Tendo relatado o desenvolvimento em nosso país das atividades da indústria têxtil de algodão,resultante da deflagração da guerra européia, julgamos agora indispensável considerar as providênvcias que a nosso ver se tornam necessárias à sua defesa e permitam assegurar-lhe condições de estabilidade futura.
Antes de mais nada, apresentar-se-nos ao espírito esta interrogação : acaba a guerra, será possivel à indústria brasileira manter, para a colocação dos seus tecidos, os mercados sul-americanos?
Cuidamos que esses mercados poderão ser conservados, si desde já nos resolvermos a enfrentar com perseverança a solução dos dificeis problemas que o assunto comporta.
TÉCNICOS
Sem técnicos competentes em nossas fábricas jamais poderemos suportar nos mercados estrangeiros a concorrência das nações industrialmente bem organizadas.
É capital este problema para nossa indústria de tecidos.
Em nosso país a realidade é esta : não possuimos técnicos em número suficiente para as necessidades da indústria.
Além de havermos dificultado a aquisição de técnicos estrangeiros, temo-nos deploravelmente descurado do ensino técnico no país.
Na generalidade das fábricas brasileiras reina ainda o empirismo e por isso mesmo a produção, além de não alcançar a eficiência indispensável ao barateamento do preço de custo, comparece aos mercados consumidores sem a perfeição que deveria apresentar.
Vale a pena referir o que se passa em outras nações em matéria de ensino técnico indústrial.
No Japão, em 1936-37, havia:
60 escolas técincas especiais, com 2.403 professores e 26.591 alunos;
1.301 escolas técnicas ( excluidas as escolas técnicas especiais) com 10.632 professores e 433.437 alunos ;
17.043 escolas técnicas preparatórias com 74.043 professores e 1.964.599 alunos ( The Statesman's Yearbook 1941) .
Nos EUA , em 1937-38 havia :
1.397 universidades, colégios e escolas profissionais com 97.566 professores e 1.205.000 alunos ( The Statesman's Yearbook, 1941 ).
Na Rússia o ensino técnico é intensamente desenvolvido e considerado parte do equipamento indústrial da nação.
Em 1936, havia :
164.081 escolas elementares ;
1.797 escolas de fábrica ;
2.572 escolas técnicas ;
716 escolas de operários.
Além disso, existiam 797 institutos de pesquisas, onde trabalhavam 97.200 indivíduos.
Em 1939, foram fundadas mais 9.593 escolas ( The Statesman's Yesarbook, 1941) .
É assombroso o que se passou, no que respeita à conquista da técnica, na Rússia, onde só em 1930 foi feita a revolução cultural. O esforço foi dirigido no sentido de proporcionar, no mais breve prazo, à população ignorante a capacidade de servir-se da maquinária moderna. Os planos quinquenais sempre cogitaram do ensino técnico prosissional.
Fonte: Comissão Executiva Têxtil
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