Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Congresso ABIT aborda o mercado têxtil em diferentes olhares

Durante o 9º Congresso Internacional promovido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), entre os dias 30 e 31 de outubro no Senai Cimatec em Salvador (BA), foram abordados diferentes assuntos sobre o setor têxtil e de confecção. Com o tema “Conexões Brasil – Mundo: Caminhos Estratégicos para Competitividade” o evento discutiu o posicionamento estratégico da indústria têxtil e de confecção brasileira no mercado global, considerando tanto questões já abordadas em edições anteriores quanto novos temas que surgiram no mundo e que impactam todo o ecossistema da moda.

Dentro do Painel: “O Novo Consumidor: oportunidades e desafios“, a profissional do Informa Markets Fashion, Edwina Kulego apresentou uma pesquisa interessante: 25% das pessoas compravam online e 75% nas lojas, antes da pandemia e após, os números mudaram para 40% online e 60% nas lojas e estima-se um crescimento de 3% para 2028 para as compras virtuais. É importante observar que as pessoas passeiam por ambos canais onde podem começar no e-commerce e terminar nas lojas com experiências que só são possíveis no varejo físico. Edwina destaca os desafios no online:

-Falta de confiança na qualidade;

-Querem maior rapidez na entrega;

-Não há muitos tamanhos disponíveis (o que pode acontecer também na loja física);

-Prioridade na experiência do cliente omnichannel.

Segundo a profissional, os novos consumidores vão investir tempo em plataformas como TikTok e Instagram, por isso é importante ficar de olho nesses canais também.

“Quanto mais variedade de canais, melhor”, afirma Edwina que ainda frisa alguns outros pontos como: entender seu produto, ter variedade no estoque, usar ferramentas que possibilitem provar as roupas virtualmente (há 90% de crescimento em taxas de conversão quando há o provador virtual), contar histórias sobre a marca e a coleção. E quais são as prioridades e ações?

Continuar investindo na sustentabilidade, economia circular, pensar localmente como marca e como pode contribuir para a comunidade.

Rogério Guimarães da Lupo Sport comentou sobre o novo consumidor: “Ele é bem informado, digitalmente ativo e faz pesquisas no e-commerce sobre benefícios, características e valor agregado dos produtos. O cliente já chega com informação e totalmente ativo nas redes sociais se comunicando com a marca”, comenta Rogério. Além disso, querem rapidez no serviço de entrega e analisam o custo x benefício do frete.

E como o Grupo Lupo se adapta à esse novo consumidor? Através da busca constante por inovação, estão presentes onde os consumidores desejam ser encontrados (são 800 franquias e 35mil multimarcas), esforço contínuo para manter o complexo industrial adequado ao seu tempo, agenda ESG na cultura da empresa, utilizar a IA a seu favor, inovar, experimentar e ser ágil.

A Lupo ainda realiza eventos pelo país incluindo produtos e experiências e, diversas collabs.

Pedro Fernandes da MCkinsey & Company, empresa que realiza pesquisas sobre o consumo no Brasil falou acerca do conceito de Consumidor Zero que surgiu em 2023 e, que também acontece em vários outros países onde entram os conceitos: Zero Folga no Orçamento – o aumento de gastos está acima do aumento de renda onde 40% dos consumidores têm monitorado as despesas com mais cuidado e usado crédito para cobrir despesas essenciais – isso acontece em todas as classes sociais. “Para todo mundo o gasto aumentou mais que a renda. As pessoas estão com capacidade reduzida de comprar, então precisam pensar bastante antes de comprar”, afirma Pedro. Porém segundo ele, às vezes reduzem as compras básicas para comprar outros itens com “algo que eu mereço” e o vestuário vem em primeiro lugar. 30% das pessoas buscam por produtos mais baratos e, esse fenômeno varia por categoria.

Zero Lealdade – o cliente não está focado numa marca ou num canal de vendas. A maioria troca de loja ou site ao invés de trocar de marca por isso, a importância de nomes bons e fortes. Além disso, os consumidores também buscam por qualidade e preço em diferentes magazines. 35% dos consumidores dizem comprar nos três principais magazines do país (C&A, Renner e Riachuelo).

Zero Barreiras – os consumidores exigem experiência online e offline para compras e engajamento.

55% das compras são omnicanais na busca ou compra de produtos. 38% realizam uma pesquisa nas lojas físicas, enquanto 62% mescla online e físico. O principal atributo para comprar online é o preço. E o Whatsapp vem crescendo para engajamento do cliente trazendo ofertas e conteúdos personalizados.

Em vestuário, a penetração do e-commerce mais que dobrou em relação à pré-pandemia, mas ainda há espaço para crescimento.

Segundo pesquisas elaboradas pela empresa, a inflação e o desemprego são as principais preocupações dos brasileiros. 50% dos consumidores têm a alta de preços como uma das principais fontes de preocupação e 30% optaram por comprar produtos mais baratos nos últimos 3 meses.

Sobre o Marketing de Influência, o Brasil é o país que mais tem influenciadores. 41% compram influenciados por eles.

Quais desafios e oportunidades para lidar com esse novo consumidor?

Pedro fala sobre a personalização. “O Varejista que está em contato com o consumidor precisa personalizar produtos que comunicam para populações parecidas, seja pela faixa etária, pelos gostos, procura na internet. Uma combinação de tecnologia, gente e recursos financeiros”, conclui Pedro.

Por fim, Pedro aborda as Implicações do Consumidor Zero para o mercado de moda.

Zero folga no orçamento

Para o varejo: precificação inteligente, alavancando analytics, negociações com abordagem mais factual.

Para a indústria: obsessão por eficiência na Cadeia – manufatura, logística, estoque…

Zero lealdade

Para o varejo: diferenciação da proposta de valor e granularidade no planejamento, alocação e abastecimento.

Para a indústria: agilidade e flexibilidade na cadeia para reagir a demanda volátil.

Zero barreiras

Para o varejo: dobrar aposta na omnicanalidade e personalização e marketing digital.

Para a indústria: venda direta ao consumidor através de plataformas online.

Daniela Klaiman da empresa Future encerrou o evento com a palestra: “Ansiedade de Futuro: como se preparar transformando incertezas em oportunidades”.

Daniela disse que o estudo é baseado no comportamento das pessoas – entender como vivem e como vão os consumidores no futuro. Segundo a profissional, a pandemia foi uma prova de que não podemos ter um plano só para o futuro, mas alternativas, como o home office e o e-commerce que a pandemia ajudou a acelerar. Ela ainda citou a tendência que vem relacionada a uma gigante mudança de comportamento e as Policrises que influenciam todo o mercado de moda, como a crise financeira no pós Covid, mudanças climáticas (calor excessivo, enchentes, terremotos…), guerras descentralizadas com vários conflitos pelo mundo incluindo as questões comerciais que dependem da normalização desses cenários.

Fonte: Vanessa de Castro | Foto: Divulgação

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