Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Condenação do grupo Riachuelo revela o adoecimento das trabalhadoras da moda

O grupo Riachuelo foi condenado a pagar pensão vitalícia a uma de suas ex-funcionárias em mais uma ação que revela as precárias condições de trabalho impostas às costureiras que produzem para as grandes marcas da moda.

A condenação descreve um ambiente de trabalho em que a exigência de metas de produção ocorria mediante abusos físicos e psicológicos. Segundo seu relato, a costureira era pressionada a produzir cerca de mil peças de bainha por jornada. A meta, por hora, era colocar elástico em 500 calças ou costurar 300 bolsos. Na ação, a funcionária diz que muitas vezes evitava beber água para diminuir suas idas ao banheiro. Idas que, segundo ela, seriam controladas pelo encarregado mediante o uso de fichas.

A ação foi contra a Guararapes Confecções, indústria de roupas do grupo Riachuelo, condenada a pagar uma pensão vitalícia à costureira lesionada devido às atividades exercidas na empresa. A ex-funcionária desenvolveu Síndrome do Túnel do Carpo, que provoca dores e inchaços nos braços. A ação aponta que a trabalhadora teve a sua capacidade laboral diminuída devido ao ritmo de trabalho exaustivo demandado pela fábrica potiguar, onde são confeccionadas peças de roupa vendidas pelas lojas da Riachuelo.  

  O Tribunal Superior do Trabalho definiu, em dezembro de 2015, que a Guararapes deve pagar o equivalente a 40% da última remuneração da costureira enquanto durar a incapacidade, além de 10 mil reais a título de indenização. A pensão vitalícia pode se prolongar até que ela complete 70 anos. Segundo a funcionária, as idas ao banheiro eram controladas pelo encarregado Outro abuso relatado no processo, que teve início em 2011, foi o atendimento médico...

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Acredito ser fundamental este controle das condições de trabalho seja ela em que setor for! Hoje temos um foco forte nos setores cível e têxtil.

Especificamente no nosso querido setor têxtil só acho muito contraditório a questão pois milhares de roupas importadas não passam por nenhum controle que garante que chegaram ao nosso país sem ter sido oriundo de trabalho escravo no exterior

Hoje esta dificílimo conseguir oficina de costura! não temos mais mão de obra para tal. Vá a uma unidade do Senai têxtil. É de assustar a falta de interesse em seguir carreira no nosso setor.

Ahhh J.J mas você esta falando de costureiras!

Não!!

Falo de costureiras, técnicos, engenheiros... nós vamos sofrer fortemente uma falta de profissionais capacitados no nosso setor!!

Tivemos os bolivianos que vieram para cá e povoaram as confecções! Agora eles costuram só por conta! Vá ao Bras em São Paulo e percorra os milhares e milhares de boxs da feirinha! São só bolivianos que dominaram o lugar! já são maioria frente aos chineses.

Lojistas estão fechando pois não conseguem mais concorrer e bancar o aluguel de lojas, luvas, funcionários... alguns para sobreviver também estão indo para a feirinha.

Assim concordo com o controle sobre as condições de trabalho, mas acima de tudo o governo deve trabalhar para melhorar a competitividade das industrias com queda de impostos, incentivo a exportação, controle de importados, incentivos na educação em nível técnico para termos profissionais no futuro e coerência nas decisões tomadas. Por que o que vale pra um muitas vezes não vale para outro...

Absurdo! Deve-se ter mais rigor por parte dos órgãos competentes no que tange a fiscalização ás condições de trabalho em qualquer empresa de qualquer segmento. É salutar que os empresários tenham o conhecimento de que os funcionários são o maior patrimônio de uma empresa. 

A pensão vitalícia pode se prolongar até que ela complete 70 anos.
Enquanto não houver incentivos da parte do governo, vamos ver muitas indústrias de confecções fechando as portas. Os incentivos à importação e os altos impostos deixam as indústrias de confecções frágeis. Daí a intensidade de cobrança de quem não tem nada a ver, os menores. Produzem cada vez mais e por muito menos. A mão de obra está cada vez mais difícil em todas as áreas de confecção.
Já manifestei minha opinião em post anterior sobre o assunto, somente ratifico que a escolha do país no tipo de industria que pretende desenvolver, deve ter leis trabalhistas e decisões equilibradas e não tendenciosas.

Não poder controlar a produção de uma linha de manufatura é entender que seu funcionário possui o mais elevado nível de educação, ética e profissionalismo, ainda não obtido em qualquer local. A não ser não obras socialistas utópicas.

Então um vendedor de imóveis , de produtos bancários , de atendentes de telemkt, CEOs, Gestores de empresas, não podem ser cobrados pelo resultado de suas atividades; assim como a costureira não pode ser cobrada por sua produção.

Se a gestão não pode ser por mérito, então, como será? Por meios políticos ?

Nenhuma instituição que tem sua sobrevivência apoiada em resultados pode ter vida longa sem a meritocracia.

Governos sobrevivem, instituições sustentadas por verbas públicas, também...e para isso cobram uma alta taxa tributária. Então como pedir redução de impostos e apoiar a produtividade baseada em "cada um conforme sua capacidade e para cada um conforme sua necessidade"?

Sinto dizer, mas a continuar esse pensamento que não se pode controlar produção ou exigir sua correta quantidade (aí os engenheiros de produção podem ser aplicados, e quem não souber algo sobre estudo do trabalho, vale a pena ver sobre isto) caminhamos a passos largos para a redução da indústria de confecção à pequenas empresas que atenderão às necessidades sociais locais e de baixo volume de produção e aplicação tecnológica ( teremos oficinas artesanais , um tipo de troca, como os índios faziam com Cabral, mas não uma industria competitiva globalmente ou inserida em qualquer cadeia produtiva global).

Não podemos pedir redução de impostos , se por outro lado necessitamos de verbas públicas para subsidiar nossa incapacidade de sermos produtivos > no contexto que estamos comentando, os empresários não respondem por essa parcela, se são obrigados a possuírem plantas industriais onde não podem controlar o ritmo produtivo.

E falar que os supervisores são incapazes...e ressuscitar a figura do capataz ... é no mínimo ingenuidade de quem nunca precisou controlar e tirar resultados de uma linha de produção que tem que entregar no prazo e faturar corretamente para poder pagar a folha de funcionários .

E reitero: não sou dono de nenhuma fábrica, nem empresário do setor. Acompanho a vida de muitos destes...e digo... a maioria mantêm suas plantas industriais por teimosia, por não poder fechar suas portas,pela história que possuem ou muitas vezes pelo respeito que possuem por aqueles que trabalharam com ele ao longo de uma vida.
Se todos fizessem suas contas, e tiverem que cumprir tudo o que se propõe para uma industria no Brasil (retorno sobre o capital investido, leis, tributos, taxas, contenciosos, riscos e passivos trabalhistas ) não iriam permanecer abertos por muito tempo.

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