Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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De Paris, fotógrafo brasileiro conta como foi voltar a trabalhar após o desconfinamento

Thomas Tebet em autoretrato feito via Facetime

THOMAS TEBET EM AUTORETRATO FEITO VIA FACETIME

Após 2 meses de lockdown, no último dia 11 de maio a França iniciou a primeira fase do desconfinamento e hoje (02.06) entra na segunda fase, após achatamento e queda no número de contaminados e mortes pelo coronavírus. A região de Paris, que foi a mais afetada pela pandemia considerada zona vermelha e de maior risco, volta aos poucos suas atividades com abertura do comércio mas parques, bares e restaurantes ainda permanecem fechados.

A moda também começa a ensaiar uma volta. Marcas reabriram suas lojas e seus escritórios com equipes reduzidas e ainda parte dos funcionários em home-office. As revistas já planejam voltar a fotografar editoriais e matérias nas próximas semanas.

Mas como será voltar ao estúdio para um set de foto que envolve reunir pessoas? Quem “está no futuro” pode nos contar. Para isso convidamos o fotógrafo brasileiro, Thomas Tebet baseado em Paris que está há uma semana fotografando para o e-commerce da Balmain. Tebet nos concedeu o depoimento abaixo onde conta como foi para ele e para os outros membros da equipe estar de volta ao estúdio após um período longo de isolamento social.

“Depois de 2 meses de um lockdown rigoroso, tem um misto de sensações e preocupações ao voltar a encontrar as pessoas e trabalhar, ainda mais como um freelancer, sabendo que as coisas vão acontecer gradativamente. Então fiquei contente em ter o primeiro trabalho tão logo o desconfinamento começou.

O que me deixa seguro para essa volta é o fato da segurança e respaldo que o Estado deu pra população. Existe um plano unificado para passarmos por essa pandemia da melhor forma possível. E tem o espírito coletivo de todos.

No set, para nossa segurança tinham várias restrições. Ninguém podia entrar no local sem máscara e se higienizar com álcool em gel, oferecidos pela marca. O estúdio montado dentro da empresa foi dividido em dois, um para foto e outro para o vídeo, separados.

Apesar do medo, estava um clima legal. O responsável pelo trabalho fez questão de saber como cada um de nós estava e deixou todos da equipe confortáveis para caso não estivessem se sentindo bem se manifestar e deixar o trabalho.

Entre todos da equipe a maquiadora era a mais preocupada, pois a agência de modelos colocou uma certa pressão para que ela tivesse o máximo de cuidados ao maquiar os modelos, cobrando o uso de luvas, máscara e viseira facial em tempo integral e mantendo máxima distância possível. Somente ela e a stylist chegavam perto e tocavam os modelos. Minha camêra e eu ficamos a pelo menos oito metros de distância dos modelos e à quatro metros da pessoa no computador. Todo mundo fazendo o maior esforço para se cuidar e respeitar as regras ficando oito, dez horas por dia de máscara, o tempo todo.

E apesar de tudo isso, o clima estava leve e todo mundo feliz de poder estar novamente trabalhando e produzindo de novo, mesmo que com tantas restrições.

Confesso que me sinto mais inseguro no supermercado do que no estúdio. Me sinto muito seguro aqui (na França) pelo jeito como tudo está sendo conduzido e isso me deu mais tranquilidade para voltar ao trabalho nesse momento.” Thomas Tebet

 POR AUGUSTO MARIOTTI

https://ffw.uol.com.br/noticias/moda/de-paris-fotografo-brasileiro-...

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