Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Não importa qual seja seu segmento, é preciso buscar inovação sempre. Quem inova cresce mais.

 

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Para a consultora Beth Furtado, melhorar a operação das empresas é o básico; caminho para crescer depende de inovação

Conversar com Beth Furtado é ter a certeza de que o papo será estimulante, revigorante e cheio de novas perguntas. Atuando há 25 anos nas áreas de Marketing e Comunicação e com uma grande experiência em estratégia e inovação, Beth tem investigado, nos últimos tempos, quais os fatores que levam à prosperidade mesmo em tempos de crise. Um tema na mente de todos os gestores do varejo e que tem uma resposta espinhosa.

É preciso ouvir o cliente, entendê-lo, gerar insights que levarão a novos produtos e serviços, desenvolver modelos de negócios diferenciados, não parar nunca, inovar sempre. Não existe receita de bolo para crescer acima do mercado e avançar durante a crise, mas existem alguns ingredientes certos: inovação, criação, curiosidade. “As empresas surfaram os bons tempos em que a economia crescia forte e muitas delas não fizeram nem mesmo o básico, que é manter a casa em ordem. Por isso estão sofrendo muito neste período de baixa”, afirma a consultora. “Ajustar as operações e ser eficiente é o mínimo que deve ser feito para continuar no mesmo lugar. Quem quiser crescer precisa ir além disso”, instiga.

Em uma conversa com O Negócio do Varejo, Beth Furtado trouxe alguns insights sobre os caminhos para a prosperidade em tempos de crise.

ONDV – Como crescer em momentos de crise?

Beth Furtado – Mesmo quando a economia, na média, vai mal, há empresas crescendo muito. Isso porque os consumidores mudam seus comportamentos e geram novas oportunidades de negócios. Segmentos vinculados à indulgência, ao ato de “se dar algo”, continuam crescendo, por exemplo. As pessoas estão abrindo mão de outras coisas, como a troca do automóvel ou a reforma da casa, e aí compram um azeite especial para um jantar em casa (até porque não estão jantando fora com tanta frequência).

Outra característica do momento atual é um aumento do “faça você mesmo” em várias categorias, o que representa uma oportunidade não só para materiais de construção, mas para alimentos e várias outras categorias. É preciso analisar o perfil do cliente, entendê-lo e então fazer diferente. O consumidor mudou, está trazendo coisas novas, e precisamos primeiro entendê-lo para depois aproveitar. Salões de beleza, por exemplo, passaram a oferecer produtos e serviços em dias diferentes da semana, transformando uma quinta-feira em um sábado. A consumidora dá algumas dicas que não estavam claras, há movimentos de migração de consumo que precisam ser identificados pelos varejistas.

Em meu workshop “Fatores de prosperidade em tempos de crise”, discuto como transformar os negócios para captar e aproveitar essas oportunidades. Se as pessoas não estão fazendo reformas na casa, e sim reparos, pequenas mudanças, de que forma é possível aproveitar essas lacunas e oportunidades?

ONDV – O crescimento da economia compartilhada se dá nesse contexto?

Beth Furtado – A economia compartilhada está efetivamente inserindo novas práticas. Estamos vivendo um momento de mudanças profundas. Já temos no Brasil compartilhamento e troca de livros, perfumes, roupas, eletrodomésticos, em vários modelos de negócios. E o varejista pode aproveitar isso, seja incorporando a ofertas em seu negócio, seja oferecendo novas experiências a seus clientes. Os sinais que mostram que estamos em uma nova era econômica é que estamos diante de algo que é local, global, transversal, multicategoria e vai do interior do Piauí até as maiores capitais do mundo. Evidente que esses negócios começam com uma perspectiva romântica e se deparam com o desafio de monetizar, mas é um caminho que vem sendo trilhado. E há inúmeros exemplos nessa mesma linha. Mas não é uma modinha: é uma tendência que irá impactar o varejo de maneira cada vez mais intensa.

Alia_palestras_Fat_ProsperidadeONDV – Aproveitar as oportunidades exige capacidade de inovação. O varejo brasileiro é inovador?

Beth Furtado – Inovação é um aspecto essencial das empresas que são pontos fora da curva neste ano difícil. Um exemplo é a Panvel, rede de farmácias do Rio Grande do Sul que vem crescendo cerca de 15% sobre o ano passado e em seu modelo de negócios equilibra muito bem a atitude inovadora com o conservadorismo da eficiência operacional. A Panvel tem uma atitude de ponto de venda, experiência de compra e investimento em marca própria desde muito antes desses assuntos serem tema do varejo. É um caso de atitude de inovação continuada, que faz muita diferença no momento atual.

Temos segmentos e varejistas mais inovadores. E também temos players e setores mais, digamos, “teimosos”. O varejo de calçados é mais “teimoso” que o de vestuário, que inova tanto que cria até o problema do consumismo, vai muito no extremo do fast fashion. Em todo setor há players mais arrojados e alguns setores são mais agressivos que outros. Mesmo um setor que no geral é mais conservador, como o de eletroeletrônicos (que tende a ficar focado em promoções, porque os produtos são muito comoditizados), conta com uma Fast Shop que é muito inovadora.

A conclusão é que, não importa qual seja seu segmento, é preciso buscar inovação sempre. Quem inova cresce mais.

http://onegociodovarejo.com.br/eficiencia-operacional-nao-traz-cres...

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