A EU Textiles Ecosystem Platform tem como objetivo apoiar os intervenientes do ecossistema têxtil europeu na transição verde e digital, reforçar a competitividade e promover a resiliência industrial.
Desenhada como um espaço único de informação, colaboração e partilha de conhecimento, a plataforma está aberta a todos os intervenientes do setor, incluindo empresas, centros de investigação, organizações setoriais, autoridades públicas e sociedade civil, e oferece funcionalidades interativas como fóruns, páginas comunitárias, biblioteca de conteúdos, nomeadamente sobre a atividade legislativa na área, acesso a oportunidades de financiamento e uma secção dedicada a compromissos voluntários (pledges).
«Esta é uma nova ferramenta digital concebida para apoiar as partes interessadas do ecossistema têxtil na transição para uma maior sustentabilidade, digitalização, competitividade e resiliência», afirmou Giulia del Brenna, chefe de Unidade para Têxteis, Alimentação e Retalho da Direção-Geral do Mercado Interno da Comissão Europeia (DG GROW), durante o evento de lançamento que decorreu na manhã de hoje, 16 de maio.
A plataforma surge na sequência da implementação do roteiro para a transição do ecossistema têxtil, promovido pela Comissão Europeia em 2023, que identifica áreas prioritárias para intervenção como a circularidade, gestão de resíduos, design ecológico, passaporte digital de produto e qualificações técnicas.
«Quando veem as nossas ambições, percebem que dependem de todos nós, coletivamente. Não se trata apenas de uma ferramenta digital, mas sim de um compromisso partilhado», sublinhou Giulia del Brenna.
Os utilizadores registados, como explicou Inês Coelho, consultora da EY, entidade responsável pela operacionalização da plataforma, numa demonstração prática, podem personalizar o seu perfil e área de interesse, propor conteúdos como notícias, eventos e relatórios, interagir com outros stakeholders e publicar compromissos públicos, isto é, declarações voluntárias de ações concretas em áreas como sustentabilidade, digitalização ou capacitação, apontou Francesca Monaco, investigadora
no instituyo italiano CSIL.
Além disso, a plataforma alberga páginas comunitárias temáticas que promovem debates orientados sobre tópicos específicos como ecodesign, tecnologias de rastreabilidade, financiamento e boas práticas de circularidade.
«Esta plataforma foi criada para vocês… é vossa para construir, é vossa para moldar», afirmou Francesca Squillante, consultora sénior da EY, que dinamizou o evento.
A colaboração intersetorial e multistakeholder é assumida como pilar estratégico da plataforma. A sua estrutura pretende integrar todos os subsetores do ecossistema dos têxteis, vestuário, couro e calçado, incluindo pequenas e médias empresas, muitas das quais enfrentam desafios acrescidos para acompanhar as exigências regulamentares.
«Não basta a ação dos gestores. Precisamos de ações colaborativas da indústria e dos decisores políticos», salientou Francesca Romana Rinaldi, diretora do Monitor for Circular Fashion, um dos primeiros parceiros institucionais a apresentar pledges na nova plataforma.
Sobre as propostas políticas, partilhou uma antevisão de um documento de posição que será apresentado em junho no Parlamento Europeu. «Vamos publicar recomendações sobre gestão de resíduos, ecodesign, passaporte digital de produto e impacto social. Por exemplo, recomendamos incentivar a reparabilidade, harmonizar protocolos e apoiar o envolvimento de fornecedores através de formação, nomeadamente com ferramentas como esta plataforma do ecossistema têxtil», indicou.
Num painel dedicado às vozes do ecossistema, Carmen Arias, da CEC, salientou que «a plataforma é uma excelente oportunidade para construirmos uma grande família dos têxteis, vestuário, couro e calçado».
Gustavo González-Quijano, secretário-geral da Cotance, reforçou o papel da plataforma como ponte entre empresas e decisores políticos. «Os operadores sentem-se por vezes afastados dos responsáveis pela legislação. Esta plataforma pode ser uma ferramenta de ligação essencial, desde que também funcione nos dois sentidos: que a Comissão ouça o que o setor tem a dizer», sublinhou.
Paola Viniello, project officer da Euratex, chamou a atenção para a fragmentação de iniciativas, apontando que «em vez de criar mais uma plataforma, devemos trabalhar juntos para dar forma a esta. A boa notícia é que há apetite. O potencial está lá».
Já Lutz Walter, secretário-geral da Textile ETP, que tem experiência na gestão de plataformas, foi pragmático. «Uma plataforma pode tornar-se um espaço aborrecido se não for alimentada. O segredo é tornar a informação relevante e de fácil acesso, especialmente para as PME, que têm poucos recursos e pouco tempo», resumiu.
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