Gerada no berço da Cia. Hering, a Cooper completa 80 anos no dia 16 de março celebrando marcos, mantendo o pé no acelerador no projeto de abertura de novas lojas e atenta aos impactos que a tecnologia vem provocando nos hábitos de compra e consumo. A cooperativa, que surgiu como Cooperhering a partir de uma associação de operários em 1944, desvencilhou-se de vez da companhia têxtil ao longo da década de 1990 para se tornar uma varejista bem-sucedida, com faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2023 – crescimento de 10% em relação a 2022. As sobras do último ano, equivalente ao lucro no modelo cooperativista, devem estar disponíveis em breve aos cooperados, após o fim das assembleias de prestação de contas que já começaram.
Muito do tamanho da Cooper hoje – são 20 lojas espalhadas por nove cidades do Médio Vale e Norte catarinense – foi construído ao longo das últimas duas décadas. Em entrevista à coluna, o presidente da cooperativa, Osnildo Maçaneiro, fez questão de ressaltar acontecimentos importantes nessa trajetória: a inauguração, em 2004, de um novo conceito de loja em Indaial, pela primeira vez com farmácia e adega, proposta mais tarde replicada nas demais filiais; a compra, em 2013, da rede de supermercados Breithaupt, movimento que marcou a entrada da cooperativa na região de Joinville; o ingresso no e-commerce, em 2019; o plano para diversificação de formatos de lojas, anunciado em 2021; e a estreia no atacarejo, segmento varejista que mais cresce, em 2023.
— Antes a Cooper era fechada e prestava assistência para os operários da fábrica (Hering). Na década de 1990 fizemos a desvinculação do grupo. Aí começamos a abrir — diz Maçaneiro, um filho de produtores rurais que entrou na cooperativa em 1981 como empacotador e galgou espaços até chegar no topo da gestão.
No passado, a Cooper mantinha lojas onde a Hering tinha unidades fabris. Depois que o cordão umbilical com a companhia foi cortado, a estratégia de levar lojas maiores e modernas para bairros de Blumenau mais distantes do Centro, além de cidades vizinhas, começou a surtir efeito. Hoje a expansão não ocorre apenas para aumentar receitas, observa Maçaneiro. A ampliação da base, diz o executivo, busca aproximação com o cooperado. Uma rede maior tem mais condições de melhorar o preço das mercadorias na ponta, o que segundo ele faz jus ao modelo cooperativista.
— A expansão aumenta o nosso poder de barganha com as indústrias e fornecedores.
Ao longo de 2023, a Cooper inaugurou três novas lojas, todas no modelo de atacarejo e na região Norte catarinense – uma em Joinville, uma em Guaramirim e outra em Jaraguá do Sul, cidade já mapeada para uma nova operação do gênero. Uma unidade desse formato também será aberta no segundo semestre deste ano no bairro Itoupava Central, em Blumenau, onde a cooperativa já tem um terreno. Outro imóvel, no Vorstadt, ao lado do Centro Empresarial, está sendo preparado. Ali será erguida uma loja Super, tradicional conceito da rede. As obras iniciam ainda neste ano.
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Para o futuro, a direção da cooperativa ainda prospecta uma outra loja do formato Super em Joinville. Além disso, Maçaneiro adianta que os pontos de venda que já existem “não serão esquecidos”. Estão previstas ampliações nas unidades da Vila Nova e Água Verde e melhorias na Glória e na Omino, todas em Blumenau, além de revitalizações em Indaial e Jaraguá do Sul. O investimento previsto nesses movimentos, que devem avançar até 2025, é de R$ 80 milhões, projeta o presidente.
Aliás
Já há estudos avançados dentro da Cooper para aprimorar a experiência dos cooperados com uso de inteligência artificial. A tecnologia vai ajudar a identificar tendências de comportamento da freguesia. Um exemplo é a criação de promoções personalizadas, geradas a partir de dados do histórico de compras e de informações sobre hábitos de consumo.
Confraternização
A cooperativa prepara para julho uma grande confraternização na Vila Germânica para marcar o aniversário de 80 anos. Ao longo do ano, ações promocionais e de marketing também serão desenvolvidas. Elas incluem sorteios de vales-compras aos cooperados e auxílio a instituições beneficentes. Em Blumenau, por exemplo, a escolhida foi a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
