Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Comércio Eletrônico desacelera, mas o "Figital" seguirá ditando os rumos do Varejo

Comércio eletrônico desacelera, mas o “figital” seguirá ditando os rumos do varejo

Setor abre 94,8 mil novas lojas em 2022, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio)

Por Ana Paula Ribeiro

O comércio eletrônico apresenta, neste ano, desaceleração na comparação com o forte crescimento de 2020 e 2021, mas essa perda de fôlego não inibe o varejo a seguir apostando nas soluções digitais. Desta vez, porém, o foco é a integração do online com as redes físicas, no chamado “figital”.

Segundo dados da NielsenIQ e Ebit, o comércio eletrônico movimentou R$ 118,6 bilhões no primeiro semestre de 2022, um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021, a expansão foi de 27%, na comparação anual.

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As vendas feitas pelo comércio eletrônico equivalem a quase 13% do total do varejo. A parcela pode ser considerada pequena, se comparada à de países como China e Estados Unidos, em que a penetração é mais do que o dobro da registrada no Brasil.

A expectativa é que, nos próximos anos, o Brasil supere a barreira dos 20% do total no comércio eletrônico, mas isso não será feito em detrimento às vendas registradas pelas redes físicas. Pelo contrário, o objetivo é que as duas estruturas caminhem lado a lado, reforçando de forma constante o modelo “figital”.

Victoria Minatto, analista da Eleven Financial, afirma que as lojas físicas continuarão presentes, mas cada vez mais integradas com o comércio eletrônico. “As lojas não somem, mas se transformam em centros de distribuição ou show room. Algumas até podem otimizar espaços, buscando lojas menores, mas vão continuar [existindo]”, diz.

Os modelos para a implatação para o “figital” são muitos. A loja pode ser utilizada como um mini centro de distribuição, reduzindo o tempo de entrega das compras digitais. O cliente também pode retirar o produto perto de casa, se livrando do frete, e a loja pode ser apenas um show room, para a apresentação de produtos, lançamentos e ações voltadas à experiência do consumidor, entre outros.

A Lojas Renner e Hering, por exemplo, já testam lojas nesses novos modelos. O cliente pode provar as roupas, mas o produto é entregue em casa (ou retirado na loja depois).

“É uma loja compacta, com menor gasto operacional e menor aluguel. E vira um centro de distribuição. As margens ficam melhores. É esse movimento que enxergamos”, explica a analista.

Essa integração se dá no momento em que aumenta o número de lojas do varejo, mais que compensando os fechamentos ocorridos no primeiro ano da pandemia da Covid-19.

Na avaliação de Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, essa integração é algo contínuo, até pelas inovações tecnológicas.

Ao buscar sinergia entre as duas estruturas, o varejo passa a priorizar a eficiência, trabalhando de forma melhor com os estoques. Além disso, passa a ter mais dados sobre os hábitos de consumo dos clientes, o que possibilita a realização de ofertas mais assertivas.

Essa integração também alterou a política comercial das empresas. Se antes o foco era crescimento no digital, com preços mais competitivos e frete grátis para atrair novos consumidores, agora a regra é a racionalidade. “Os juros e o menor crescimento empurraram as empresas para uma maior racionalidade. Se trocou uma agenda de crescimento agressivo por otimização, que é buscar maior lucratividade”, destaca Serrentino.

Mais lojas

O Brasil registrou no ano, até julho, a abertura de 94.861 lojas. O número da CNC (Confederação Nacional do Comércio) leva em conta os dados do Ministério da Economia sobre CNPJ ativos, excluindo MEI (microempreendedor individual).

Fabio Bentes, economista sênior da entidade, explica que não é possível mensurar quantas dessas lojas atuam só no físico ou no digital, justamente por conta dessa integração cada vez maior. “O comércio eletrônico ajuda no crescimento do número de lojas. Não há mais motivo para se pensar em separado. As duas estruturas estão mais entrelaçadas do que nunca”, conta.

A expectativa é que o número de abertura de lojas não supere o desempenho de 2021, quando foram abertas 203.931. As mais de 300 mil lojas abertas entre 2021 e julho de 2022, por outro lado, superam e muito as 31,8 mil que foram fechadas durante o primeiro ano da pandemia.

Ao todo, o Brasil tem 2,5 milhões de estabelecimentos comerciais ativos.

Esse maior número de lojas, no entanto, não significa que as vendas no varejo vão disparar. A CNC revisou a expectativa de crescimento em 2022 de 1,7% para 1,3%.

A desaceleração está ligada ao ciclo de aumento de juros no Brasil. A Selic está em 13,75% ao ano e a expectativa é que continue em patamar elevado até meados de 2023, o eleva o custo dos financiamentos  e retira dinheiro do consumo.

“O ritmo de expansão do varejo está lento. Isso está ligado ao mercado de trabalho. O desemprego até caiu, mas o salário médio real mais baixo”, destaca o consultor.

Fonte: Trademap

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