Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Efeito Amazon? O empresário que compra (e salva) marcas de roupas “falidas”

O canadense Jamie Salter é o fundador e CEO da Authentic Brands Group, que ao longo de uma década montou uma coleção de marcas à beira da falência, como Forever 21, Barney’s e Juicy Couture. Agora, ele salvou a Brooks Brothers e a Lucky Brand.

Jamie Salter é o fundador e CEO da Authentic Brands

O nome do empresário canadense Jamie Salter nunca esteve na primeira fileira das passarelas da moda. Mas ele ajudou, nos últimos anos, a salvar da falência algumas das marcas mais conhecidas do setor nos EUA.

Salter construiu em uma década um império que hoje fatura estimados US$ 15 bilhões com a sua da Authentic Brands, um grupo focado na recuperação de empresas da moda com graves problemas financeiros.

Ao longo do tempo, Salter  foi “costurando” a aquisição de diversas marcas que, em comum, têm sólida reputação no mundo da moda, mas que não gozam da mesma fama no mercado financeiro.

Fazem parte do portfólio marcas com Aéropostale, Forever 21, Juicy Couture e Nautica – todas empresas que, em algum momento, flertaram com a falência.

Em meados de agosto, a Authentic Brands mostrou mais uma vez apetite para o risco ao comprar duas marcas icônicas que estavam “por um fio”: a Brooks Brothers, por US$ 325 milhões, e a Lucky Brand, por US$ 140 milhões.

Os preços pagos pelas duas redes de lojas parecem exagerados. Em especial, quando se leva em consideração os desafios do setor durante a pandemia. Só neste ano, a crise levou 44 varejistas à concordata e fechou 6 mil lojas nos EUA.

Mas nada disso parece preocupar Salter. “Sentimos que tijolos e argamassa são muito melhores para nós do ponto de vista de longo prazo”, disse Salter em entrevista à Bloomberg.

Fundada em 1818, a Brooks Brothers foi pioneira no mercado de ternos prontos e já vestiu metade de Wall Street, além de vários presidentes americanos, de Abraham Lincoln e Teddy Roosevelt ao atual chefe do executivo, Donald Trump.

Controlada pelo italiano Claudio Del Vecchio, a Brooks Brothers já enfrentava uma crise existencial antes da pandemia, por conta de um dress code mais informal do mercado financeiro. Mas a Covid-19 atingiu em cheio a combalida empresa. Em julho, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial.

No acordo firmado na compra da Brooks Brothers, Salter se comprometeu a manter pelo menos 125 das quase 200 lojas americanas em operação.

Os termos da transação pela Lucky Brand, que também estava em recuperação judicial, não foram revelados, mas sabe-se que empresa conta com 175 lojas nos Estados Unidos.

Para conseguir montar sua coleção de marcas, Salter recebeu um aporte de US$ 600 milhões BlackRock, General Atlantic e Leonard Green & Partners.

O empresário fez também uma joint venture com o Simon Property Group, maior conglomerado de shopping centers e centros comerciais dos EUA. As duas companhias criaram a Sparc Group, veículo que fez o investimento na Brooks Brothers e na Lucky Brand.

“Tenho ainda US$ 1 bilhão para investir”, afirmou Salter, recentemente. Ele, no entanto, não quer comprar qualquer coisa. Seu objetivo é procurar negócios deficitários com bons imóveis e reconhecimento internacional.

“As marcas que não têm lojas são mais difíceis de comercializar e expandir globalmente”, disse. “Você precisa de uma pegada e uma cadeia de suprimentos. Essas são duas partes essenciais para administrar um negócio. ”

Salter é pop

Natural de Toronto, Salter começou sua carreira trabalhando no departamento de marketing de pequenas marcas esportivas, na década de 1980.

Seu grande salto veio mesmo anos depois, em 1992, quando junto a outros dois sócios e criou a Ride Inc, uma empresa de vestuário que estreou na Nasdaq em 1994, e decolou 1.500% nos primeiros 18 meses.

Mas as vendas abaixo do esperado derrubaram os papéis da empresa e Salter deixou a posição de CEO da companhia em 1996.

Depois de insistir com sucesso em outros negócios de artigos esportivos, o canadense mudou sua vida ao se associar ao fundo de investimento Hilco Trading e lançar, em 2006, a Hilco Consumer Capital, uma empresa focada em comprar negócios em dificuldades e colocá-los de pé.

Foi assim que Salter comandou a companhia de móveis Bombay Company e Tommy Armour. Ele liderou também a “virada de mesa” da Polaroid, contratando ninguém menos que Lady Gaga para ser a diretora criativa da marca. A mesma receita foi usada com a Halston, mas dessa vez com a atriz Sarah Jessica Parker na direção criativa.

Salter deixou a Hilco em 2010. Reportagens da época creditam a saída do executivo ao seu descontentamento financeiro. No mesmo ano, o canadense criou a Authentic Brands

Salter é também especialista em licenciamento, tendo sido responsável por explorar a marca de grandes celebridades, como Bob Marley e Marilyn Monroe.

https://neofeed.com.br/blog/home/efeito-amazon-o-empresario-que-com...

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