Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Dicas para distinguir o "direito" e o "avesso" de um tecido.

Dicas para distinguir o direito e o avesso do tecido

Com estas dicas pretende-se que quem diariamente trabalha com tecido saiba distinguir qual o "direito e avesso" do mesmo, de forma a evitar o erro, muito comum, de fazer do avesso o direito do tecido e vice versa. Em muitas confecções acontece utilizarem, por desconhecimento, o tecido de forma errada.

Antes de se começar a desfiar uma  amostra devemos determinar qual o  "direito" e o "avesso" da mesma, para sabermos qual o sentido do urdido e da trama, só quando tivermos a certeza disto é que podemos começar a desfiar a amostra ou a trabalhar o tecido.
Para isso devemos seguir os passos abaixo indicados e são os seguintes:
 
  a)-O direito é, quase sempre, o lado do tecido que apresenta o aspecto com o acabamento mais cuidado.

b)- No direito, quando o tecido é uma sarja ou uma diagonal, os cordões correm da esquerda para a direita e de baixo para cima.
     
c)- Caso o tecido tenha pêlo este apresenta-se, quase sempre, tombado no direito e a correr de cima para baixo.
 Há tecidos que tem pêlo no avesso, para os tornar mais macíos e quentes, mas o pêlo,nestes   casos, é curto e irregular.
   
d)- Analisar os fios do tecido e verificar as características de cada um e assim considerar o seguinte:
  Que o fio da teia  é mais resistente que o da trama;tem 2 ou mais cabos;tem mais torção.
 
  Que o fio da trama  é menos resistente que o da teia; às vezes só tem 1 cabo e quando isto se
 
  verifica é, quase sempre, um fio com torção "Z".
 
 
  e)- A densidade da teia é geralmente maior que a  densidade da trama.
f)- Se o tecido for mono-elástico o fio da trama é, duma forma geral,  com  "EA".
g)- Se o tecido tiver riscas estas são, quase sempre à teia. São rarissimos os casos em contrário.
h)- Se o tecido for em xadrez este é sempre mais longo no sentido da teia ou seja ao alto.
i)- Muitas vezes, á transparência, podemos ver as pequenas raleiras do pente e, sendo assim, elas definem claramente a direcção do tecido.
    
j)- Se o tecido for feito com fios de contraste claro escuro o fio da teia é, quase sempre, mais claro que o da trama.
    
Espero, com estas dicas, contribuir para o esclarecimento das dúvidas que este tema sempre origina e assim evitar possíveis problemas ao manusear um tecido.

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Respostas a este tópico

Na borda do tecido 'e possivel perceber furinhos causados por garras do maquin'ario de acabamento. Esses furinhos s~ao geralmemte feitos do avesso para o direito, assim, a borda do tecido apresenta um certo relevo ao toque pelo lado direito.

Os furinhos de que fala são provenientes duma máquina chamada Râmula que tem como finalidades principais a secagem do tecido depois da lavagem, e a termofixação do tecido de forma a fixar a estabilidade à largura e ao comprimento através de calor que varia conforme a composição do tecido mas que normalmente é da ordem dos 160º/190º graus. Em alguns tecidos estes furinhos desaparecem quando o tecido vais posteriormente ao vaporizador e à decatissagem. Também pode acontecer o tecido ser secado pelo avesso e neste caso a sua teoria não pode ser totalmente aceite embora na maioria dos casos seja como você diz. A sua dica deve também ser tida em consideração. Obg. pela sua chamada de atenção.

Muito obrigado.

No nosso caso, na COLORI, distinguir entre direito e avesso é fundamental na hora de estampar.

E tem caso que a estampa deve entrar na avesso, ou por necessidade ou a pedido do cliente.

Caro Jorge eu sei que na estamparia existe o problema de saber definir bem o direito e o avesso. Já tive de mandar estampar tecidos e como a estamparia ficava no norte de Portugal (Porto) tinhamos de enviar o tecido mutito bem marcado para não haver erros. Há agora na Europa uma procura grande de tecidos estampados com apenas uma cor (liso), O fabricante do tecido faz uma tela base por exemplo em Xadrez e as cores são dadas por estampagem estampando aoenas uma cor pois o desenho foi definido na altura em que foi tecido. Trata-se dum processo muito inovador e está a ter algum sucesso e é chamado "print finish", a estampagem é feita por papel que acompanha o tecido durante a estampagem mas neste caso a fibra que tinge é o poliester, embora o sistema mais avançado é o da estampagem por "laser" e aqui já podemos estampar outras fibras como por exemplo a Lã. Esta forma de fazer tecidos estampados está a ser muito desenvolvida principalmente em Italia e posso garantir que há poucas colecções de homem e de senhora que não tenham alguma padronagem com este tipo de tecido. Se tiver algum interesse neste tema podemos desenvolvê-lo com mais pormenor. Obrigado pelo seu interesse na minha postagem.

Jorge Medeiros disse:

Muito obrigado.

No nosso caso, na COLORI, distinguir entre direito e avesso é fundamental na hora de estampar.

E tem caso que a estampa deve entrar na avesso, ou por necessidade ou a pedido do cliente.



Jorge Trindade disse:

Caro Jorge eu sei que na estamparia existe o problema de saber definir bem o direito e o avesso. Já tive de mandar estampar tecidos e como a estamparia ficava no norte de Portugal (Porto) tinhamos de enviar o tecido mutito bem marcado para não haver erros. Há agora na Europa uma procura grande de tecidos estampados com apenas uma cor (liso), O fabricante do tecido faz uma tela base por exemplo em Xadrez e as cores são dadas por estampagem estampando aoenas uma cor pois o desenho foi definido na altura em que foi tecido. Trata-se dum processo muito inovador e está a ter algum sucesso e é chamado "print finish", a estampagem é feita por papel que acompanha o tecido durante a estampagem mas neste caso a fibra que tinge é o poliester, embora o sistema mais avançado é o da estampagem por "laser" e aqui já podemos estampar outras fibras como por exemplo a Lã. Esta forma de fazer tecidos estampados está a ser muito desenvolvida principalmente em Italia e posso garantir que há poucas colecções de homem e de senhora que não tenham alguma padronagem com este tipo de tecido. Se tiver algum interesse neste tema podemos desenvolvê-lo com mais pormenor. Obrigado pelo seu interesse na minha postagem.

Jorge Medeiros disse:

Muito obrigado.

No nosso caso, na COLORI, distinguir entre direito e avesso é fundamental na hora de estampar.

E tem caso que a estampa deve entrar na avesso, ou por necessidade ou a pedido do cliente.

Caro Jorge Trindade,

Achei bastante interessante a tecnologia da estamparia print finish, se possível gostaria que o Sr. falasse mais um pouco dela.

Caro Sergio, obrigado pela sua interpelação , eu sou um designer textil, que aqui em Portugal se diz sou um debuxador, a minha função é fazer colecções de tecidos para homem e senhora, os mercados onde são vendidos estes tecidos são Europa, Ásia, Médio Oriente e USA. Não sou técnico de estamparia, mas ultimamente há uma procura de tecidos que tenham duas faces o que nós chamamos de tecidos dubles, como você sabe os tecidos dubles têm duas teias e duas tramas o que os torna demasiado pesados e sendo assim só servem como tecidos de inverno, posto isto houve quem se lembrasse de fabricar tecidos leves que tivessem duas faces e começaram a fabricar tecidos com uma base já com desenho e dando-lhe cor, através duma estampagem num dos lados deixando o outro lado na cor da base, isto tem tido um êxito muito grande porque se obtém um tecido com aspecto do double face num tecido bastante ligeiro. Imagine fazer um xadrez, por exemplo, numa base preto/branco e estampar o direito numa cor por exemplo azul, e quem diz um xadrez diz um tecido em espinha ou em micro desenho. As vantagens desta técnica tem a ver com o seguinte: a) aspecto double face num tecido ligeiro e o preço mais barato. B) fazer uma colecção de cores com apenas uma base de tecido, como você bem sabe o ideal numa empresa é fazer o mínimo de padrões para não diversificar demasiadamente a produção de forma a rentabilizar o parque de maquinas. Imagine por exemplo os fios; ter apenas 2/3 cores por qualidade e não 20/25 cores. Ter apenas que fazer só um urdido e sendo assim o número de metros por teia ser rentável na tecelagem. Este assunto seria muito extenso, mas vou-lhe dar outra dica; as ultimas colecções que fiz foram feitas, todas, com base em poucas qualidades de fios e dentro destes tive apenas as seguintes cores: branco, preto, mesclas cinza claro e cinza médio. Com estas 4 cores é possível fazer todo o tipo de desenhos desde xadrezes, lisos, micro desenhos, espinhas, riscas, tudo! Os tecidos bases são tintos na fase final do processo de fabricação . Esta fórmula tem sido muito pouco utilizada mas quem a está a usar tem ganhos de produtividade muito grandes. Os armazéns de fios são o maior problema que as empresas têxteis têm quando as empresas trabalham com muitas qualidades de fios e em cada qualidade têm muitas cores. Isto tem de ser evitado e garanto- lhe que é possível , pois é assim que eu trabalho. Cumprimentos e disponha para o que for necessário .

Caro Jorge Trindade,

Agradeço pela atenção dispensada à minha pessoa, a sua explicação é bastante útil.

Abraço.

Jorge Trindade disse:

Caro Sergio, obrigado pela sua interpelação , eu sou um designer textil, que aqui em Portugal se diz sou um debuxador, a minha função é fazer colecções de tecidos para homem e senhora, os mercados onde são vendidos estes tecidos são Europa, Ásia, Médio Oriente e USA. Não sou técnico de estamparia, mas ultimamente há uma procura de tecidos que tenham duas faces o que nós chamamos de tecidos dubles, como você sabe os tecidos dubles têm duas teias e duas tramas o que os torna demasiado pesados e sendo assim só servem como tecidos de inverno, posto isto houve quem se lembrasse de fabricar tecidos leves que tivessem duas faces e começaram a fabricar tecidos com uma base já com desenho e dando-lhe cor, através duma estampagem num dos lados deixando o outro lado na cor da base, isto tem tido um êxito muito grande porque se obtém um tecido com aspecto do double face num tecido bastante ligeiro. Imagine fazer um xadrez, por exemplo, numa base preto/branco e estampar o direito numa cor por exemplo azul, e quem diz um xadrez diz um tecido em espinha ou em micro desenho. As vantagens desta técnica tem a ver com o seguinte: a) aspecto double face num tecido ligeiro e o preço mais barato. B) fazer uma colecção de cores com apenas uma base de tecido, como você bem sabe o ideal numa empresa é fazer o mínimo de padrões para não diversificar demasiadamente a produção de forma a rentabilizar o parque de maquinas. Imagine por exemplo os fios; ter apenas 2/3 cores por qualidade e não 20/25 cores. Ter apenas que fazer só um urdido e sendo assim o número de metros por teia ser rentável na tecelagem. Este assunto seria muito extenso, mas vou-lhe dar outra dica; as ultimas colecções que fiz foram feitas, todas, com base em poucas qualidades de fios e dentro destes tive apenas as seguintes cores: branco, preto, mesclas cinza claro e cinza médio. Com estas 4 cores é possível fazer todo o tipo de desenhos desde xadrezes, lisos, micro desenhos, espinhas, riscas, tudo! Os tecidos bases são tintos na fase final do processo de fabricação . Esta fórmula tem sido muito pouco utilizada mas quem a está a usar tem ganhos de produtividade muito grandes. Os armazéns de fios são o maior problema que as empresas têxteis têm quando as empresas trabalham com muitas qualidades de fios e em cada qualidade têm muitas cores. Isto tem de ser evitado e garanto- lhe que é possível , pois é assim que eu trabalho. Cumprimentos e disponha para o que for necessário .

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