A indústria têxtil tem um outro e difícil desafio pela frente: a concorrência com produtos estrangeiros. Diante do crescimento do consumo de produtos têxteis no país e da incapacidade do parque nacional de acompanhar esse aumento no mesmo ritmo, os importados, especialmente da China, ganharam força no mercado doméstico. Isso criou um déficit comercial para o setor, que só neste ano deve bater na casa dos US$ 6,13 bilhões, conforme as previsões da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
Nas contas do presidente da Abit, Rafael Cervone, o consumo aparente nacional de vestuário gira em torno de 1,3 milhão de toneladas por ano e, nos próximos dez anos, deve saltar para algo próximo de 2,1 milhão de toneladas anuais. "O desafio é o seguinte: a demanda cresceu no varejo a dois dígitos e a produção industrial não acompanhou. Essa boca de jacaré que abriu ficou para o importado. A questão é vencer essa concorrência desleal com os asiáticos", explicou.
Alta do dólar - Segundo ele, o quadro melhorou um pouco com a escalada do dólar frente ao real. "Isso desacelerou o crescimento das importações, mas elas continua crescendo. O fato das compras externas desacelerarem um pouco traz uma oportunidade de US$ 700 milhões a US$ 800 milhões só neste ano, caso o consumo interno se mantenha, o que não é provável com aumento da taxa de juros, cerceamento do crédito, aumento do endividamento da população, dos custos com energia e água e das despesas das famílias", analisou.
Outra dificuldade é a crise hídrica. "O setor têxtil vai lidar com mais dificuldade que outros setores porque lá atrás nos anos 1990 foi o primeiro a iniciar projetos de produção mais limpa, de prevenção à poluição e redução de uso de recursos naturais", lamentou o presidente da Abit. De acordo com ele, nos últimos dez anos, para cada quilo de tecido produzido eram gastos 100 litros de água. Atualmente, a cada 1 quilo de tecidos se usam 10 litros de água, 90% de redução. "Agora ficou mais difícil se ter um ganho e por isso o setor vai sofrer mais, especialmente os segmentos de tinturaria e jeans", disse.
FONTE: http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?id=149680
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