Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Criatividade agrega conceito e valor ao produto de design

Por Ana Luiza Olivete Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial

Com os criadores e consumidores com sede de inovação, precisa-se aumentar a velocidade do processo, o que deixa a criatividade em baixa. Com o foco na quantidade, na massificação, surge uma grande quantidade de produtos sem informação, apenas com uma bagagem promocional grande demais, que atinge o desejo do consumidor e o induz à compra, não pela novidade, mas pelo desejo de um consumo massificado.
Não é de hoje que moda e artes se inspiram mutuamente. O diálogo entre elas mudou com o tempo, mas sempre existiu. Porque não acender novamente a chama que une design e arte para que os produtos consigam trazer uma bagagem mais conceitual, emocional e certamente mais criativa, não apenas como um conjunto de roupas ou tendências. Mas sim como uma forma de expressão artística, que cativa, chama atenção, comove e satisfaz mais.

 

Look Conceitual e Comercial de Alexandre Herchcovitch/ Fonte: site Aboutfashion

Ou seja, retornar aos conceitos despreocupados da arte para inovar no design comercial. Buscar processos emocionais de criatividade que facilite e dê conceito forte para o design. Retornar aos princípios, como era proposto na Bauhaus, de unir produção em série com a arte e o artesanato. Criar looks comercias passíveis de leituras comerciais mais inovadoras é um dos grandes desafios do design de moda.

 

 

 

Look conceitual e sua leitura comercial, de Gareth Pugh/ Fonte: site Aboutfashion

O artista, com seu processo criativo completamente emocional, despreocupado, gera experimentação, cria com o experimento, se torna mais criativo. Já o designer, com seu projeto sistematizado e preocupações mercadológicas, acaba caindo no âmbito racional do processo, que bloqueia o potencial criativo e faz pensar objetivamente em não poder errar, para não prejudicar etapas posteriores, consequentemente, ser torna menos inovador.
Não que seja defendida a arte e sua irracionalidade criativa, despreocupada e crua no design, mas um projeto de design com interferência da arte mostraria propostas mais criativas. Como o próprio processo criativo, segundo cita OSTROWER, 1977, o processo de racionalização deve ser posterior ao processo emocional.

 

 

 

 

Processo Criativo/Fonte: site Criaviva

Com medo de não acertar, prefere-se pensar racionalmente antes do momento correto, buscando referências consistentes em pesquisas de tendências, materiais e comportamentos; e compromete, assim, todo o processo emocional da criatividade, atrapalhando o processo criativo e sua forma coerente, de pensar racionalmente apenas no final do processo.
Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial

 

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