Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Crise na Citepe: Denúncia de ex-gerente financeiro da PetroquímicaSuape já falava em equipamentos superfaturados e abandonados ainda nas caixas

A crise na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), no Pólo Petroquímico de Suape, é pedra cantada desde a metade de março, dia das manifestações de rua contra a presidente Dilma no Recife. Poucas pessoas lembram, mas no vídeo gravado pelo ex-gerente da Petroquímica Suape Carlos Alberto Nogueira Ferreira já constam as primeiras denúncias de compra de equipamentos que não foram utilizados e que permaneciam ainda encaixotados na subsidiária da estatal.

Na parte mais polêmica do vídeo, o funcionário diz ter conhecimento de que duas construtoras assinaram cheques milionários para a campanha do então candidato a governador Humberto Costa, em 2006.

No momento seguinte, Nogueira Ferreira revela o que seria um crime de lesa-pátria, na casa dos U$ 300 milhões em compra de equipamentos comprados e não utilizados.

Veja as denúncias do ex-gerente financeiro a partir do minuto 2’49”

Funcionário da Petrobras denuncia corrupção dentro da estatal

“Vocês não têm ideia do que eles fizeram com esta empresa. No Polo Petroquímico (de Suape), nós compramos máquinas e equipamentos. Hoje, nós temos cerca de 300 milhões de dólares em equipamentos e tecnologia, há seis anos, encaixotados, porque eles pararam a obra. Eles mudaram o escopo do projeto. É um crime de lesa-pátria o que eles fizeram. É uma empresa que não tem dono”, reclama.

O que isto tem a ver com a Citepe?

Nesta quinta-feira, o Blog de Jamildo revelou, com exclusividade, que a empresa têxtil, controlada pela Petrobras, adotou um plano para d..., depois de admitir que está operando em desequilíbrio, com custos elevados.

O descompasso na produção é oriundo justamente da mudança de projeto denunciada pelo ex-gerente Nogueira Ferreira. Sem operar de forma verticalizada, a indústria não produz a sua própria matéria-prima e vive na dependência da importação do exterior. Em uma situação de dólar alto, os custos elevados impuseram os ajustes.

Em conversa com o Blog, funcionários da Citepe confirmam o abandono do maquinário. Segundo eles, as peças estão “enferrujando” dentro de contêineres. “Por mês, a empresa gasta cerca de 1,5 milhão no aluguel dos contêineres para guardar os equipamentos. Isso é absurdo. As peças estão se perdendo e a empresa não coloca o prédio de fiação para funcionar. Tudo isso por causa de corrupção”, desabafou um funcionário, que está em pleno processo de demissão voluntária na empresa.

Os equipamentos deveriam fazer parte do prédio de fiação, responsável pela texturização do fio. O atraso faz com que a Citepe precise importar o POY, matéria-prima para os fios texturizados, da Índia.

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De acordo com fontes extra-oficiais, o problema vêm desde a concepção da empresa, pois a planta têxtil deveria partir após a planta de pet, já que a resina é sua matéria-prima, mas aconteceu o contrário, tendo a Citepe de comprar resina de fora, ficando a mercê da instabilidade do mercado e do dólar.

O setor da fiação, que fabricaria a matéria prima chamada POY para abastecer o setor da Texturização e assim gerar o POLIÉSTER, não foi construído. A empresa acaba tendo que comprar (importar) esse POY do outro lado do mundo, como a Índia, não tendo como lucrar.

“Desde que começou a rodar a texturização, a barca já estava afundando aos poucos por conta da falta do outro setor que era a fiação. O POY deveria ser produzido na fábrica, ao lado da texturização”.

A empresa foi inaugurada em 2011 com 3 das 64 máquinas nunca entraram de fato em operação. Elas foram importadas pelo  diretor Superintendente, Richard Ward (foto).

De acordo com essas informações de bastidores, as 64 máquinas do parque de produção de fios têxteis de poliéster já estava naquela época “superdimensionada” para o mercado nacional e até internacional à época e nos próximos 10 anos.

Em dezembro de 2013, após dois anos de inaugurada, a fabrica só tinha funcionando 18 maquinas, com as demais paradas, enferrujando e ficando aboletas.

“Se dois depois de instaladas as 64 maquinas, só conseguiram produção para 18 maquinas (28%), porque compraram 64 máquinas em 2009 ?”, questionam. “Erro de projeto não foi !”

Assim, os custos foram revisto sob a alegação das altas dos custos de produção (a matéria prima PET já estava sendo fabricada em Suape ou era tudo mentira e estávamos importando?) e da desvalorização do real (só que o dólar estava estabilizado nesta época). A empresa fechou o balanço de 2013 com prejuízos de R$ 215,5 milhões.

Em março de 2014, o Complexo Industrial Químico-Têxtil, inicialmente orçado em R$ 6 bilhões, precisaria de recursos adicionais de R$ 3 bilhões para viabilizar o projeto, com um aumento de 50% dos custos “previstos”.

O Complexo Industrial Químico-Têxtil foi construido pela Norberto Odebrecht.

O grupo Vicunha, que atua na área têxtil, participava do projeto inicial da unidade, mas acabou afastando-se.

Complexo Industrial Químico-Têxtil PQS. Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem.


Complexo Industrial Químico-Têxtil PQS. Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem.

FONTE: http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2015/04/10/crise-na-citepe-den...

por: Por Jamildo Melo,

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Em dezembro de 2013, após dois anos de inaugurada, a fabrica só tinha funcionando 18 maquinas, com as demais paradas, enferrujando e ficando obsoletas.
“Se dois depois de instaladas as 64 maquinas, só conseguiram produção para 18 maquinas (28%), porque compraram 64 máquinas em 2009 ?”, questionam. “Erro de projeto não foi !”

Ou foi?

A crise na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), no Pólo Petroquímico de Suape, é pedra cantada desde a metade de março, dia das manifestações de rua contra a presidente Dilma no Recife. Poucas pessoas lembram, mas no vídeo gravado pelo ex-gerente da Petroquímica Suape Carlos Alberto Nogueira Ferreira já constam as primeiras denúncias de compra de equipamentos que não foram utilizados e que permaneciam ainda encaixotados na subsidiária da estatal.

 

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