Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Stefano Gabbana (à esq.) e Domenico Dolce, cofundadores da Dolce & Gabbana, agora integram o ranking dos mais ricos do mundo, segundo o "Bloomberg Billionaires Index"

LONDRES E NOVA YORK - Uma explosão na demanda global por itens de luxo e roupas revelou três bilionários italianos conforme as avaliações das marcas de moda mais conhecidas do mundo.

Domenico Dolce, 54, e Stefano Gabbana, 50, cofundadores da Dolce & Gabbana, a varejista de moda sediada em Milão, entraram para o ranking dos mais ricos do mundo, segundo o "Bloomberg Billionaires Index".

Sandro Veronesi, de 53 anos e dono do Calzedonia Group, a franquia que vende sutiãs, biquínis e cuecas através de suas marcas Intimissimi e Tezenis, também entrou para a fortuna de 10 dígitos.

"Elas estão em dois segmentos de mercado completamente diferentes", disse por telefone Carlo Pambianco, fundador da consultoria de moda de Milão Pambianco. "Ambas estão entre as companhias de moda mais valiosas da Itália."

O crescimento do consumo global abasteceu o mercado das varejistas de moda. Ações da italiana Prada mais que dobraram em 2012. As ações da Michael Kors Holdings, de Nova York, subiram 87,3% durante o ano e as da alemã Hugo Boss aumentaram 44,5%.

Bilionários da moda estão se beneficiando do que a consultoria de Nova York McKinsey & Co chama de "aumento da classe consumista". Segundo um relatório de bens de luxo de outubro de 2012 da Bain & Co, de Boston, as vendas globais de roupas, acessórios, cosméticos e perfumes aumentaram em 10% em 2012, para US$ 275 bilhões, o terceiro aumento anual seguido de pelo menos 10%.

"Há um momento sólido no setor conduzido pela forte demanda dos novos mercados", disse David Wu, analista do setor de luxo do Telsey Advisory Group, de Nova York. "A China continua sendo uma grande oportunidade e mais atenção está sendo dada ao Brasil e à Índia, especialmente."

Ao menos quatro outros bilionários da moda foram criados nos últimos 12 meses, segundo dados compilados pela "Bloomberg". Nenhum havia aparecido em um ranking de riqueza internacional.

Entre eles, da Espanha, Sandra Ortega-Mera, a filha de 44 anos de Amancio Ortega, fundador da rede Zara e o terceiro homem mais rico do mundo, Tory Burch, 46, cofundadora da fabricante de bolsas e sapatos de Nova York Tory Burch, e os executivos da Prada Marina Prada e Alberto Prada Bianchi.

A Dolce & Gabbana é avaliada em US$ 5,3 bilhões, segundo dados compilados pela "Bloomberg", contando o 1,1 bilhão de euros (US$ 1,5 bilhão) de receita em 2011 reportado pela companhia para o valor médio da empresa para ganhos antes de juros, taxas, depreciação e amortização. O valor da empresa é definido como capitalização de mercado mais o total de dívida menos dinheiro em caixa.

Dolce, que é presidente do conselho da D&G, é dono de 41,8% da empresa, mostram documentos da Câmara de Comércio da Itália, dando a ele uma fortuna líquida de pelo menos US$ 2,2 bilhões. Gabbana, que é presidente, controla 40% avaliados em US$ 2,1 bilhão.

O restante da companhia é controlado pelos irmãos de Dolce, Alfonso e Dorotea, segundo a Orbis, um banco de dados de informações empresariais publicado pela Bureau van Dijk. Paola Locati, porta-voz da Dolce & Gabbana, disse que eles não quiseram comentar sobre as estimativas das fortunas.

"Liberdade significa não ter nada que force você a fazer o que você não quer fazer", disse Dolce em uma entrevista de 2005 para a revista "Time", explicando sua persistente recusa em vender a empresa a interessados, incluindo Bernard Arnault, da LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton, a maior companhia de produtos de luxo do mundo, e o Gucci Group, da PPR de Francois Pinault.

Dolce e Gabbana se encontraram em uma casa noturna de Milão. Seus desenhos apareceram pela primeira vez em um programa de desfile de moda de Milão em 1985. Os bilionários, que estiveram romanticamente envolvidos por cerca de 20 anos, entraram em uma batalha jurídica por multas de evasão fiscal em 2007.

Os designers são acusados pelos promotores italianos de vender suas marcas de roupas para sua própria companhia sediada em Luxemburgo, Gado, por menos de um terço de seu valor de mercado, evitando mais de 416 milhões de euros em impostos.

Ambos negaram as acusações. Gabanna ameaçou deixar o país em um post no Twitter em novembro. O julgamento deles está marcado para começar em 30 de janeiro.

Tais distrações fizeram pouco para descarrilhar a linha de produtos deles, que é conhecida por um design aguçado e preços luxuosos, segundo Pambianco. Seus vestidos, itens de couro e perfumes são vendidos em 251 lojas da Dolce & Gabbana e outras varejistas ao redor do mundo.

"Eles sempre são provocativos de uma forma ou outra", ele disse. "Eles são completamente diferentes da Armani, que é muito mais contida."

O modelo de negócio da Calzedonia tem o apelo oposto, vendendo lingerie a preços baixos e roupas de banho através de uma rede de 3.200 lojas próprias e de franquias na Europa. Veronesi fundou a companhia em 1986 para vender meias-calças, antes de expandir para roupas íntimas com a Intimissimi em 1996 e a Tezenis em 2003.

O controle de 85% que Veronesi tem da Calzedonia é avaliado em US$ 1,9 bilhão, segundo o ranking da "Bloomberg", baseado no valor médio da empresa antes do Ebitda. A Calzedonia não quis comentar as estimativas sobre a fortuna de Veronesi.

A Calzedonia mantém um controle estrito sobre suas marcas e linhas de produtos, mantendo cada uma focada em seus consumidores-alvo. A Tezenis foca nos clientes jovens, enquanto a rede Calzedonia vende meias e meias-calças. Veronesi adquiriu a marca de roupas de malha Falconeri em 2009, adicionando suéteres e jaquetas à variedade.

Veronesi disse que a Calzedonia vai crescer no norte da Europa e no Oriente Médio antes de expandir para a Ásia e os Estados Unidos.

"Focamos na Europa, porque apesar de já sermos muito fortes no sul e no leste da Europa, temos uma pequena presença no norte", disse Veronesi à revista de moda italiana "Moda24" no ano passado.

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