Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Costureiras mantêm tradição há várias gerações em Teresina

Costurar é muito mais que unir pontos de agulha e fazer roupas. Para a família da Dona Maria Guimarães, 52 anos, o ofício mantido há várias gerações, agregou novas técnicas, como o bordado, pintura e principalmente a união de toda a sua família. Um dos pontos altos da produção é o período das festas de São João.

Maria Guimarães com as filhas, nora e sobrinhas no ateliê montado em casa (Foto: Gil Oliveira/ G1)Maria Guimarães com as filhas, nora e sobrinhas no ateliê montado em casa (Foto: Gil Oliveira/ G1)

“É essa diversidade de gerações que nos faz bem. Trabalhar em família é muito mais prazeroso e tranquilo, já que trabalhamos em casa e ficamos mais a vontade”, afirma a costureira.

Fruto da observação, da sensibilidade e da criatividade Maria Guimarães conta que começou profissionalmente há mais de 30 anos. “Antes casei e fui morar com a família no Maranhão, mas há 15 anos voltei para Teresina e instalei um pequeno ateliê, com apenas duas máquinas, bem simples, e foi daí que tudo começou”, relata.

Um dos pontos mais altos da produção é o período das festas juninas (Foto: Gil Oliveira/ G1)Um dos pontos mais altos da produção é o período das festas juninas (Foto: Gil Oliveira/ G1)

No começo, apenas a matriarca da família fazia as costuras, mas de tanto ver a mãe costurando, as filhas Acicleia Guimarães, de 32 anos, e Geiude Guimarães, de 31 anos, seguiram a profissão da mãe. “Hoje somos todas costureiras, comecei aos 15 anos só vendo a mãe trabalhar. Não tenho nenhum curso, mas sei que tive uma ótima professora”, destaca Acicleia.

No período de maior demanda, como por exemplo, nas festas juninas, o grupo de mãe e filha ganhou o reforço de uma prima e também da nora da Dona Maria, somando cinco mulheres no ateliê, que se reservam nas costuras e também no cuidado com as crianças da casa.

Mulheres se dividem entre os afazeres de casa e a costura (Foto: Gil Oliveira/ G1)Mulheres se dividem entre os afazeres de casa
e a costura (Foto: Gil Oliveira/ G1)

“Somos todas frutos dos ensinamentos da Dona Maria. Comecei a costurar este ano e já estou até fazendo os vestidos. Não sabia nada de costura, mas só de ver a minha sogra costurando e tendo força vontade já aprendi e estou ajudando no ateliê”, diz Luciana Alves, de 25 anos.

Para a mais nova do grupo, Gisele Guimarães,  24 anos, costurar é sempre sinônimo de alegria, porque é o momento que mais fica junto com as primas. “Sou o socorro da titia, sempre quando as coisas ficam apertadas e tem muito trabalho, ela me chama para ajudar as garotas. Vira aquela festa, mas também temos muito trabalho”, destaca Gisele.

Festas Juninas
Uma prática da família Guimarães é reservar um período do ano para se dedicar exclusivamente a confecção de roupas juninas. “Já no mês de maio começamos a nos dedicar exclusivamente a produção de vestidos e roupas para uma quadrilha aqui mesmo do bairro, já são mais de 12 anos costurando roupas para todo o grupo. O mês é de muito trabalho, mas também de renda extra para o bolso”, revela Geiude Guimarães.

A família capricha no figurino para os quadrilheiros nessa época do ano (Foto: Gil Oliveira/ G1)A família capricha no figurino para os quadrilheiros nessa época do ano (Foto: Gil Oliveira/ G1)

A filha mais nova diz que apesar de todas saberem costurar é sempre a matriarca da família que dá o aval final das peças. “Para a quadrilha Balança Matuto de Teresina, nós nos dedicamos exclusivamente os meses de maio e junho. Os vestidos são bolados pela mãe, após os pedidos do pessoal da quadrilha. Mas, também damos nossa opinião e sempre há uma grande surpresa quando sai o primeiro vestido”, diz Geiude.

Para a genitora da família o que dá mais trabalho são as roupas dos destaques. “Sempre demoramos para confeccionar as roupas dos destaques da quadrilha, chega a durar mais de um dia para a peça ficar pronta. Mas apesar de conseguirmos entregar tudo a tempo, sempre há serviço extra a cada apresentação, porque acontece alguns imprevisto e os integrantes danificam algumas peças, aí temos que trazer de volta ao ateliê e fazer o concerto”, afirma Dona Maria.

Apesar de já ter feito centenas de vestidos, as filhas da Dona Maria Guimarães revelam que nunca tiveram vontade de dançar na quadrilha.

“Nossa maio gratificação é chegar no fim do mês e vê a quantidade de prêmios que a quadrilha ganhou e saber que tem parte do nosso esforço nas apresentações”,  destaca  Acicleia Guimarães.

http://g1.globo.com/pi/piaui/sao-joao/2013/noticia/2013/06/costurei...

Exibições: 282

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço