Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

DCSP: Tendências e novas tecnologias para o segmento jeanswear

Durante a Semana de Lançamentos na Denim City SP, os convidados puderam se inspirar e renovar seus conhecimentos através das palestras apresentadas pela diferentes tecelagens.

A Santista Jeanswear, trouxe nomes como o estilista Dario Mittmann, o comunicador e estilita Dudu Bertholini, a pioneira em inovação tecnológica, Olivia Merquior com mediação de Sueli Pereira para falar sobre novas tecnologias e, o manual com o tema: “Denim: Entre tramas e algoritmos. Quando a inteligência artificial se encontra com a inteligência artesanal“.

“A sociedade sufoca a originalidade e a individualidade e uma das coisas que a gente sente, inclusive no mundo da moda hoje, é essa dificuldade das pessoas errarem” comenta Olivia que ainda disse que a IA está tão sofisticada que consegue enganar as pessoas.

E como a IA pode ajudar nos negócios da moda? Através da automação de processos criativos, otimização da cadeia de suprimentos, personalização da experiência do consumidor e análise de tendências em tempo real.

“É importante falarmos como a IA pode nos ajudar”, comenta Sueli.

“Às vezes errar acaba trazendo novos resultados que vão ser essa inovação do mercado, que talvez a IA nunca conseguiria ver, porque ela não iria errar e descobrir essa nova coisa. O fundamento da IA é utilizar nossos dados, criações para fazer esse mix. Desse ponto, é totalmente necessário ter a mão humana o lado humano por trás dessa operação”, afirma Dário.

Olivia discorreu ainda sobre a Inteligência Artificial Preditiva, que prevê algo. “Toda vez que você dá um like em uma foto no Instagram, o algoritmo entendeu que você gosta daquela pessoa, daquele tipo de informação ele te entrega mais daquilo. Quanto mais like você deu naquele tipo de informação e imagem, mais ele conseguiu prever o seu gosto”, diz Olivia.

E a Inteligência Artificial Regenerativa é a que gera um conteúdo e se pedirmos para a IA criar, por exemplo, um girassol vermelho, podem surgir diferentes opções e cada pessoa, também pode imaginar outras tantas.

“Podemos falar de Artesanato Digital porque, se o artesanato é o padrão e o desvio é a artesã, então a IA é o padrão e o desvio é a nossa sensibilidade criativa de conversar com a IA, porque ela não vai dar isso pronto para nós”, afirma Dudu.

Portanto é possível usar a Inteligência Artificial na arte e na criação, e seguir com o desvio, que é a mão e o cérebro das pessoas, para surgir o novo.

Confira a palestra completa da Santista Jeanswear aqui!

A Canatiba trouxe o “Redespertar” para o seu Inverno 2026, onde Bia Aidar apresentou as tendências e principais fits da temporada. Dentro desse tema surge o Reimaginar que cria o próximo passo com beleza, propósito e funcionalidade. É sonhar com o pé no chão e construir um amanhã que respeite a inovação, sem perder de vista a humanidade e a harmonia com o mundo ao nosso redor. Um público que preza por transparência em seu consumo. O orgânico, fluidez e o conceito do mineral são muito importantes. O luxo aqui não é só sobre o dinheiro, mas vestir roupas mais frescas, com melhor respirabilidade, sensação e conforto.

As cores passeiam entre os marrons que continuam em alta, juntamente com os terrosos e arenosos e cores sofisticadas com foco nos verde e azuis, além do púrpura e o lima.

Aqui entram alfaiatarias desconstruídas com novos volumes, peças funcionais e minimalistas e referências ao gótico e grunge com fits ora largas, ora slims, cintura super baixa e no lugar.

O tema Multiplicar é expandir, conectar e enriquecer, uma celebração da brasilidade que expande fronteiras, combinando calor humano, sustentabilidade e riqueza cultural. Não é apenas somar, mas respirar o futuro, onde todos vão ter voz. Formas consagradas vão ser fundidas com artesanato tradicional e união entre fronteiras e culturas. Os tons são terrosos e empoeirados com amarelo e vermelho. O boho continua no visual boêmio, com inspiração nos anos 70, e modelos bootcut, flare. Os casacos surgem com bordados ou tradicionais. A ideia de campo e fazenda traz xadrezes e o country e o passado presente traz o workwear em calças e jaquetas. Há a importância dos bordados, tecidos naturais, amarrações na cintura e alfaiataria com jeans.

O terceiro tema é o Pulsar que traz energia em movimento, explosão de vida e expressividade que celebra o inesperado e o lado vibrante da existência. Aqui entram os encontros, a liberdade e o riso compartilhado. É um estado de espírito que vibra com criatividade, diversão e coragem de ser único em um mundo repleto de possibilidades. Há o equilíbrio entre vida privada e vida pública, caos de ideias, cultura gamer, performance, desordem e surrealismo. As cores vão dos marrons e cinzas aos tons vivos com azuis, verdes e rosa. Surgem calças deslocadas, cortes arredondados, utilitário, produções diferentes com bolsos traseiros colocados na parte da frente, estilo cargo. Os uniformes escolares são desconstruídos e muitas peças são híbridas. Há ainda peças orgânicas e funcionais, zíperes e reguladores, aviamentação prata e cristais. O conceito de conforto traz o denim malha e terrosos desbotados.

Confira a palestra completa da Canatiba aqui!

A LYCRA® reuniu marcas com foco no slow fashion, que tem o denim como produto principal, na palestra “Novos Jeans do Brasil“. Estiveram presentes a Diss Denim, que está há 9 meses no mercado e, preza pelo capital humano da empresa, juntamente com o controle de qualidade, em um produto com conforto, design diferenciado e lavanderia muito bem trabalhada, a Krieger Jeans Work, marca de moda masculina que surgiu como um hobbie, na pandemia, valorizando o selvedge denim, autêntico jeans, no 100% algodão, a L’Dnim com uma trajetória de seis anos e, que traz o universo do jeans vintage com atualização em lavanderia e nos shapes e Mieko que valoriza o consumo consciente e une design, impacto social e ambiental, desde antes da peça nascer, com mediação de Silvana Eva, gerente de produto da LYCRA® que afirmou que tem muito espaço ainda para o segmento jeanswear crescer no Brasil.

Todas as marcas nasceram da necessidade de colocar à venda, peças que não encontravam nas lojas, com diferenciais como modelagem, lavanderia, costuras, porém, elas afirmam que é difícil ser uma marca pequena porque a indústria está preparada somente para grandes volumes, por isso, eles precisam contar com os parceiros que abrem às portas para os menores. Em relação aos canais de venda, o jeans vem crescendo no online, inclusive, com poucas trocas ou devoluções como ressaltou, Luciana Amarante, da marca L’Dnim.

Quando se fala em sustentabilidade é preciso olhar o ecossistema como um todo, no ciclo completo da cadeia. Gerson Krieger Filho, da marca Krieger acredita que só pelo fato de ser pequeno, já é uma marca sustentável e que pensa primeiro na “sustentabilidade dos funcionários“, que devem ser bem pagos, trabalhar em um ambiente favorável e peças, que na maioria, não passam por água, são trabalhadas no raw ou ainda utilizam menos processos em lavanderia. Mieko da marca de mesmo nome, acredita que o futuro do jeans são marcas que seguem o conceito de ateliê, já Ana Luisa Mendonça, da Diss, acredita que o jeans vai caminhar, cada vez mais, para o refinamento, como artigo de luxo. E Krieger confia no conforto que é essencial ao denim.