Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Sem dúvida, o consumidor só tem a celebrar o aumento de marcas internacionais de fast fashion no mercado nacional. E muitas empresas fazem o mesmo. Afinal, esse é um processo natural dentro de um cenário de varejo globalizado. “No entanto, não é fácil para muitas empresas posicionar-se num novo mercado, uma vez que cada uma tem particularidades regionais em termos de comportamento de consumo, capacidade econômica do público-alvo, hábitos e atitudes, além de procedimentos governamentais e processos administrativos”, salienta Carol.

“No caso específico brasileiro, a dificuldade logística devido à imensidão do território e à infraestrutura disponível, assim como os encargos que se somam em processos de importação, obviamente altera o preço do produto final e gera, inclusive, um novo posicionamento das empresas, diferente daquele de seu país de origem. No Brasil, observa-se que o posicionamento geográfico dessas redes acompanha critérios locais, como lojas em shoppings de alta frequência de público, enquanto, em seus países de origem, são as lojas de rua que se inserem no marketing das cidades”, explica a consultora.

Uma das marcas aguardadas por aqui, a gigante sueca H&M, consultada por esta reportagem, disse que ainda não faz planos concretos de chegar ao país, entretanto os rumores – sempre os rumores – dão conta de que, no máximo em dois anos, a rede poderá abrir a primeira loja no país.

“Creio que um dos grandes desafios das grifes entrantes é o de conquistar a confiança dos consumidores locais e, para isso, a busca por uma estratégia de suprimento e operacional que reproduza no mercado brasileiro, tanto quanto possível, o posicionamento que a marca possui no exterior é fundamental para seu sucesso aqui. Quando isso não se mostra viável, muitas têm optado por adiar ou simplesmente abortar os planos de entrada em solo nacional. É possível que esse tipo de consideração esteja incluído nas considerações para a tomada de decisão da H&M”, salienta Prado.

Mas o que nos torna tão atrativos para essas empresas, afinal? “Acho que nos tornamos tão interessantes para esse nicho porque, em minha opinião, a ascensão da classe C aos bens de consumo de ciclo rápido, associada aos prognósticos econômicos iniciais em torno dos Brics e à estagnação nos mercados tradicionais (parcialmente ligada à capacidade financeira do consumidor dos locais de origem dessas empresas, parcialmente relacionada aos movimentos de slow fashion e consumo consciente), ocasionou impactos importantes nessas decisões de entrada não só no mercado brasileiro em particular, mas também no âmbito latino em geral. Colômbia, Uruguai e Chile, por exemplo, estão recebendo essas empresas”, argumenta Carol.

Outro detalhe: o impacto que essas redes exercem na produção é imenso. “Elas respondem hoje pela compra de uma em cada quatro peças produzidas no país e a tendência é que essa participação cresça a uma taxa anual três a quatro vezes superior à média dos demais segmentos, ou seja, sem dúvida, a relevância dessas marcas para a indústria nacional é muito grande e só tende a aumentar no curto e médio prazos”, destaca o diretor do Iemi.

Por outro lado, o consumidor também vai aprender e exigir mais das marcas locais. “Cada vez mais a chegada dessas marcas gerará concorrência, competência e profissionalismo, que certamente serão absorvidos e tornarão o mercado mais atento aos processos, serviços e aspectos de arquitetura, visual merchandising, logística, além de estilo”, finaliza a consultora da agência Nau.

 

A pergunta que não quer calar: por quanto tempo a Forever 21 conseguirá sustentar preços tão convidativos: calças a partir de R$ 34,90, leggings por R$ 18,90, camisetas a R$ 8,90 e saias a R$ 21,90?

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/26/materia/mercado.html

Por Henriete Mirrione

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