Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Para além da criação das coleções, os novos designers têm de emprestar o seu carisma e o seu rosto à casa de moda que lideram criativamente. Uma das razões pelas quais Dior, Saint Laurent e Balenciaga nomearam novos designers – Raf Simons, Hedi Slimane e Alexander Wang –, que se deverão afirmar em 2013.

O próximo ano traz no horizonte a afirmação de novos designers em três casas de moda: Raf Simons na Dior, Hedi Slimane na Yves Saint Laurent e a estreia de Alexander Wang na Balenciaga. Uma reforma dos destinos criativos para manter as vendas em alta e renovar as coleções destes pesos-pesados da moda.

Dior, Yves Saint Laurent e Balenciaga: três casas de moda de topo de Paris começam 2013 com um novo designer ao leme. Uma das formas de estimular o apetite dos fashionistas e manter as vendas em alta. «Há uma altura em que uma marca precisa de se renovar», afirma Serge Carreira, especialista na indústria de luxo e professor na universidade Sciences Po.

A mudança pode surgir involuntariamente – como no caso de John Galliano, despedido pela Dior por causa dos insultos racistas proferidos em fevereiro de 2011 e substituído na passada primavera pelo minimalista belga Raf Simons. Ou pode ser deliberada, como aconteceu na Yves Saint Laurent e na Balenciaga, onde Hedi Slimane e Alexander Wang foram nomeados para substituir os designers Stefano Pilati e Nicolas Ghesquière, respetivamente. «Ter um novo designer tornou-se numa nova forma das marcas aguçarem o apetite dos consumidores», assegura o consultor da indústria de luxo, Jean-Jacques Picart.

Para o mundo da moda, tanta mudança num ano parece ser o fim de um ciclo e o início de outro, como visto no início dos anos 2000 com a chegada de Slimane à Dior Homme e de Tom Ford à Saint Laurent, refere Picart.

Ghesquière passou 15 anos na Balenciaga, tal como Galliano na Dior, enquanto Pilati esteve no total 12 anos na YSL, onde começou sob a direção de Ford, explica Pamela Golbin, curadora no Museu de Artes Decorativas de Paris. Tempo suficiente para a indústria mudar e o papel de um designer também. «O número de coleções passou de quatro para oito, 12 ou mais se forem incluídas as coleções cápsula», acrescenta Golbin.

As marcas querem cada vez mais que os designers ajam como a sua face pública, abrindo lojas e aparecendo em galas. Pamela Golbin resume o ambiente na indústria de moda atual com uma citação da falecida designer francesa Madeleine Vionnet: «os artistas existem para nos fazerem sonhar – os costureiros têm de vender roupa ou vão à falência».

Uma visão partilhada por Carreira: «Hoje já não é suficiente desenhar um vestido. Ter uma identidade forte e um produto distinto são as chaves do sucesso».

Numa altura em que as casas de moda estão a tentar melhorar as suas perspetivas para o crescimento futuro, precisam conseguir um equilíbrio entre criatividade e imperativos de negócio. «E a história diz-nos que compensa ser ousado», diz Carreira. «Se pedir a criativos talentosos para produzirem produtos standardizados, não há razão para que isso funcione», acrescenta.

Também os consumidores mudaram nos últimos 15 anos. A indústria está agora a direcionar-se para consumidores atentos que estão longe dos noviços na moda dos anos 90. Os clientes de hoje movimentam-se entre marcas grandes e de nicho e entre ofertas mais caras e mais baratas.

Esta primavera trará os muito aguardados primeiros desfiles “ a sério” de Slimane para a Yves Saint Laurent, depois da coleção para a primavera-verão, apresentada em outubro, pelo designer de culto terem sido vistos como uma homenagem ao falecido fundador da casa de moda.

O novo designer da Dior, Raf Simons, deixou já a sua marca em Paris com duas coleções, uma couture e outra de pronto-a-vestir, onde revisitou as silhuetas icónicas de cintura alta da casa de moda com um toque contemporâneo de linhas clean.

E Alexander Wang, o menino-bonito do mundo da moda de Nova Iorque, irá dar os seus primeiros passos na Balenciaga com o desfile da coleção pronto-a-vestir para o outono-inverno.

Aos 28 anos, Wang é já um homem de negócios bem-sucedido, ao leme da sua casa de moda epónima que tem crescido na Ásia, onde o designer taiwanês-americano tem as suas raízes familiares.

A sua chegada à Balenciaga pode ou não significar uma estratégia comercial mais agressiva, mas qualquer que seja a direção que a casa tome, para Picart, a nomeação de Wang «sela a chegada de uma nova geração» de designers à alta roda da moda, numa das maiores capitais mundiais do estilo
 Fonte:http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41915/xmview/...

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