Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Coteminas Prevê Varejo de R$ 5 bi em 2016 - "A Área Têxtil vai Atender Cada Vez Mais o Nosso Varejo", diz Josué Gomes da Silva

"A área têxtil vai atender cada vez mais o nosso varejo", diz Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas

"Romance" e "brilho". É isso que a Coteminas quer vender. Daí a estratégia de fortalecer cada vez mais a posição no varejo, pois é no ponto de venda que o produto se mostra como aspiração de um estilo de vida. É onde, portanto, as marcas se fortalecem, ganham valor agregado e expandem as margens. Ampliar pontos de venda com uma estrutura de franquias para Artex e M. Martan, em um modelo semelhante ao da têxtil de moda Hering, é o plano da companhia para recuperar seu valor.

Após a perda de competitividade das exportações e a frustração com o projeto Springs, a Coteminas vale hoje em bolsa menos de um terço de seu valor patrimonial. Ontem, encerrou o pregão avaliada em R$ 480 milhões, enquanto seu patrimônio líquido em dezembro estava em R$ 1,7 bilhão.

Em entrevista exclusiva ao Valor, Josué Gomes da Silva, presidente e controlador da companhia, contou que o mercado varejista para as marcas de cama, mesa e banho no Brasil (no preço ao consumidor) é hoje da ordem de R$ 2 bilhões. Sua expectativa é que alcance R$ 5 bilhões em vendas até 2016, mais do que dobrando o tamanho. Confirmado o cenário, o faturamento do grupo chegaria a R$ 2,8 bilhões nesse segmento.

Ontem pela manhã, em teleconferência com analistas, a Coteminas resumiu em quatro iniciativas o que pretende ser a reviravolta da empresa. Ficou claro o destaque para os investimentos nas marcas varejistas. Somente entre Artex - mais voltada para a classe B - e M. Martan - cujo foco é a classe A, a companhia pretende ter 290 lojas neste ano. Em 2011, o número de lojas das marcas somava 204.

A decisão de investir no varejo é para recriar a loja especializada, que na opinião de Gomes da Silva, é um modelo que vinha se perdendo no Brasil. Porém, é o que mais agrega valor à marca, por permitir a criação de um ambiente "romântico".

A Casa Moysés, com foco na mais alta classe de renda, terá sua primeira loja aberta no primeiro semestre, enquanto a estratégia para a Santista (direcionada para as classes C e D) é se manter em multimarcas.

Apesar da investida no varejo, o presidente afasta a possibilidade de a companhia diminuir a área industrial. Por isso, a ideia é ser quase 100% integrado. Só não o será totalmente porque alguns itens das lojas não são fabricados pela empresa, como itens de decoração não têxtil e utensílios domésticos. "A área têxtil vai atender cada vez mais o nosso varejo."

A mensagem sobre a estratégia da companhia vem acompanhada de iniciativas de governança e comunicação com o mercado. A companhia migrará para o Novo Mercado, decisão tomada após uma intensa negociação com os gestores da participação dos fundos de pensão no negócio - Previ, Petros e Funcef -, a Leblon Equities. "Era um compromisso antigo meus com os fundos. A melhor coisa que eles fizeram foi colocar um intermediário nessa relação", disse Gomes da Silva.

As ações da empresa, porém, reagiram timidamente, com uma valorização de 2,97%, para R$ 4,15. Springs, por sua vez, subiu 6,83%, para R$ 3,44.

Questionado sobre o momento de fazer esse movimento, justamente quando o desempenho operacional do negócio está longe de seu auge, Gomes da Silva filosofou em 'mineirês'. "Uai, não dizem que a necessidade é a mãe de todas as invenções?", questionou, lembrando Platão. Ele mesmo deu a resposta, com outra pergunta: "Se o projeto for levado a sério, e vai ser, que diferença isso faz?"

Ainda restará para o futuro um ponto relevante a resolver: Coteminas e Springs continuarão dividindo liquidez das ações. "Vamos deixar essa questão mais para frente", afirmou ele, ressaltando, porém, que não há nenhum plano sobre isso no momento, mesmo que de longo prazo.

Adquirida em 2006, a Springs representou para a Coteminas uma oportunidade de forte internacionalização dos negócios. Diante de um mercado interno brasileiro ainda pequeno, a companhia viu nas oportunidades externas uma potencial fonte de crescimento. "Chegou a um momento em que 70% das nossas vendas eram realizadas fora do país." Os resultados da operação começaram a decepcionar com o agravamento da crise americana e a valorização da moeda brasileira.

As exportações ficaram cada vez mais difíceis e, ao mesmo tempo, o mercado interno passou a ser a fonte de crescimento das empresas. Agora, o plano em marcha reverterá a ordem de importância dos mercados. "Hoje nossa estratégia é voltada para o mercado brasileiro", afirmou o executivo.

Embora o projeto de crescimento da Coteminas seja de longo prazo, o de retomada da lucratividade é para já. Gomes da Silva espera que o balanço da empresa volte ao azul ainda em 2012, depois do prejuízo de R$ 374 milhões do ano passado.

O executivo destacou que as despesas financeiras ainda serão pesadas neste ano, mas com tendência de queda. A dívida bancária líquida fechou dezembro perto de R$ 800 milhões.

Ao longo do ano, a venda de ativos ociosos, em especial nos Estados Unidos, as economias fruto desse movimento e ainda uma capitalização de R$ 170 milhões na Springs trarão, no mínimo, um total de R$ 370 milhões de redução no endividamento. Com isso, Gomes da Silva acredita que a dívida líquida cairá à metade.

A expectativa é obter R$ 100 milhões com a venda de ativos nos Estados Unidos. Outros R$ 100 milhões devem vir de economias com custo de manutenção das operações americanas

Além de ter decidido desativar duas fábricas têxteis ociosas no Rio Grande do Norte, que darão lugar a um grande projeto imobiliário, a empresa afirmou já estar em negociações avançadas para a venda de ativos de baixa rentabilidade nos Estados Unidos. A região americana era um canal de distribuição importante para a Coteminas no exterior, quando as exportações eram crescentes.

Fonte:|http://www.valor.com.br/empresas/2603738/coteminas-preve-varejo-de-...

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Estranho que o Josué só descobriu isso agora ! Estudou pra cacete ! Projetava, dirigia, comprava , vendia e até lay out fazia (rimou). Descobriu a Pedra e a Roda sòmente agora ? Foi sempre o varejo que sustentou o mercado interno brasileiro. A Coteminas sempre visou COMODDITIES, senão não teria implantados uma FIAÇÃO em Campina Grande com 164 OPEN ENDS(40.000 ROTORES), numa unica unidade industrial com mais de 130.000 m² de área construida (verdadeiro elefante branco), onde pretendia também implantar tecelagem (trouxe os teares largos e velhos da SPRINGS AMERICANA), TINTURARIA E ACABAMENTO (TALVEZ ATÉ ESTAMPARIA), no sertão da Paraíba onde não tem água nem pra beber ! a que existe em Campina Grande é salobra. Essa fábrica produz na fiação 250 toneladas de fios por dia. É comoddities ou não ? só que não exporta pra China nem pra os E.E.U.U. fica tudo no mercado interno. Vai vender fio nos varejos da M. Martan ??? e da Artex  ?

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