O jornal O Estado de S. Paulo publicou editorial no último dia 13 de agosto exigindo medidas mais rigorosas do Governo Federal em prol da defesa dos produtores nacionais.
Medidas como o antidumping têm sido facilmente burladas e a prática de triangulação nas exportações com origem na China são cada vez mais comuns.
Quem trabalha no dia-a-dia do comércio exterior sabe que são criados quase diariamente subterfúgios para fugir do antidumping. Alguns desses subterfúgios são bastante inteligentes e podem ser até vistos com bons olhos a partir de determinados pontos de vista: muitas mercadorias têm chegado ao Brasil ainda desmontadas e com peças em embarques separados. A estratégia de somente montar o produto final no Brasil tenta driblar o antidumping e garantir menores preços diante da concorrência.
Ou seja, a situação é muito complexa e deve ser avaliada com cuidado para não gerar prejuízos para a sociedade. Afinal, importadores e fabricantes brasileiros dependem de normas claras para sobreviver no competitivo mercado atual.
O que precisamos entender, afinal, é se as ações exigidas pelo jornal e o que tem sido defendido pelo Governo Federal são legais, importantes, necessárias e se valem a pena na ótica da maioria da sociedade.
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Estadão pede mais rigor na defesa comercial
Texto publicado no último dia 13 de agosto.
O jornal O Estado de S. Paulo publicou editorial no último dia 13 de agosto exigindo medidas mais rigorosas do Governo Federal em prol da defesa dos produtores nacionais.
Medidas como o antidumping têm sido facilmente burladas e a prática de triangulação nas exportações com origem na China são cada vez mais comuns.
Quem trabalha no dia-a-dia do comércio exterior sabe que são criados quase diariamente subterfúgios para fugir do antidumping. Alguns desses subterfúgios são bastante inteligentes e podem ser até vistos com bons olhos a partir de determinados pontos de vista: muitas mercadorias têm chegado ao Brasil ainda desmontadas e com peças em embarques separados. A estratégia de somente montar o produto final no Brasil tenta driblar o antidumping e garantir menores preços diante da concorrência.
Ou seja, a situação é muito complexa e deve ser avaliada com cuidado para não gerar prejuízos para a sociedade. Afinal, importadores e fabricantes brasileiros dependem de normas claras para sobreviver no competitivo mercado atual.
O que precisamos entender, afinal, é se as ações exigidas pelo jornal e o que tem sido defendido pelo Governo Federal são legais, importantes, necessárias e se valem a pena na ótica da maioria da sociedade.
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Mais rigor na defesa comercial - O Estado de S. Paulo
Com a inédita proibição do ingresso no País de ímãs fabricados na China, mas exportados por uma empresa de Taiwan, que utilizava falsa documentação de comprovação de origem do produto, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) inicia uma nova etapa do combate a uma prática utilizada por exportadores chineses para burlar as medidas antidumping decididas pelo governo brasileiro.
Logo depois de impostas as sanções por práticas desleais de comércio a determinados produtos originários da China, as exportações desses mesmos produtos a partir de outros países - asiáticos e latino-americanos, inclusive parceiros do Brasil no Mercosul - aumentaram de maneira anormal, o que tem levado empresários brasileiros de um número cada vez maior de setores industriais a denunciar ao governo essa prática, conhecida como triangulação.
A proibição da entrada no País de ímãs de ferrite procedente de Taiwan foi determinada em portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC e se aplica às exportações de uma única empresa, em cujas operações o Departamento de Negociações Internacionais da Secex constatou fraudes. O valor exportado por essa empresa é pequeno, representando apenas 1,5% do total de US$ 7,7 milhões que o Brasil importou em ímãs de ferrite em 2010.
Mas a medida tem significado especial, pois é a primeira punição desse tipo adotada pelo governo, que anunciou a extensão de suas investigações para todas as exportações originárias de Taiwan e também para as operações suspeitas de outros países. Isso será feito mesmo que os demais exportadores não tenham sido citados pela empresa brasileira que, considerando-se prejudicada pela concorrência desleal dos produtos chineses, solicitou a investigação do governo.
"As medidas de combate à fraude de origem marcam uma inflexão na política de defesa comercial, uma vez que o MDIC está indo além do que foi pedido pela indústria, ao estender a suspensão de importação para outras origens", disse o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, ao comentar a punição imposta pela Secex. A titular da Secex, Tatiana Lacerda Prazeres, disse ao jornal Valor que a proibição da entrada de ímãs originários de Taiwan "é um avanço, um passo além das medidas que adotávamos até agora".
Era necessária, de fato, a adoção de sanções mais eficazes de defesa comercial, como vinham reclamando com insistência crescente empresários de diferentes setores. A lentidão das investigações e, sobretudo, da aplicação de punições mais efetivas para conter a prática cada vez mais frequente da triangulação por exportadores chineses já preocupava esses empresários prejudicados pela concorrência desleal.
Um caso antigo é o das exportações de calçados chineses por outros países, como Malásia, Cingapura, Vietnã e Hong Kong, para evitar a sobretaxa imposta pelo governo brasileiro ao produto originário da China. Após a punição, diminuíram as importações da China e aumentaram, praticamente na mesma proporção, as dos demais países. Em junho, o ministro Fernando Pimentel anunciou a decisão do governo de abrir um processo de investigação das exportações de calçados chineses.
Em maio, o governo confirmara o início da investigação da prática de triangulação nas exportações de cobertores de fibra sintética fabricados na China, tendo como alvo da investigação dois parceiros do Brasil no Mercosul, Uruguai e Paraguai. O aumento das exportações a partir dos dois sócios menores do Mercosul coincide com as fases do processo antidumping iniciado pelo governo brasileiro contra os cobertores chineses. Em julho, o Estado mostrou que também a Argentina pode estar sendo utilizada pela China para a prática de triangulação.
Além de calçados, ímãs e cobertores, outros produtos chineses podem estar entrando no Brasil por meios fraudulentos. Queixam-se dessa prática ilegal fabricantes brasileiros de alto-falantes, de escova de cabelo e de armações de óculos. À medida que o governo intensificar as investigações, mais produtos chineses poderão sofrer a punição agora aplicada aos ímãs.
Fonte do texto publicado pelo Estado de S. Paulo em http://www.interface.eng.br/dicas-integra.asp?id=657
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