Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Conheça Clara Daguin: Grande talento da Moda Artesanal e Tecnológica

A mente criativa que preserva a essência do trabalho manual e que tem extrema necessidade de evoluir na era da tecnologia. Assim é definido o processo criativo da francesa Clara Daguin, o talento que foi revelado no Festival Internacional de Moda e Fotografia Hyères que reúne novos e criativos designers.

Clara Daguin iniciou como designer gráfico em São Francisco, onde adquiriu conhecimentos de programação e códigos, posteriormente se interessou pelo design de moda e terminou seu mestrado na ENSAD em Paris. Seu envolvimento com a tecnologia tem muita influência do lugar onde cresceu, o Vale do Silício. Viver em um ambiente que transborda tecnologia, onde inúmeras empresas de Alta Tecnologia e Eletrônica estão situadas, teve grande efeito no trabalho da designer. A cultura do Silício esbarrou na enorme bagagem de conhecimento em Alta Costura de Daguin, experiência adquirida ao trabalhar para ícones fashion como Iris Van Herpen, Alexander McQueen, Hussein Chalayan e Margiela. Essa mistura de conhecimentos é o que constrói a identidade criativa da designer, que preserva na moda os processos artesanais mesmo que integrados com as novas tecnologias. O objetivo é buscar a inovação mantendo viva a escala artesanal e manual em um mundo que está dominado pela tecnologia.

IG: @claradaguin

O primeiro passo de Daguin em direção a moda eletrônica, foi em uma oficina que usava sensores, motores simples, circuitos e códigos para transformar objetos e a relação que temos com eles. A obsessão pela eletrônica foi crescendo e experimentos foram sendo feitos em roupas e tecidos, integrando a eletrônica. Os experimentos foram evoluindo e tomando forma, ganhando coerência em um todo, novos elementos começaram a ser abordados, e aparecer novas texturas, silhuetas, padrões e bordados artesanais eletrônicos. É exatamente aqui que a Alta Costura encontrou a inovação, em uma ciência sensível e vestível, usando luzes para ornamentar, e revelando interações com o corpo de quem está vestindo, e com o ambiente, ao coletar e compartilhar dados, como por exemplo a frequência cardíaca do usuário, entre outras infinitas funcionalidades.

IG: @claradaguin

IG: @claradaguin

IG: @claradaguin

As peças permitem que os usuários vivam novas experiências, como ver algo que até então seria invisível, através da interação. Leds e materiais flexíveis são muito usados e tem a função de comunicar, indicando dados programados e detectados pelo corpo das pessoas ou ambiente que estão. O mais impressionante são os Bordados de Luz, desenvolvidos com técnicas tradicionais da Alta Costura, em uma mistura de miçangas e vidrilhos com luzes led e fios condutivos. Tudo é minimamente bordado a mão e requer habilidade e muitas horas de trabalho. Em um único casaco já foram gastas 655 horas bordando com uma equipe de 8 pessoas, mais alguns dias para costurar, fazer acabamentos e embutir a eletrônica.

Bordado (IG: @claradaguin)

Bordado eletrônico (IG: @claradaguin)

Bordado Eletrônico. (IG: @claradaguin)

Materiais e Componentes Eletrônicos (IG: @claradaguin)

Bordado Eletrônico. (IG: @claradaguin)

IG: @claradaguin

Todo o esforço e visão são muito bem recompensados, com peças artísticas e tecnológicas incríveis, prontas para serem vestidas, e que chamaram tanta atenção a ponto de serem selecionadas para aparecer no calendário oficial da moda em Paris, na Fashion Week.

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