Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Criado por brasileira nos EUA, biquíni das famosas enfim mira o Brasil

Marca fundada por uma brasileira na Califórnia há 15 anos vende mais de 50.000 peças por mês em todo o mundo com foco no público de alta renda.

Se você não esteve recentemente nas praias da Grécia ou da Espanha, pode não ter notado, mas uma marca  de biquíni brasileira ganhou espaço nas areias mais disputadas do hemisfério norte. Entre seus clientes estão  celebridades como Marina Ruy Barbosa, Juliana Paes e Izabel Goulart.

A marca em questão é a ViX, fundada e comandada pela economista capixaba Paula Hermanny, que fez fama entre as consumidoras das lojas chiques dos Estados Unidos e da Europa muito antes de querer conquistar o Brasil. Fundada em 2003, a marca começou a vender suas peças no Brasil em 2007. Neste ano, está expandindo sua rede de lojas próprias no país, com a abertura de três novas unidades.

Dar um passo de cada vez, com segurança, é a filosofia de negócio de Hermanny. “Nunca pedi empréstimo no banco nem tive investidor, a ViX foi avançando com a reaplicação dos seus próprios lucros”, conta a empresária de 45 anos, que aos 20 saiu do Espírito Santo para passar uma temporada estudando inglês em San Diego, na Califórnia, costa oeste dos Estados Unidos.

Apaixonada por praia, a economista surfa desde os 12 anos. “E sempre fui viciada em biquíni, eu pedia até de presente de Natal”, lembra. No seu gosto por moda, também foi influenciada pela avó espanhola, que levava exemplares da revista Vogue europeia para a neta quando a visitava, na infância. “O estilo clássico e sofisticado dela me inspirou muito.”

Ao chegar à Califórnia, a então estudante não conseguia achar nas lojas modelos bonitos de biquíni para comprar. “Naquele tempo, nos Estados Unidos, não havia exatamente uma moda praia. Os trajes de banho eram pensados apenas para a prática de esportes, não para pegar sol. Não tinham estilo”, relata. Surgiu, então, a ideia de importar as peças do Brasil e revender para as americanas.

A economista fez uma parceria com uma fábrica de biquínis do interior do Rio de Janeiro, que seguia as suas orientações para adaptar as peças ao gosto americano – com calcinhas maiores do que as exibidas em Ipanema.

O pulo do gato foi participar de uma feira de vestuário, de onde a empresa da brasileira saiu com encomendas de redes de varejo conceituadas nos grandes centros dos Estados Unidos, como a Urban Outfitters e a Victoria’s Secret. Nessa época, a revista Sports Illustrated, bíblia dos amantes de esportes e da vida ao ar livre, chegou a estampar uma modelo em sua capa usando um biquíni criado por Hermanny.

Lá e cá

Em 2003, Hermanny decidiu que era hora de ter total controle sobre a produção das peças e contratou uma fábrica no interior do Rio para confeccionar as coleções próprias da ViX – sua grife de moda praia foi batizada com o código internacional do aeroporto de Vitória a fim de manter o espírito brasileiro, embora só comercializasse os biquínis em território americano.

A capixaba fez cursos de marketing e de plano de negócios para aprender a administrar seu negócio. Desde o começo, percebeu as vantagens de empreender nos Estados Unidos, onde mora até hoje. “Aqui, as coisas funcionam de um jeito muito redondo”, afirma a economista, que viaja para a capital fluminense, onde mantém um apartamento, cerca de seis vezes por ano. “Tudo acontece conforme estipulado nas regras. Não tem burocracia.”

A operação globalizada da grife só deu certo por causa da simplicidade das regras de comércio internacional e tributos da Califórnia. Um carregamento de biquínis sai do Rio toda sexta-feira e, na segunda seguinte, é pontualmente entregue na sede da marca em San Diego. “Para ter sucesso vendendo nos Estados Unidos, é preciso ser muito sério. Atrasos não são tolerados pelos revendedores”, diz Hermanny.

A situação é bem diferente no Brasil. A ViX importa alguns acessórios aplicados nos biquínis – cordinhas, botões, berloques – da China, porém nunca tem garantias de que vai receber os enfeites no prazo devido às complicações alfandegárias. “Se demorar muito, acaba a temporada e podemos perder toda aquela carga.”

Por Denyse Godoy

https://exame.abril.com.br/pme/criado-por-brasileira-nos-eua-biquin...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

Exibições: 478

Responder esta

Respostas a este tópico

  A situação é bem diferente no Brasil. A ViX importa alguns acessórios aplicados nos biquínis – cordinhas, botões, berloques – da China, porém nunca tem garantias de que vai receber os enfeites no prazo devido às complicações alfandegárias. “Se demorar muito, acaba a temporada e podemos perder toda aquela carga.”

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço