Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comitiva têxtil e do vestuário é recebida pelo Senador Aloísio Nunes, em SP

Integrante da Frente Parlamentar, senador defenderá setor no Congresso

O presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, e o secretário executivo, Haroldo Silva, participaram da comitiva que esteve em audiência com o Senador Aloysio Nunes Ferreira, integrante da Frente Parlamentar Têxtil e do Vestuário, em são Paulo. Estiveram presentes, também, o diretor- superintendente da ABIT, Fernando Pimentel, o presidente do Sindicato de Especialidades Têxteis, Paulo Schoueri, e o diretor secretário do Sinditêxtil-SP, Oswaldo Oliveira filho.

O presidente do Sindivestuário entregou ao senador uma carta com uma série de informações sobre o setor e fez um apelo à sua defesa, em Plenário, do Setor Têxtil e do Vestuário (carta abaixo).

“O objetivo do encontro foi apresentar ao Senador as ações do Sindivestuário; falamos sobre a importância do setor na economia nacional como um dos maiores geradores de empregos ao País; e  discutir os sérios  problemas enfrentados pela cadeia produtiva do vestuário brasileiro”, resumiu o presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah.

Mostrando-se bastante receptivo e sensível aos problemas do setor, o  Senador recebeu em seu escritório paulista os integrantes da Comitiva Têxtil e do Vestuário. Aloysio Nunes fez uma série de críticas ao comportamento do Governo Federal, notadamente aos elevados custos da energia no País e o aumento do valor repassado pelo Brasil ao Paraguai, na hidrelétrica de Itaipu. “Triplicamos o valor pago ao Paraguai!”, indignou-se. “Isso de saída já gera um problema que afeta diretamente o setor produtivo brasileiro”, disse, apoiado pelos empresários têxteis e do vestuário.

Ronald Masijah comentou que o empresariado tem de competir com três fatores: a guerra fiscal, as importações asiáticas e as empresas que aderiram ao Simples (que tem uma carga tributária diferenciada das demais). 

“São dois tipos de empresas: as no Simples e as fora do Simples. O setor vive hoje a “síndrome de Peter Pan”, ou seja, ninguém quer crescer. E fragmentado somos mais vulneráveis interna e externamente”. Concluiu defendendo que tenhamos um Simples para todos os setores intensivos em mão de obra.

O Senador Aloísio Nunes comentou que em recente pronunciamento, a Presidente, Dilma Rousseff, afirmou que o Governo Federal estaria conversando com os setores produtivos sobre a desoneração da folha de pagamentos.  Mas ouviu dos integrantes da comitiva que o programa do Governo é equivocado, já que não distingue os setores cujo custo do trabalho é o mais importante.

 “Se há uma pequena redução no custo da mão de obra num setor intensivo como o vestuário logo aparece uma melhora no preço final ao consumidor, o que não acontece com outro automatizado, repleto de máquinas – ai sim gera somente queda na arrecadação, não aumento no emprego”, disse Masijah, que lembrou o recente aumento de arrecadação no  Estado de São Paulo com o diferimento de ICMS de 12% para 7%.

Lembrando que o Brasil é o 5º maior produtor têxtil do mundo,  diretor da ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil, Fernando Pimentel, sugeriu que se criasse sistema geral de Simples, para todas as empresas, por um período de 20 anos. O senador apoiou a idéia em um gesto de “sim” com a cabeça e pediu simulações para avançar na discussão e na defasa da tese.

Ao final do encontro, o Senador Aloísio Nunes Ferreira, confirmou sua predisposição em apoiar e defender o setor têxtil e vestuário atuando no Senado, mais precisamente na Frente Parlamentar de Defesa do Setor Têxtil e Vestuário, recém-criada no Congresso Nacional, batizada de Frente Mista José Alencar, em homenagem ao ex-vice-presidente, recentemente morto.

A íntegra da Carta entregue pela Sindivestuário ao Senador Aloísio Nunes Ferreira:

 


 

São Paulo, 13 de maio de 2011

 

Excelentíssimo Senhor

Dr. Aloysio Nunes Ferreira

Senador da República Federativa do Brasil

 

Assunto: O Perfil, os Desafios e o Potencial da Indústria Têxtil e do Vestuário Brasileira e Paulista

 

Senhor  Senador,

 

O Sindivestuário é uma entidade paulista que representa 10 mil empresas do Vestuário, distribuídas por todo o Estado. Nessas indústrias, trabalham formalmente 480 mil colaboradores. Vários deles tiveram – e têm – no setor têxtil e do vestuário a grande oportunidade de entrar no mercado de trabalho, pois essa indústria é a segunda maior geradora do primeiro emprego no Brasil.

Em termos nacionais, para competir na economia global, o setor vem investindo anualmente US$ 1 bilhão em máquinas, equipamentos, novas estruturas, design, treinamento e capacitação nos últimos dez anos. Mas, no último ano, em particular, esse valor chegou à casa dos US$ 2 bilhões.

De outro lado, a despeito da despropositada valorização do Real, sobretudo recentemente, o setor ainda mantém uma estratégia exportadora e, paralelamente, abastece grande parcela do mercado interno, sendo um dos maiores colaboradores no controle da inflação, com alta acumulada em apenas 25% (Fipe-USP), desde o início do Plano Real; verdadeira âncora do Real.

Não obstante as conquistas, os desafios para o setor estão presentes e preocupam muito. Os principais são conhecidos, porém diante da concorrência internacional imposta de forma nem sempre leal, eles se acentuam. Notadamente, a carga tributária, o elevado custo do capital e o câmbio formam um trinômio perverso para o emprego num setor no qual 60% das empresas têm até 49 colaboradores, portanto micro e pequenas plantas produtivas.

Além disso, no vestuário 72% de sua mão de obra são mulheres, das quais pelo menos 40% delas são chefes de família, com isso pode-se perceber o que políticas públicas – que têm seus méritos, mas que deveriam ser suportadas igualmente pelo conjunto da sociedade, não apenas pelo empregador – podem provocar em termos de custos e de perda de competitividade para o setor no âmbito internacional.

Paralelamente, muitas são as ações em curso para que o setor possa superar esses óbices. Tanto em conjunto com os Governos Estaduais, com o Governo Federal e com os Legislativos e o Judiciário, o Sindivestuário – junto com outras instituições empresariais locais e nacionais – propõe Políticas Públicas que possam, de fato, levar ao Desenvolvimento Sustentável Indústria Têxtil e do Vestuário.

O propósito maior dessas medidas, além de promover o desenvolvimento do setor, geração de emprego, renda e tributos, é o de ampliar a participação brasileira no comércio mundial de têxteis e de confeccionados, além de preservar nosso mercado doméstico, um dos ativos mais disputados atualmente.

Por fim, com o objetivo de demonstrar ao ilustre Senador – no qual depositamos expectativas de ser um dos mais importantes interlocutores da indústria do seu Estado e do Pais, junto ao Congresso – os principais temas que permeiam essa promissora indústria, anexamos um documento que detalha nossas proposições, de forma a subsidiá-lo para o embate que passa, indubitavelmente, pelo Parlamento brasileiro.

          

Com préstimos de estima e consideração,

Ronald Moris Masijah

Presidente

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