Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Em 2012, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), juntamente com a Abit, decidiu implantar um Programa de Inovação visando as empresas que produzem roupas profissionais - uma iniciativa inédita do governo federal no setor têxtil. Após entrevistas e visitas a cada empresa inscrita, somente 20 foram selecionadas, de diferentes regiões do País, para a maratona de 17 módulos com 272 horas de capacitação e 1.022 horas de trabalho. Dois anos depois, com aulas ministradas na sede da Abit - praticamente um MBA gratuito, o Programa de Inovação encerrou as aulas presenciais no último 16 de julho, mas os “empresários-estudantes” têm até 30 de agosto para entregar um Plano Estratégico individual de suas empresas à ABDI.  “Daqui cinco anos existirão dois tipos de empresas: as inovadoras e as mortas”, declarou enfaticamente Valter Pieracciani, sócio da consultoria contratada para coordenar os módulos, em seu discurso no último dia de aula. 

 Valter Pieracciani, sócio da consultoria contratada para coordenar os módulos

Isso aqui é o começo e não o final. Tenho certeza que todos aqui mudaram sua visão sobre inovação. E, apesar de todas as dificuldades de se produzir no Brasil, precisamos lembrar que um avião nunca decola com o vento a favor”, disse o presidente da Abit, Rafael Cervone, em sua fala aos empresários. Cervone ainda elogiou a iniciativa do grupo em manter contato entre eles e a criação de um Grupo de Inovação da Abit, que deve fazer parte do Comitê de Uniformes Profissionais. “Esse grupo de empresas alcançou um grau de maturidade que é único, principalmente por ser todas do mesmo segmento. Tenho certeza que o setor de roupas profissionais do Brasil estará em outro patamar, em alguns anos”, concluiu ele.


Rafael Cervone, presidente da Abit 

Para o especialista de projetos da ABDI, Caetano Ulharuzo, o Programa de Inovação está inserido dentro das diretrizes apontadas pelo Plano Estratégico para o Setor Têxtil e de Confecção, projetado para até 2023, estudo coordenado pela ABDI em parceria com vários organismos do governo e com a participação das entidades de classe e da academia. “Identificamos que o segmento de roupas profissionais é o que agrega mais tecnologia e pode gerar uma alavancagem nacional e internacional de mercado”, disse Ulharuzo que, afirma ser possível repetir o mesmo curso para outras empresas, contudo com fornecedores e clientes de roupas profissionais, visando o mesmo grau de inovação em toda essa cadeia. O especialista da ABDI informou que, a partir da análise de cada Plano Estratégico, a Agência irá atuar no sentido de viabilizar as inovações pretendidas pelas empresas.


Participantes do curso discutem soluções durante oficina

O representante dos alunos, Roberto Yokomizo, da YKZ Confecções, agradeceu em nome de todos os empresários à ABDI e à Abit, além dos consultores que ministraram o curso. “Participamos muito, entramos colegas e saímos amigos. É fundamental contar com o apoio da Abit para continuar esse vínculo. Já temos até uma agenda em comum.  Nenhum de nós é o mesmo de um ano e meio atrás. Hoje temos uma visão de futuro” declarou Yokomizo.

Confira, a seguir os depoimentos de algumas empresas participantes do Curso:

Confecções Fidalga, Paulo César R. Costa – “Esse curso me deu muito conhecimento, energia, gás para inovação. É um desafio passar tudo isso para toda a empresa, mas tenho conseguido em pequenas doses. Nossa empresa tem 34 anos e o mercado mudou muito desde 1980. Creio que já consegui implantar mais de 30% do que vi aqui, e em breve 100% estará implantado. Minha expectativa é que em dez anos minha empresa se transforme numa referência nacional em roupas profissionais. Existe vontade e espaço”.


Paulo César Costa, confecções Fidalga

YKZ Confecções, Roberto Yokomizo – “Assim como todos os colegas empresários, a gente fica muito preocupado no dia a dia, acaba ficando isolado e sem tempo de pensar no futuro, ter novas ideias. Aqui no curso, percebemos que os problemas são comuns e, embora concorrentes, podemos nos unir para compartilhar projetos. Tenho aplicado o que aprendo aqui todos os dias na minha empresa e minhas reuniões são elogiadas pelos funcionários. É uma nova cultura dentro da empresa em que todos são provocados a praticar a criatividade e como transformar isso em negócio real. Existe um novo ar na empresa, existe ânimo. A carga tributária, o custo Brasil, tudo isso a gente vai contornando com agregação de valor. Se aprendermos a voar com vento contra, quando ele estiver a favor a gente vai ganhar velocidade”.


Roberto Yokomizo, da YKZ Confecções

Emprefour, Dayse Levy – “Aprendi que o processo de inovação se dá em todas as áreas da empresa: no produto, no processo, na gestão. Alcança toda a estrutura empresarial e se torna algo que faz parte de todos. A inovação vai se tornando automática, pois muda o seu modo de pensar. O grande desafio reside aí: conseguir o engajamento de todos os colaboradores, ter disseminadores em cada setor. Queremos ser a confecção do futuro”.


Dayse Levy, Emprefour

Moais, Kelly Cristina da Silva – “Eu tive muitas experiências aqui no curso. Sou gerente, não sou proprietária da empresa, mas a direção ficou muito envolvida e tive oportunidade de trazer dois diretores para participarem de alguns módulos.  A gente muda a forma de enxergar inovação. Sou a multiplicadora dentro da empresa já ocorreram mudanças. É importante esse comprometimento da liderança. Digo, para quem se inscrever para o próximo, que é surpreendente o quanto o curso agrega no dia a dia, a sensibilização é imediata. Esse Programa não pode parar”.


Kelly Cristina da Silva, Moais 

Rota Confecções, João Guariglia – “Quando vi a proposta desse curso, sabia que tinha que vir pessoalmente, junto com minha irmã e sócia. Nem pensei em mandar funcionários. É difícil se afastar da empresa, tirar horas para se dedicar às aulas, às tarefas, mas compensa. Acho que já implantamos de 60 a 70% de tudo que aprendemos aqui, pois você muda mesmo a visão inovadora e nossa empresa não é mais a mesma de dois anos atrás. Esse curso nos ajuda a ver daqui cinco e dez anos, repensar o seu negócio e mudar os planos. E nos mudamos. Inclusive adquirimos um novo prédio, novas instalações, alterando as rotas da Rota Confecções. A gente não pode parar, inovação é para sempre e contamos com o Apoio da Abit, nessa iniciativa fantástica”. 


 João Guariglia,  Rota Confecções

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“Daqui cinco anos existirão dois tipos de empresas: as inovadoras e as mortas”, declarou enfaticamente Valter Pieracciani, sócio da consultoria contratada para coordenar os módulos, em seu discurso no último dia de aula.

E, apesar de todas as dificuldades de se produzir no Brasil, precisamos lembrar que um avião nunca decola com o vento a favor”, disse o presidente da Abit, Rafael Cervone, em sua fala aos empresários.

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