Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Documentário mostra o ladro negro do fenômeno ‘Fast Fashion’

O documentário ‘True Cost’, dirigido por Andrew Morgan, é um relato assustador sobre a realidade que envolve todo o processo de produção das roupas no mundo. O filme acaba de entrar em cartaz na Netflix e definitivamente é uma ótima oportunidade para tirar algumas dúvidas e perguntar: “Quem faz as minhas roupas?”.

Nele é possível ver como foi criado o fenômeno ‘Fast Fashion’, que praticamente domina o mercado e lança a cada semana, novidades baratas e acessíveis para os consumidores. A cada ano compramos 80 bilhões de peças de roupas que significam um aumento de 400% em relação há duas décadas. O lixo têxtil acumulado nos últimos dez anos só comprova que as roupas que usamos se tornam descartáveis. Os preços baixos fazem com que nós compremos cada vez mais, sem pensarmos sobre o real embate dentro da cadeia produtiva.

A grande questão levantada no filme é o impacto que a produção desenfreada tem provocado. Questões como a ganância das grandes marcas, o trabalho escravo e o consumo crescente nas grandes metrópoles são analisados por empregados, agricultores, ativistas, fabricantes, designers e gerentes comerciais de grandes manufaturas e fábricas.

Atualmente 97% das roupas comercializadas em todo o mundo são confeccionadas nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, tais como Índia, China, Bangladesh, Haiti e Vietnã. Uma em cada seis pessoas no planeta atua na indústria têxtil e trabalha em condições precárias e recebe salários insignificantes. A mão de obra terceirizada nestes locais é considerada “escrava”. A concorrência entre as grandes marcas faz com as fábricas, as famosas ‘sweatshops’ sejam obrigadas a diminuir ainda mais os salários de seus funcionários, que buscam desesperadamente um meio de sobrevivência. Em média cada trabalhador ganha U$ 2 dólares por dia de serviço prestado.

Ao longo dos últimos anos muitos acidentes têm ocorrido nas fábricas e milhares de trabalhadores da indústria têxtil já perderam suas vidas, em desabamentos e incêndios. Uma catástrofe para os mais vulneráveis e menos favorecidos. Uma situação alarmante que até pouco tempo não havia sido noticiada ou divulgada na mídia.

Todo o ciclo se inicia com o plantio do algodão, que serve como matriz para a fabricação das roupas que usamos. O maior produtor de algodão do mundo é o estado do Texas nos EUA, com 3.6 milhões de hectares de terra, mas também na Índia a produção se tornou imprescindível. Os dados mostram que 80% do algodão são geneticamente modificados, e o uso de químicos e pesticidas causam danos irreversíveis ao solo e também aos agricultores e fazendeiros. Com o passar do tempo foram descobertos diversos tipos de cânceres, doenças degenerativas e mentais na população destas regiões.

A situação atual requer conscientização de nós consumidores que são o grande alvo da indústria. Felizmente muitos designers já optaram pela ‘ecofashion’, como a estilista Stella McCartney que sempre trabalhou em prol da sustentabilidade dentro de sua marca e se mantém fiel aos códigos éticos e morais dentro do ramo. Seus produtos são conhecidos no mundo todo e a designer busca enfatizar a importância da mudança de comportamento.

http://finissimo.com.br/2015/08/06/%E2%80%98true-cost%E2%80%99-most...

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