Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fotos Enrico Labriola, Aka Studio, Vanessa Barone e Divulgação No alto, à direita, detalhe da coleção colorida e com inspiração esportiva, no stand da marca DKNY. Looks do desfile da grife Z Zegna, apresentado durante a Pitti Uomo. O desfile foi armado em um galpão na Stazione Leopolda e lançou a coleção desenhada pelos estilistas Murray Scallon e Paul Surridge. Estampas, tons fluorescentes e costumes combinados com tênis esportivos deram a tônica da apresentação

A moda masculina italiana há tempos dispensa apresentações. E uma rápida olhada em como se vestem os homens italianos já mostra por quê. De elegância, eles entendem. Ainda assim, atualmente os maiores representantes das marcas "made in Italy" não perdem uma oportunidade para reforçar seus predicados de origem.

Durante a semana Firenze Hometown of Fashion, que comemorou os 60 anos do Centro de Florença pela Moda Italiana, ocorrida na cidade no fim do mês passado, não foi diferente. A moda italiana foi novamente exaltada com festas, exposições e o evento Pitti Immagine Uomo - feira de moda masculina e de negócios que reuniu mais de mil expositores na Fortezza da Basso, em Florença, em sua 86ª edição.

Na sequência, os olhos do mundo se voltaram para Milão - o lugar de onde costumam sair as melhores propostas para o guarda-roupa masculino, trazidas por nomes como Ermenegildo Zegna e Giorgio Armani. Nas passarelas da Milan Fashion Week, foi mostrada uma boa dose de classicismo saudosista, com direito a muitos "ecos" do passado, como fez Giorgio Armani. Não por acaso: o estilista está prestes a completar 80 anos de idade e 40 de seu império fashion - o que ocorre no ano que vem. Mais uma razão para colocar a Itália no centro do mundo fashion pelas próximas temporadas.

Pelo menos é isso que esperam os italianos. Em tempos de hegemonia da produção chinesa e de "empastelamento" de propostas, eles reafirmam a sua crença no poder da tradição - e em fazer roupas e acessórios de extrema qualidade e designe arrojado. Não poderia ser acaso o país ser o berço de grifes como Prada, Emilio Pucci, Gucci e Salvatore Ferragamo. Apoiar-se somente na fama, no entanto, não é mais o suficiente para manter o gigante de pé. "É investindo em criatividade e em pesquisa que vamos estar preparados para crescer", declarou Carlo Calenda, vice-ministro do Ministério para o Desenvolvimento Econômico da Itália, na cerimônia de abertura da semana Firenze Hometown of Fashion. O vice-ministro ainda destacou que o governo deve dar mais suporte a essa indústria, integrando-a a outros setores da economia. "O crescimento não virá apenas da tradição."

O equilíbrio entre o clássico e o moderno, portanto, é a tônica do momento. E a feira Pitti Immagine Uomo é um bom exemplo disso. Dentro da fortaleza militar Fortezza da Basso, erguida entre os anos de 1534 e 1537, marcas com estilo vanguardista dividem espaço com representantes da clássica "sartoria" italiana. Mas o que prevalece é o frescor de novas ideias, novas maneiras de vestir e de conquistar um estilo marcante.

Para além dos stands e passarelas, o verão na Itália, que está no auge, é um ótimo momento para se perceber com quantas cores e estampas se faz um figurino elegante. O homem italiano não tem medo de usar costumes e ternos claros, calças que deixam os tornozelos à mostra e sapatos coloridos (e sem meias). Também não se priva das calças coloridas e estampadas. Os italianos conseguem manter o requinte até usando bermuda com paletó.

De acordo com os habitantes de Florença, é tudo uma questão de berço. "O Renascimento nos ensinou o que é qualidade e possibilitou encontrar o equilíbrio entre o passado e o futuro", diz o empresário Stefano Ricci, presidente do Centro de Florença pela Moda Italiana e fundador da grife de alfaiataria masculina que leva o seu nome.

O próprio empresário Stefano Ricci faz questão de atuar nas duas frentes - no presente e no passado. Em sua marca própria, ele investiu em inovação, colocando o filho Filipo, de 31 anos, à frente da criação: "Ele é muito mais criativo do que eu". Em contrapartida, há cerca de quatro anos, a sua empresa adquiriu da família Pucci o Antico Setificio Fiorentino. Especializada em seda, a tecelagem funciona desde 1786 na Via Lorenzo Bartolini, no coração do bairro onde se fixaram os artesãos de Florença.

Com teares manuais que datam do século XVI em diante, o Setificio se dedica atualmente a produzir tecidos de seda para decoração - para os padrões da moda atual, eles são grossos demais. Alguns deles têm importância histórica e preço salgado - como o Lampazzo Mary, tecido 100% seda criado especialmente para a rainha da Inglaterra e cujo metro sai por € 1.500. "Quando visitamos a fábrica, na primeira vez, ela estava deteriorada e com a produção quase parada", diz Stefano Ricci, que investiu mais de € 2 milhões na recuperação de teares e em obras de restauro. "Florença não poderia perder esse patrimônio."


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Por Vanessa Barone | Para o Valor, de Florença

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