Essa técnica é muito antiga e tradicional, sendo hoje utilizada para pintar belíssimos kimonos, bolsas e quadros. Saiba mais sobre o Bingata!
O Tanabata Matsuri, ou Festa das Estrelas, é um festival da cultura japonesa que acontece todo ano e é celebrado em diversas cidades do Brasil, no mês de julho. Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, recebe o festival desde 1994, sendo este ano realizada a 23ª edição do evento.
São três dias de festa, com danças folclóricas, apresentações de lutas, comidas típicas como yakissoba, sushis e sorvete de tempurá, oficinas, concurso de Cosplay e outras atividades.
A cultura japonesa atrai muita atenção pela tradição e riqueza. Em festivais assim, é muito legal ver o comprometimento dessa comunidade em demonstrar suas tradições para outras pessoas e também a receptividade com que as recebem.
Este ano, a artista Sônia Ishikawa realizou uma oficina de pintura no estilo Bingata, que é uma técnica de tingimento com estêncil. Ela se desenvolveu em Okinawa, no Japão, há mais de 500 anos por conta do clima favorável e disponibilidade de matéria-prima.
Nos tempos do império Ryukyu, o Bingata era um privilégio da aristocracia e das famílias de um nível social mais elevado. A técnica tem como desenhos característicos flores, árvores, pássaros, rios, ondas e nuvens.
Sônia foi para Okinawa aprender o passo a passo, onde cursou a Universidade de Artes de Okinawa e estagiou com o mestre Eijun Shiroma, um dos principais artesãos que a mantêm viva nos dias de hoje.
A artista adaptou a técnica para o Brasil, já que aqui não se encontra os materiais originais que são usados. Sob papéis específicos para stencil, cria-se desenhos à mão, que serão as estampas desejadas.
Os detalhes dos desenhos são cortados com pequenas lâminas e em cima desse stencil, é colocada uma pasta feita de arroz integral cozido e farinha do mesmo arroz. Uma vez que a pasta secou, pode-se pintar. E não tem problema em ultrapassar as margens do desenho. Depois de colocada a tinta, deve-se esperar 72 horas para secagem, pois depois disso, o desenho é submetido a uma imersão em água por 12 horas.
Com isso, a pasta de arroz vai se soltar, deixando no pano apenas a pintura, feita com o auxílio do estêncil. Parece mágica! O mais legal dessa técnica é que ela tem um lado sustentável, porque utiliza ingredientes naturais. O Bingata é até hoje utilizado para fazer lindas pinturas em kimonos e lenços, sendo que uma peça inteira leva aproximadamente um mês para ficar pronto.
Bingata criado pela artista Arakaki Yuka, nativa de Okinawa.
Os tecidos Bingata começaram a serem feitos para os samurais. Os desenhos florais e as cores vibrantes são marcas tradicionais da técnica secular. Algumas cores vêm das plantas e árvores locais.
Tecido de um vestido em Bingata, criado na Segunda Dinastia Sho, Reino de Ryukyu, século XIX, traz desenhos de bambu, aves e árvores de ameixa branca, cânhamo.
Imagens: Mariana Sicchi, Wikipedia, Bruno Cordioli, Okinawa Clip.
Mariana é jornalista e comunicadora. Adora descobrir novos lugares, explorar a cidade a pé e andar sem pressa. Se interessa por viagem, cultura e tudo o que é novidade. Escreve um blog sobre meio ambiente, sustentabilidade e consumo consciente. Também se dedica a cozinhar, como forma de prazer e arrisca novas receitas no tempo livre.
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Tecido de um vestido em Bingata, criado na Segunda Dinastia Sho, Reino de Ryukyu, século XIX, traz desenhos de bambu, aves e árvores de ameixa branca, cânhamo.
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