Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Déficit da Balança Têxtil Triplica no Ceará em um Ano

As informações do Mdic apontam uma tendência de substituição de produtos locais pelos importados

Informações do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior apontam uma tendência de substituição de produtos locais por artigos vindos de fora do Brasil, principalmente, oriundos da China Foto: Divulgação

São Paulo. Os dados do IBGE e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) apontam uma realidade preocupante: enquanto que a produção de produtos têxteis e de vestuário no Ceará caiu no ano passado, as vendas no varejo desses itens cresceu. Isso mostra que o incremento do consumo está sendo suprido não só por produtos de outros estados, mas pelos importados.

No ano passado, o Estado exportou US$ 80 milhões em têxteis e confeccionados, ao passo que importou o equivalente a US$ 178 milhões. E esse déficit da balança comercial vem se alargando, tendo triplicado somente no último ano.

Substituição

As informações do Mdic apontam uma tendência de substituição de produtos locais pelos importados, já aparente aos consumidores pelo crescente volume de itens, em especial, chineses nas lojas e camelôs do Estado.

Em 2012, as exportações de têxteis e confeccionados registraram queda de 18% em relação a 2011, enquanto que as importações, no mesmo intervalo, elevaram-se em 38%. Ou seja, o déficit passou de US$ 31 milhões em 2011 para US$ 98 milhões no ano seguinte.

Fatia pequena

Mesmo assim, o Ceará ainda tem uma representação pequena diante da importação brasileira destes itens, participando com 2,7% do total, que chega a mais de US$ 6,5 bilhões.

Já no volume de exportações, que representa apenas cerca de 1% do total da produção nacional, o Estado possui uma fatia de 6,3%. "Em 1996, a Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou que o acordo de comercialização têxtil iria acabar em dez anos, iniciando a liberalização do comércio mundial do setor. No Brasil, não se fez nada para se preparar para isso. Então, em 2005, os chineses começaram a chegar e, em 2007, já estavam estabelecidos, e só então o brasileiro percebeu o espaço que estava perdendo", explica o técnico do conselho consultivo da Associação Brasileira de Técnicos Têxteis (ABTT), Julio Caetano Cardoso, que participou esta semana da Tecnotêxtil Brasil 2013, que ocorreu de segunda-feira última a ontem, em São Paulo, organizada pela Fcem - Feiras, Congressos e Empreendimentos. Segundo ele, é preciso que se estabeleça uma isonomia no mercado, evitando a concorrência desleal hoje existente.

Produto barato

"O chinês não segue as regras do comércio doméstico no Brasil. Por exemplo, nós não podemos usar um corante incentivador de câncer, mas eles podem. Uma barraca de praia que fazemos, tem que ter proteção UV (ultravioleta), a deles não. Daí, fazem mais barato", reclama. O técnico defende uma maior fiscalização dos produtos importados, e que esta se dê ainda nos contêineres, quando eles entram no Estado.

"Já faz tempo que os nossos produtos têxteis sofrem esta concorrência desleal. Estamos perdendo competitividade por falta de normas iguais", reforça o conselheiro consultivo da ABTT, João Luiz Pereira. "Entretanto, mesmo assim, nossa indústria têxtil é a quinta maior do mundo, e a de confecções, a quarta do mundo", pondera.

Indústria paulista quer ICMS único

Legislando em causa própria e defendendo que a produção esteja próxima de onde está o consumo, o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de São Paulo (Sinditêxtil-SP) e vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, diz que a indústria paulista irá brigar para que seja aprovada a unificação das alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em todo o País.

"Vamos fazer toda a pressão do mundo para aprovar a unificação deste imposto, e acabar, assim, com esta guerra desleal que existe entre os Estados", declarou Cervone. O governo federal defende a unificação das alíquotas do tributo em 4%, acabando com a diferenciação existente entre os Estados da regiões mais pobres (Nordeste, Norte e Centro-Oeste), cuja alíquota é de 12%, e Sul e Sudeste, onde se pratica um percentual de 7%.

Desindustrialização

As lideranças nordestinas, em especial, defendem o modelo atual, preocupados com uma possível desindustrialização da região, que perderia um dos principais atrativos para a prospecção de indústrias e atração de novos empreendimentos.

Questionado se a unificação não acarretaria em uma fuga de investimentos do Nordeste, Cervone afirmou: "ninguém muda uma fábrica assim rápido, de uma hora pra outra", não avaliando quais seriam as consequências a médio e longo prazos. "A guerra fiscal precisa acabar", reforçou, durante a Tecnotêxtil Brasil 2013, realizada em São Paulo.

Ceará

Atualmente, o Ceará possui pouco mais de 5% do número de empresas do setor têxtil e confeccionista brasileiro, o que representa cerca de 1.600 empresas, levando em consideração aquelas com cinco ou mais funcionários. Desta forma, o Estado grega 7% dos empregos do setor no Brasil, somando aproximadamente 120 mil postos diretos.

A saída de empresas implicaria, diretamente, em um significativo volume de demissões, uma vez que este é o segundo maior setor da indústria de transformação em geração de empregos, atrás apenas do de alimentos e bebidas.

Moda

O presidente do Sinditêxtil-SP defendeu que o Ceará, por estar mais próximo dos mercados da Europa e Estados Unidos, poderá se beneficiar do comércio exterior, por mais que este represente cerca de 1% da produção têxtil nacional. "Mas nós deveremos crescer nesse aspecto, e estamos trabalhando nisso", disse ele, que também é o diretor executivo do Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil).

"O Ceará tem algo que nenhum estado tem: a riqueza cultural e do artesanato na moda, que, ampliada, não tem pra ninguém", afirma, apontando o Ceará como o novo destaque da moda nacional.

Fonte:|http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1256185

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Ceará registra queda de 20% na produção têxtil

Há casos, inclusive, de indústrias locais deixando de ampliar suas unidades para irem aos outros estados

São Paulo Diferentemente do ocorrido na maioria dos estados brasileiros, a indústria têxtil e de confecção cearense registrou queda em seu faturamento no ano passado. O valor arrecadado caiu 20,2%, passando de US$ 4,7 bilhões para US$ 3,75 bilhões no período, segundo informado ontem pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Apesar do mau resultado, o Estado ainda é o quinto principal polo nacional do setor, respondendo por 7% do total.

Indústria local é fornecedora de fios e não tem sofrido tanto quanto as outras do setor Fotos: Divulgação


O Ceará perde, no ranking, para São Paulo (30%), Santa Catarina (17%), Minas Gerais (11%) e Paraná (8,7%). Entretanto, o posto cearense poderá ser tomado por Goiás, caso se confirme a tendência de redução na atividade e crescimento na do estado do Centro Oeste.

Hoje, inclusive, já existem fábricas cearenses que, ao invés de ampliar sua produção no Estado, estão se instalando em solo goiano, de acordo com informações do técnico do conselho consultivo da Associação Brasileira de Técnicos Têxteis (ABTT), Julio Caetano Cardoso.

"No Nordeste, e no Ceará, o forte é fiação, e muitas dessas empresas estão indo para Mato Grosso e Goiás, porque lá cresce a produção de algodão. E é mais interessante ficar perto dessa matéria-prima, e do mercado consumidor", explica.

"Os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte já tiveram produção algodoeira forte, mas acabou tudo por causa do bicudo. Hoje, o Centro Oeste está retomando com força essa atividade. A ideia, agora, é que o Brasil chegue à segunda colocação mundial nessa produção, puxado por esta região", complementa o técnico.

Produção no Ceará

Entretanto, o consultor Luiz Barbosa Lima acredita que o Ceará não deverá ter uma migração tão significativa da produção da indústria têxtil local para outra região, no caso, o Centro-Oeste.

Ele realizou palestra na tarde de ontem sobre o panorama da indústria têxtil e de confecções no Brasil e no mundo durante a Tecnotêxtil Brasil 2013, que teve início na segunda-feira e encerra amanhã, em São Paulo.

"As empresas não vão fechar assim suas fábricas e acabar sua produção. Mesmo porque a indústria têxtil cearense é moderna e competitiva", afirmou.

Demanda maior que oferta

De acordo com dados que compilou do levantamento intitulado Brasil Têxtil 2012, do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), em 2011, a produção de têxteis no Brasil era de 10,4 quilos por habitante, enquanto o consumo per capita era de 13,6 quilos, o que mostra a demanda reprimida, que está sendo suprida por importações.

O estudo projeta que, neste ano de 2013, a demanda será maior que a oferta em 624 mil toneladas. Para 2022, essa diferença chegará a 725 mil toneladas. "Essa diferença necessita ser preenchida por novos investimentos com implantação de novas indústrias têxteis, devido à incapacidade das indústrias nacionais atuais de suprirem a necessidade do consumo de nosso mercado interno, que cresce anualmente com a melhoria de renda per capita do povo brasileiro, que passou a consumir mais manufaturados têxteis", analisa o consultor. Lima explica que a posição do Ceará no mercado nacional é, principalmente, de fornecedor de fiação, e que esse segmento tem sofrido ainda menos que os demais da cadeia têxtil. "É por isso que o Ceará não têm sofrido tanto com a crise no setor têxtil, porque este segmento de fiação é o início da cadeia", afirmou.

Nordeste

Apesar da queda no Ceará em 2012, o Nordeste teve resultados positivos nos últimos anos. Enquanto que, de 2007 a 2011, as indústrias têxteis do Norte, Sudeste e Sul reduziram sua participação na produção nacional, o Centro-Oeste e o Nordeste cresceram, sendo este último o que apresentou um desenvolvimento mais expressivo, saindo de 19% para 21,3%. "O Nordeste tem investido bastante no setor", confirma o Hélvio Pompeu Madeira, diretor presidente da Fcem (Feiras, Congressos e Empreendimentos), organizadora da Tecnotêxtil.

De acordo com a análise dele, os incentivos fiscais motivam a ida de indústrias do setor para o Estado, e o Nordeste como um todo. "Isso reduz sobremaneira os custos operacionais das empresas", defende ele, que acredita que a padronização do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), em discussão no Congresso, não deverá ser aprovada.

Competitividade

A proximidade geográfica com os mercados da Europa e dos Estados Unidos também é um fator de competitividade, por mais que, segundo ele, 99% da produção nacional seja para o mercado interno. "Mas há um interesse da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em promover as vendas externas do setor".

Tecnotêxtil recebe 20 mil visitantes e amplia negócios

No ano passado, a Tecnotêxtil movimentou R$ 750 milhões em negócios futuros. Para este ano, a expectativa é crescente, segundo os organizadores

São Paulo Com 100% de ocupação nos 14.190 metros quadrados no Pavilhão Azul da Expo Center Norte, em São Paulo, a Tecnotêxtil segue até amanhã com exposições e palestras, esperando receber cerca de 20 mil visitantes. Na sua última edição, em 2011, a feira movimentou R$ 750 milhões de reais em negócios, segundo informou o diretor-presidente da Fcem.

"Não tem com prever quanto esta edição poderá gerar de negócios, mas acreditamos em um ótimo resultado", diz Hélvio.

Centro de Eventos na mira

Ele acredita que, agora com o Centro de Eventos do Ceará (CEC), Fortaleza terá mais capacidade de atrair eventos deste porte para o setor têxtil, o que contribui para dar mais competitividade nacional e internacional para sua indústria. Somente este ano, três feiras do setor já estão programadas para o equipamento. Exemplo disso é a Maquintex 2013 - Feiras de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para a Indústria Têxtil, que será realizada entre 20 e 23 de agosto e é considerada o grande evento do segmento no Nordeste. Em sua última edição, em 2011, a feira reuniu 500 marcas, 150 estandes e cerca de 20.50 visitantes de todas as regiões do Brasil e de 13 países. Neste ano, ela ocupará 65 mil metros quadrados de área no CEC.

Fonte:|http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1255716

È ISSO AI,VAMOS COMPRAR DA CHINA E VIRAR COMERCIANTES...

UHUUUUUUUUUU...

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