Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Comércio de rua ainda é preferência das classes D e E

IlustrativaSegundo dados divulgados pelo Data Popular, os números do mercado da moda brasileira movimentaram em 2011, R$ 72,9 bilhões, equivalente a um crescimentode 68,4% em 9 anos (2002-2011). Esta mesma pesquisa revela que a nova classe média (os que representam o C na pirâmide social) e os emergentes (classes D eE) impactaram o maior gasto em todo o Brasil, respondendo por 48,4% do total e R$ 35,3 bilhões.

Outro dado interessante é que 58,5% dos emergentes e 47,2% da classe média usualmente fazem estas compras em lojas derua, ou seja, parte significativa deste consumidor prefere estes pontos ao shopping, lojas de departamento, outlets ou galerias de moda. E mesmo no âmbitoda elite (classes A e B) para 38,4% as lojas de ruas são os ambientes usuais nestas compras de confecções.

“A loja de rua ainda é o mais antigo tipo de comércio em Cuiabá, que somente há mais ou menos uma década ganhou outros dois shoppings, o quecontribui para a tradição”,esclarece o diretor da Câmara dosDirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Ademar Vidotti, lembrando que, no entanto, redes de lojas para todas as classes estão também no shopping. “Até por que sabemos que o shopping hoje é também extremamente democrático, as vendas são acentuadas, e em termos de freqüência émuito bom. Atualmente o consumidor classes C, D e E têm carro e se deslocam mais”. A opinião do dirigente lojista é avalizada pelo Data Popular -  49,9% dos emergentes compram suas roupas mais no shopping e na Classe C,61,7%.

Vidotti  acredita que o crescimento percentual neste consumo das classes emergentes e C vai mostrar, ao longo dos anos, maior migração para os shoppings, caso não haja mudanças de planejamento urbano nas cidades. Em Cuiabá, por exemplo, “falta ao Centro e ruas em geral mais segurança, o calor é muito forte, as vagas de estacionamento são poucas”, diz ele, completando que o poder público pode avançar no sentido de mais policiamento, incentivo a abertura de estacionamentos privados, e como o clima é muito quente, mais árvores para que as pessoas possam caminhar sob sombra eclima mais de temperatura mais amena. “Estes são itens substanciais para que aspessoas sintam vontade de vir ao Centro”, enfatiza.

“Em outras cidades brasileiras, muitas vezes, ocomércio de rua é tão atrativo quanto o de shopping, por causa das condiçõesdas ruas e do ambiente ao redor. Há ruas reconhecidas neste sentido. O lojista de Cuiabá está fazendo sua parte com climatização e conforto dentro as lojas,produtos de qualidade, bons preços e marcas tão boas quanto as dos shoppings, mas precisamos melhorar nestas questões de poder público”, lembra ele.

Classes C, D e E sabem o que querem  

Cuiabá e Várzea Grande-MT contam com lojas de roupas, e de diversos segmentos, em bairros que estão fora do centro comercial destas cidades, a exemplo doCristo Rei, CPA, entre outros com perfil C, D e E, o que se mostra uma apostaacertada na atualidade. A preocupação com sustentabilidade em um mercado dealta competitividade, pelo fato de a possível movimentação de pessoas se ateraos moradores da área, tende a encontrar respostas nas estratégias de fazer-se presente na visão dos residentes, pois segundo o Data Popular a freqüência deconsumo de roupas das pessoas em cada classe também vem crescendo. “14,2% daspessoas das classes D e E compram roupa pelo menos 1 vez por mês, e 23,9% acada 3 meses pelo menos. Na nova classe média (a C), 51,4% compram pelo menos 1vez a cada 3 meses, sendo que deste número 17% compra todos os meses”, informaa pesquisa.

Mulher vai mais as compras de roupas. “E, ao contrário da elite, a nova classe média brasileira (a C) tem um pensamento funcional quanto à moda. Além de estar vinculada com autoestima e bem estar,primordialmente, ela está atrelada às suas perspectivas de vida, e principalmente, à profissional. Esta mulher pensa, que para alcançar melhor espostos no mercado de trabalho, precisa estar bem apresentável, e aí entra anecessidade da moda em suas vidas”, explica Renato Meirelles, diretor do Data Popular.

Na hora de comprar as peças, 6 em cada 10 pessoas neste status socioeconômico têm preferência por determinadas marcas. “O poder da marca no universo popular vai além suas roupas dos apelos estéticos. A marcaé uma referência de qualidade, uma garantia de que o produto que está comprando tem durabilidade, e também uma comprovação de que ele melhorou de vida e não éobrigado a usar ‘porcaria”, afirma Meirelles. “A marca é vista por esteconsumidor como ferramenta de inclusão, enquanto na elite é um diferencial, umaforma de obter exclusividade. Ou seja, se o jovem da Classe C adquire um tênisde marca renomada, ele visa apenas fazer parte do meio em que vive e ser aceitosocialmente, enquanto o jovem da elite quer ser o diferente, ele quer aquele tênis que ninguém tem, e por isso vai comprar no exterior”, completa Renato.

Para Vidotti, este é um chamado a melhoria crescente da qualidade na fabricação, onde os executivos de fábrica entendem a cada vez maior consciência dos emergentes, no lugar da velha consideração de que estes gostam de comprar barato sem se importar com a qualidade do produto.“Fabricantes e lojistas já perceberam que a questão preço não é que dita o consumo em sua totalidade, mas a durabilidade, o tipo do tecido, o corte correto e o modelo da roupa, tênis ou acessório”, diz ele. “Notamos que de uns 12 a 10 anos para cá, o fabricante vinha atendendo bem mais a este quesito qualidade. Eisto tem a ver também com: a percepção de direito do consumidor (mais divulgação do Código do Direito do Consumidor – CDC), a oportunidade e acesso deste consumidor a várias marcas de qualidade para comparar umas com as outras,e até mesmo questão e concorrência entre as indústrias, pois o empresário lojista está exigente justamente para atender à exigência de seu público”.

A preocupação com a moda aparece em mais da metade dos brasileiros de cada classe social, que se diferenciam por poucos pontos percentuais. No caso da nova classe média, de acordo com Data Popular, 52,1% já querem estar na moda.

 

 

FONTE: http://www.circuitomt.com.br/editorias/geral/10379-comercio-de-ruaa...

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