Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Rafael Jacinto/Valor / Rafael Jacinto/ValorNem dólar mais caro impediu recuo na produção de roupas no país em 2013, que sofre com a concorrência da Ásia

A indústria de confecção deve encerrar o ano com recuo de 2,5% na produção no Brasil e de 15% somente no Estado de São Paulo, em volume, segundo o Sindicato das Indústrias de Vestuário e Confecção do Estado de São Paulo (Sindivestuário). E para 2014, o horizonte do setor permanece bastante nublado, diz Ronald Masijah, presidente da entidade.

Segundo Masijah, Carnaval tardio, Copa do Mundo e eleições farão do próximo ano um período crítico para a indústria de confecções. "No nosso setor, o ano não começa antes de Carnaval. A Copa prejudicará as vendas no varejo e toda incerteza política do período eleitoral deve fazer as empresas adiarem investimentos", diz.

O Sindivestuário projeta que, juntamente como setor têxtil, a indústria de confecções no Brasil vai faturar cerca US$ 58 bilhões este ano, no mesmo ritmo de retração em volume de peças (2,5%). Segundo Masijah, esse fenômeno vem se repetindo ao longo dos últimos anos porque as companhias não estão conseguindo subir os preços.

A forte concorrência com produtos asiáticos é o principal motivo disso. Masijah diz que a indústria local tem baixíssima competitividade em custos em relação aos produtos importados. A situação é tão delicada que nem a valorização do dólar este ano foi capaz de reverter o crescimento do déficit na balança comercial do setor.

Em 2012, o déficit foi de US$ 4 bilhões e este ano será de US$ 5 bilhões, de acordo com projeções do Sindivestuário. "O importador reduziu um pouco a sua margem, mas não deixou de importar", afirmou Masijah.

Para ter efeito positivo imediato, o setor de confecções calcula que o câmbio precisaria ir ao patamar entre R$ 2,70 e R$ 2,80.

No ano passado, o setor pediu ao governo federal um regime tributário diferenciado que, na prática, incluiria todas as confecções no Simples, independentemente de porte. "O que acontece hoje é que as empresas não crescem para não sair do Simples. Vão terceirizando a produção. Mas sem crescer, as empresas não conseguem as economias de escala necessárias para melhorar a competividade", diz.

Até agora, não há definição sobre a questão do regime tributário diferenciado para o setor.

Segundo Masijah, a situação de São Paulo é particularmente pior por causa da disputa com Estados onde há incentivos fiscais, como Santa Catarina, Ceará e Goiás.

Com cerca de 26 mil empresas, 85% delas de porte pequeno ou micro, o setor de confecções emprega hoje 1,6 milhão de pessoas no Brasil. Cinco anos atrás, era responsável por 2 milhões de empregos e contava com 30 mil empresas.

Se as condições de competitividade para a indústria não mudarem, Masijah prevê que o setor de confecções terá uma sobrevida de até oito anos no Brasil e de três anos no Estado de São Paulo, no máximo. "O governo só vai se preocupar com isso quando o emprego perdido na confecção não conseguir ser reposto no varejo ou serviço. Tenho um sentimento de que, após as eleições, essa bomba vai explodir", diz o representante da entidade, que é dono da fabricante de moda íntima Darling.

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Se as condições de competitividade para a indústria não mudarem, Masijah prevê que o setor de confecções terá uma sobrevida de até oito anos no Brasil e de três anos no Estado de São Paulo, no máximo.

nao e so desencargo tributario se o desencargo social nao vier junto nao adianta nada, nos pagamos o valor de uma mao de obra da suissa e temos uma mao de obra de moçambique e olhe la se nao pior, nos so trabalhamos 44 horas semanais destas pelo menos 20 % e de retrabalho e mais 10% de doença, porque nos patroes trabalhamos ate em cima de uma maca, empregado basta tirar um bife da unha, ou ter uma dor de cabeça de ressaca que ja esta com atestado na porta e nos pagando, como vamos competir com o que? e se dermos empregos para estrangeiro, aparece um monte de vagabundo de ongs financiadas pelo governo acusando as empresas de trabalho escravo.

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