Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Documentário Aborda a Influência de ‘Dinastia’ na Moda da Década de 1980

Figurinos de 'Downton Abbey'

Com a grande quantidade de séries de época sendo produzidas atualmente, fica clara a importância do figurino nas produções televisivas. Esta é uma parte da produção muito valorizada pelo público e pela mídia. O figurino dos personagens tem o poder de atrair o interesse do telespectador para uma série, sendo que sua qualidade (ou a falta dela) é capaz de segurá-lo durante anos ou simplesmente perdê-lo. Independentemente do texto ou do desenvolvimento de personagens, o telespectador é capaz de acompanhar uma série de TV apenas para conferir cenários e figurinos dos personagens.

O visual de uma série é o que os especialistas chamam de ‘cobertura do bolo’. O ‘bolo’ é a base de uma produção (texto e desenvolvimento de personagens). Quando bem feito, o visual apenas completa com ‘chave de ouro’ uma boa produção. Mas isto não significa que as produções ‘abatumadas’ são automaticamente canceladas. Muitas são salvas pela ‘cobertura do bolo’, já que existem telespectadores que julgam a qualidade de uma série a partir de seu visual.

A moda hippie dos 'Monkees' nos anos de 1960

A Academia de TV Americana começou a valorizar os trabalhos do figurinista a partir de 1965, quando entregou o prêmio para Noel Taylor, por The Magnificent Yankee, telefilme da NBC. A categoria não era regular, visto que em alguns anos não chegou a oferecer indicados.

A primeira minissérie a ganhar o prêmio foi a britânica Elizabeth R, em 1972. Somente em 1977 é que o prêmio foi dado a uma série de TV, neste caso, a produção britânica The Pallisers, situada na Era Vitoriana. Já a primeira série americana a receber o prêmio foi uma produção de ficção científica: Battlestar Galactica, versão original, em 1979.

O figurino se tornou parte importante de uma produção de TV a partir da década de 1960. Nos anos de 1950, quando a TV era em preto e branco, a maior preocupação dos figurinistas era a de selecionar roupas e acessórios claros e escuros para que pudessem ser bem distinguidos no vídeo, independentemente da cor ou da combinação. Embora existissem, os estampados eram mais raros.

Visto que nessa época as produções televisivas eram de baixo custo, era comum os personagens de uma série terem um guarda-roupa limitado. Em geral, apenas aquelas que faziam mais sucesso com o público variavam o figurino (e mesmo assim, de forma limitada). Quem cresceu assistindo às séries das décadas de 1950 e 1960 vai se lembrar que era normal ver o protagonista vestindo a mesma roupa episódio após episódio (especialmente os homens). Estas roupas se tornavam ‘marca registrada’ dos personagens, a exemplo de Bat Masterson ou James West.

Marlo Thomas em 'Que Garota!/That Girl'

Na década de 1960, com a chegada da TV a cores, o figurino começou a ser mais valorizado pela produção de uma série, especialmente aquelas voltadas para a geração jovem. Buscando absorver o movimento de contracultura da época, as produções televisivas começaram a trazer uma preocupação maior com o visual (cenário e estilos de filmagens) bem como o figurino de seus personagens.

As roupas coloridas se tornaram uma obrigação, a minissaia uma constante e a moda hippie uma consequência.

Os Monkees foi uma das primeiras (senão a primeira) série de TV a trabalhar a moda masculina da época. Até a década de 1960, os personagens masculinos se vestiam com ternos sóbrios (escuros ou claros) ou roupas de lazer tradicionais. Com os Monkees, o protagonista masculino ganhou camisas coloridas, gravatas estampadas e acessórios (que não se limitavam ao chapéu ou bengala). Vale a pena lembrar que antes deles, a moda hippie já se fazia sentir nas séries de TV a partir de personagens secundários, convidados especiais ou até mesmo com protagonistas que viviam uma determinada situação em um ou outro episódio.

A preocupação com a moda fez surgir o que eu classifico como ‘personagem Barbie’ ou seja, aquele personagem que é criado para ser uma boneca, trocando de roupa ‘a cada cena’, adotando um estilo e ditando moda. Uma das primeiras personagens que surgiu com essa característica foi Anne Marie (Marlo Thomas, hoje conhecida como a mãe de Rachel em Friends) de Que Garota!/That Girl, sitcom precursora de Mary Tyler Moore na temática feminista.

(E-D) Farrah Fawcett, Kate Jackson e Jaclyn Smith em foto de divulgação da série 'As Panteras', na década de 1970

Na história, Anne é uma aspirante a atriz que sai de casa para viver em um apartamento de Nova Iorque. Enquanto faz testes para comerciais, filmes e programas de TV, ela se sustenta com trabalhos temporários. Anne é namorada de Donald (Ted Bessell), com quem pretende se casar depois que se estabelecer como atriz. Apesar de não ter salário para isso, Anne mantinha um invejável guarda-roupa.

Seu equivalente hoje é New Girl. Sabendo disso, a campanha publicitária de lançamento desta série fez diversas referências à produção da década de 1960.

Na década seguinte, a série que melhor representou a categoria ‘personagem Barbie’ foi As Panteras. Produzida por Aaron Spelling, que se tornaria o rei das séries glamour, As Panteras introduziu três personagens (seis ao longo da produção), que pareciam modelos de capa de revista interpretando detetives particulares.

Chamando mais a atenção para sua aparência que para suas habilidades, cada personagem trocava constantemente de roupa, desfilando com peças que se tornaram (ou já eram) moda. Uma das muitas razões pelas quais Kate Jackson decidiu deixar o elenco da série.

O sucesso de As Panteras influenciou a mudança drástica pela qual A Mulher Maravilha passou a partir de sua segunda temporada. Tendo iniciado suas aventuras na década de 1940, a personagem Diana Prince se viu transportada para os anos de 1970, época em que (praticamente) abandonou os óculos e o coque passando por uma transformação à la ‘patinho feio que vira cisne’.

(E-D) Linda Evans, John Forsythe e Joan Collins em 'Dinastia', nos anos de 1980

Na década seguinte, com o sucesso das novelas noturnas que viriam a influenciar a narrativa dos seriados, a moda se tornou um dos principais ingredientes da ‘fórmula de sucesso’. Entre seus maiores representantes estão Dallas e sua rival Dinastia. Vivendo no meio da alta sociedade, os personagens dessas duas produções introduziram figurinos exclusivos que foram posteriormente reproduzidos para ‘as pessoas comuns’.

Dinastia é considerada a primeira série de TV a criar sua própria linha de roupas, acessórios e perfumes. Por isso mesmo, ela será lembrada pelo documentário The ’80s: The Decade That Made Us, produção do canal americano National Geographic que traça o perfil cultural de uma geração. Abordando temas como política, tecnologia e revoluções sócio-culturais, o programa mostra como esse período definiu a sociedade como ela é hoje.

Narrado por Rob Lowe (Parks & Recreation), um dos ídolos da geração anos 80, o documentário será apresentado a partir do dia 14 de abril nos EUA. São seis episódios que serão exibidos em três noites consecutivas. Vamos torcer para que o canal NatGeo traga o documentário para o Brasil.

Cliquem nas fotos para ampliar.

Trecho sobre Dinastia e a moda.

Fonte:|http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/televisao/documentario-abo...

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