Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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 Safras recordes e demanda estimulam aportes de empresas como Incofibras e Cooperfibras.

Área de fiação da Incofibras, em Campo Verde; unidade vai receber investimentos de mais R$ 60 milhões este ano para ampliar o beneficiamento da plumaÁrea de fiação da Incofibras, em Campo Verde; unidade vai receber investimentos de mais R$ 60 milhões este ano para ampliar o beneficiamento da pluma — Foto: Isadora Camargo/Valor

Em Campo Verde, polo têxtil de Mato Grosso, indústrias de fiação investem em expansão estimuladas por safras recordes de algodão no Estado e pelo aquecimento da demanda pela pluma mato-grossense.

Uma delas é a Incofibras, que pertence ao grupo têxtil catarinense Rovitex e é uma das principais da cidade. Hoje, chegam à fábrica 660 toneladas de algodão por mês de todo o Estado, usadas na produção de 600 toneladas de fio no período. Até outubro, a previsão da empresa é quase triplicar a produção, para 1,7 mil toneladas.

Desde 2020, a empresa investiu R$ 140 milhões na planta industrial. Com o projeto de ampliação acelerado, que segue até outubro, a empresa irá injetar mais R$ 60 milhões, segundo o gerente de fábrica, Wagner Ravasco.

O novo aporte está relacionado majoritariamente à importação de maquinário. Na última quarta-feira três cargas de equipamentos chegaram da China até a sede da empresa em Campo Verde.

Segundo Ravasco, o investimento em modernização da planta também elevará o número de funcionários fixos, de 150 para 240 no próximo trimestre.

Ele afirma que a indústria aproveita o aquecimento do mercado da pluma para abastecer, em especial, as regiões Sul e Sudeste. O que não é exportado é destinado para o beneficiamento dessas indústrias.

Na mesma lógica, a Cooperativa dos Cotonicultores de Campo Verde (Cooperfibras) está passando por uma “reforma’ para se tornar a maior do Estado.

A capacidade de beneficiamento da fábrica — para transformar pluma em fio — será duplicada, e sairá das atuais 1,2 mil toneladas para 2,4 mil toneladas de fio por mês. Hoje, a unidade tem 330 funcionários.

Cleciano Moreira, supervisor de qualidade da Cooperfibras, observa que o investimento em tecnologia de beneficiamento contribui para alavancar a indústria do Estado. Mas como a maior parte do maquinário é importada, o movimento é mais intenso entre grandes conglomerados.

“O algodão brasileiro teve evolução grande por causa de tecnologia. Em Mato Grosso, algodão é na maioria safrinha. Esse é o melhor custo-benefício na agricultura, e essas tecnologias trouxeram qualidade da fibra”, diz ele.

Moreira acrescenta que mais de 80% do produto é exportado, sobretudo para a Ásia. Além de dar destino para a safra dos mais de 100 cooperados, a Cooperfibras tem laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura que realiza testes de classificação da pluma.

Atualmente, Mato Grosso tem cinco indústrias de fiação que utilizam apenas 2% da produção de algodão local. A meta da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) do Estado é dobrar o número de indústrias de beneficiamento da matéria-prima.

Segundo levantamento divulgado ontem pela Conab, a colheita de algodão em Mato Grosso na safra 2023/24 está estimada em 6,373 milhões de toneladas de pluma, alta de quase 17% sobre o ciclo anterior. A área de plantio no período cresceu quase 19%, para 1,415 milhão de hectares.

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