Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

 

Hoje tratamos roupas como bens descartáveis, estimulados pelas tendências passageiras e por peças baratas, nos livramos delas na mesma velocidade que novas coleções chegam às lojas. Já sabemos que essa cultura do use e descarte gera quantidades imensas de resíduos e impactos negativos ao planeta.

 

O desperdício têxtil é um dos principais problemas da indústria da moda. Somente em 2015, o consumo mundial de tecidos alcançou, aproximadamente, 73 milhões de toneladas, sendo que, apenas, cerca de 20% foram recicladas.

 

A produção no Brasil no mesmo ano foi de 5,5 bilhões de peças e, estima-se que são gerados 175 mil toneladas de resíduos têxteis por ano no país. Desse total, apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas na produção de barbantes, mantas, novas peças de roupas e fios.

 

Diante desse cenário, a recuperação e reciclagem são alternativas que proporcionam benefícios ambientais importantes já que não são necessários o uso de novos recursos. Além disso, elimina-se a necessidade de espaços em aterros, outro grande problema, pois as fibras artificiais não são biodegradáveis, os resíduos têxteis podem eliminar químicos que contaminam o solo e peças feitas de lã ao se decompor produzem metano que contribui para o aquecimento global. Resumindo, a reciclagem e recuperação de fios e tecidos permitem que recursos sejam economizados e a poluição seja reduzida.

 

Outra opção para essa questão é o processo chamado upcycling, que transforma resíduos ou produtos descartados em novos materiais ou produtos de maior valor, uso ou qualidade. Cada vez mais vemos surgir marcas e iniciativas que utilizam esses resíduos como matéria-prima transformando-os em lindas peças, como é caso da Comas, ThinkBlue, Mig Jeans, Trappo, Odysse, Misnella, Coletivo de Dois e entre outras. [confira todas as marcas no site SDF].

 

Iniciativas como o Banco de Tecidos - onde sobras de tecidos e materiais descartados pela indústria e por designers ganham a chance de serem usados em novas criações - e o projeto Retalhar - que utiliza o reaproveitamento de resíduos têxteis como ferramenta para o empoderamento de empreendimentos da economia solidária - são soluções encontradas para minimizar o problema atual.

 

Se por um lado muitas marcas e projetos estão buscando alternativas para mudar essa situação, seja incorporando tecidos e materiais reciclados em suas coleções e/ou transformando materiais descartados em novos produtos, nós como consumidores também devemos adotar ações para reduzir esse desperdício. Seja incentivando o trabalho dessas marcas, contribuindo com a reciclagem, re-styling e reparos de roupas já existentes. A troca de peças com amigos e familiares, compra em brechós e optar pela qualidade e não quantidade são mudanças no comportamento que causam um impacto significativo no guarda-roupa, no bolso e na natureza.

 

O que podemos esperar é que o futuro será de lixo zero, economia circular e reutilização total de materiais, para que os recursos naturais, já tão escassos, sejam poupados. Por isso, pense muito bem antes de descartar uma peça do seu guarda-roupa, pois o “lixo” será o novo luxo na indústria de moda.

 

Saiba mais sobre economia circular aqui.

 

 

Referências:

 

http://source.ethicalfashionforum.com/article/introduction-to-fashi...

 

http://source.ethicalfashionforum.com/article/waste-recycling

 

http://www.ecouterre.com/sweden-wants-to-reduce-waste-by-giving-tax...

 

http://www.triplepundit.com/special/sustainable-fashion-2014/upcycl...

http://www.slowdownfashion.com.br/single-post/2016/10/04/Descarte-t...

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Respostas a este tópico

Prezados

O grande problema está nos artigos de fibras sintéticas.
As peças em celulose e proteínas são menos agressivas.
Que fazer?
E' uma questão de custo.
Os sintéticos são muito mais baratos.

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