Manifestantes carregam uma faixa com o logo da Google durante a marcha anual do orgulho em Taipei, na Tailândia em 2014 (Craig Ferguson/Getty Images)
A recente campanha da joalheira americana Tiffany & Co., que retrata um casal de homossexuais numa propaganda de alianças, lança luz a um tema ainda pouco explorado pelo marketing brasileiro: a inclusão desse público nas estratégias de marketing das empresas. Os namorados retratados em uma das fotografias da série aparecem ao lado da pergunta "Will You?" (Você quer?, em tradução livre), em referência a um pedido de compromisso. "O amor verdadeiro pode acontecer mais de uma vez a partir de histórias de amor que possuem uma variedade de formas", afirmou Linda Buckley, porta-voz da empresa, em entrevista à CNN.
Nos Estados Unidos, assim com a Tiffany & Co, outras marcas já perceberam que dialogar com o público formado por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros (LGBT) é vantajoso não só para os ganhos financeiros, mas também para a imagem da empresa. A Gap, por exemplo, tem investido em campanhas inclusivas já há alguns anos. Em 2012, estampou em um anúncio um casal de namorados dentro de uma mesma camiseta com a chamada "be one".
Uma conduta preconceituosa, por sua vez, pode trazer prejuízos de imagem importantes para as marcas, como foi o caso da fabricante de alimentos italiana Barilla. Em 2013, o presidente da empresa, Guido Barilla, afirmou, em entrevista, que "nunca faria um anúncio com uma família homossexual". Barilla afirmou ainda que a marca se identifica com a imagem de família tradicional, e que "se os gays não gostam disso, eles podem comer outra marca". A declaração viralizou nas redes e criou uma crise na empresa. O executivo teve de vir a público pedir desculpas.
Conheça as marcas que se posicionam em favor da comunidade LGBT.
A marca americana Gap tem tradição no apoio à comunidade LGBT. A campanha mais marcante dos últimos anos, intitulada “Be one” (Seja um, em tradução livre), retrata o ator Rory O'Malley, lembrado por sua participação no filme Dreamgirls (2006), e seu, à época, namorado, Gerold Schroeder, dentro de uma camiseta. Os dois se casaram em setembro do ano passado. Em outra campanha, de fim de ano, a marca postou em seu Facebook uma foto do músico Rufus Wainwright com seu marido, Jorn Weisbrodt. “Cada família é única e muitas vezes vai além dos nossos parentes. Ela também inclui as pessoas que compartilham nossas vidas e paixões mais profundas”, disse a marca no release de divulgação da campanha “Love comes in every shade” (O amor tem vários tons). A empresa já foi classificada pela Human Rights Campaign como uma das melhores empresas para se trabalhar e também apoia o projeto “It gets better”, de prevenção ao bullying em escolas.
Em plena pandemia de Aids, no início dos anos 1990, a canadense MAC Cosmetics lançou a o batom vermelho Viva Glam, com o objetivo de arrecadar de fundos para dar suporte a homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV. O funcionamento da ação é simples: cada centavo obtido com a venda do batom e, atualmente, do gloss da linha são voltados ao Mac Aids Fund, que prioriza iniciativas de prevenção, tratamento e garantia de necessidades básicas a pessoas com HIV em diversos países. Entre os garotos propagandas da Viva Glam estiveram a estrela drag Ru Paul, a atriz lésbica kd Lang e o cantor homossexual Rick Martin. Atualmente, a protagonista da atual campanha é a cantora pop americana Rihanna.
O renomado estilista Karl Lagerfeld transformou em arte a sua posição política a favor do casamento igualitário na França. Ao final do desfile de alta-costura da Chanel, na semana de moda de Paris de 2013, duas mulheres vestidas de noiva se apresentaram junto com o sobrinho do estilista, encerrando o evento com um tom de protesto. “Eu não entendo esse debate. Desde 1904, na França, a igreja e o Estado estão separados”, desabafou o estilista. Após meses de controvérsia, a França aprovou o casamento gay em abril do mesmo ano, se tornando o 14º país a legalizar a união e também a adoção por parte de homossexuais.
O diretor-executivo da Amazon, Jeff Bezos, e sua mulher, MacKenzie Bezos, surpreenderam ao fazer uma doação milionária para uma entidade que apoia o casamento igualitário no estado de Washington. Em 2012, eles ofereceram cerca de 2,5 milhões de dólares à Washington United for Marriage, considerada uma das maiores doações para a causa à época. O casamento gay passou a ser legal em Washington em dezembro daquele ano. A ação não foi isolada. Em 2013, a empresa lançou um comercial gay-friendly que retratam um homem e um mulher, ambos usuários do leitor digital Kindle, acompanhados de seus respectivos companheiros.
Para celebrar a paixão pelo esporte entre todos os atletas, independentemente de sua orientação sexual, a Nike lançou nos Estados Unidos, em 2012, a coleção #BeTrue (Seja verdadeiro, em tradução livre). Os tênis e as camisetas da linha têm cor predominantemente preta, alternada com uma diversidade de outras cores que remetem à bandeira do arco-íris. De acordo com a Nike, o conceito foi diretamente inspirado na comunidade gay. A empresa se comprometeu a doar até 500 mil dólares do lucro da venda de produtos da da coleção à LGBT Sports Coalition, grupo dedicado ao combate da discriminação no esporte. "Nós somos uma empresa comprometida com a diversidade, a inclusão e a liberação do potencial humano", afirmou Tim Hershey, vice-presidente de merchandising global e executivo-chefe da rede de amigos e funcionários LGBT da companhia. "A Nike acredita que se você tem um corpo, você é um atleta", acrescentou.
Para o presidente da Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, defender o direito dos gays implica em enfrentamento. Na reunião anual de acionistas da companhia, em 2013, Howard Schultz discutiu com um acionista que questionava o apoio da empresa ao casamento gay. "Com todo o respeito, se você acha que consegue um retorno melhor que os 38% que obteve no ano passado, este é um país livre. Você pode vender suas ações do Starbucks e comprar papéis de outras companhias. Muito Obrigado", afirmou. Em 2012, a empresa apoiou um projeto de lei do estado de Washington que previa o casamento gay e, em 2011, fez parte de um grupo de 70 companhias que se opuseram a um projeto de lei que restringia definição de casamento apenas entre homem e mulher.
O CEO de uma das mais empresas de tecnologia mais importantes do mundo, a Apple, saiu do armário do ano passado, causando repercussão mundial. "Deixa-me ser claro: eu tenho orgulho de ser gay, e eu considero ser gay um dos maiores dons que Deus me deu", declarou Tim Cook. “Eu não me considero um ativista, mas eu percebo quando eu tenho me beneficiado do sacrifício de outros. Então, se ouvir que o CEO da Apple é gay pode ajudar alguém lutando para chegar à ciência de quem ele ou ela são, ou trazer algum conforto a qualquer um que se sinta sozinho, ou inspirar as pessoas a insistir em sua igualdade, então vale a pena trocar isso pela minha privacidade”, afirmou. A empresa também se posicionou contra à lei que restrige o conceito de família entre homem e mulher nos Estados Unidos.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/dez-marcas-que-estao-de-o...
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ja temos como presentear o silas malafaia
Para o presidente da Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, defender o direito dos gays implica em enfrentamento.
O CEO de uma das mais empresas de tecnologia mais importantes do mundo, a Apple, saiu do armário do ano passado, causando repercussão mundial.
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