas, devido às promoções lançadas para combater a desaceleração econômica. O Walmart, por exemplo, tem ofertado uísques Johnnie Walker a valores abaixo do free shop.

Fonte: Folha Mulher

Exibições: 542

Responder esta

Respostas a este tópico

Mas, ainda que haja reajustes, os preços locais não vão superar em 30% os valores cobrados fora para não afastar o consumidor.

Naquela ne?

A grande parte dos produtos de vestuário são importados, se não é importado a peça toda, boa parte da matéria prima. E sabemos bem porque ne?

Com a alta do dolar, estes materiais e/ou roupas tb sofrem reajustes.

Exemplo Real:
Enviei um email para uma confecção nacional de camisetas a 4 dias atrás...no segundo email de resposta as minhas dúvidas a vendedora ja respondeu que as peças receberam reajuste por conta da alta do dolar!

Haviam subido de 10,40 para 11,80...ou seja mais de 30%

Então, não acredito neste tipo de informação.

"até mais e obrigada pelos peixes" ( frase do livro: O mochileiro das galáxias)

Tudo passa numa velocidade espantosa! O dolar 30% mais caro, só diminui a margem de lucro, pois como foi es crito, a sacoleira ganhava o dobro do custo. Quem tem estoque antigo, pode torrar, mas terá que repor e então continuará valendo "importar". Veja os tributos da importação de cosmeticos! Para as sacoleiras esse tributo, nada altera. O nosso custo é que é muito alto. Aí teremos que ser criativos e participar mais das passeatas pacíficas para diminuir o tamanho do estado, liberar a globalização, enfim, participar do mundo atual, sem protecionismos. Estarei sendo utópico?

   As vendedoras têm discurso uníssono: “Com o dólar alto, está valendo a pena comprar aqui”.

Antônio

Acho que não esta sendo utópico não. Eu mesma tenho enfrentado uma verdadeira cruzada em busca 

de solucões para meu estúdio de moda. Eu acho triste que tenhamos a realidade de importaçnao no país porque simplismente não conseguimos produzir dignamente aqui sem termos que vender um produto 100% nacional sem esfolar ninguem. Não é aumentando a tributaçnao que vamos ter incentivo de producnao interna...porque os tributos nacionais são até mais caros se duvidar.

Antonio Silverio Paculdino Ferre disse:

Tudo passa numa velocidade espantosa! O dolar 30% mais caro, só diminui a margem de lucro, pois como foi es crito, a sacoleira ganhava o dobro do custo. Quem tem estoque antigo, pode torrar, mas terá que repor e então continuará valendo "importar". Veja os tributos da importação de cosmeticos! Para as sacoleiras esse tributo, nada altera. O nosso custo é que é muito alto. Aí teremos que ser criativos e participar mais das passeatas pacíficas para diminuir o tamanho do estado, liberar a globalização, enfim, participar do mundo atual, sem protecionismos. Estarei sendo utópico?


hahaha verdade!
romildo de paula leite disse:

   As vendedoras têm discurso uníssono: “Com o dólar alto, está valendo a pena comprar aqui”.

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço